Sobrevivente sortuda
Publicado em 23/05/2014
No Dia Mundial das
Tartarugas, conheça a história de Hofesh, tartaruga marinha que
recuperou sua capacidade de nadar graças a equipamento inspirado em
avião de guerra.
Encontrada numa praia de Israel com
duas patas condenadas, a tartaruga Hofesh agora recuperou sua
capacidade de nado graças a nadadeiras artificiais especificamente
desenhadas para ela. (foto: Israel's Sea Turtle Rescue and Rehabilitation Center)
Para marcar a efeméride, vamos contar a história de Hofesh, a tartaruga verde que escapou da morte certa pela ação do Centro de Resgate e Reabilitação de Tartarugas Marinhas de Israel e recebeu implantes tecnológicos especialmente desenhados que devolveram sua mobilidade.
Hofesh foi encontrada jogada numa praia mediterrânea em Israel, em péssimas condições: estava presa numa rede de pesca e suas duas patas esquerdas apresentaram necrose, pela falta de circulação e pela infecção dos ferimentos. “Depois de perder o controle de suas nadadeiras, ela provavelmente sobreviveu apenas flutuando no oceano, pois estava incapacitada de nadar e, ao mesmo tempo, precisava pegar ar na superfície”, conta Orit Friehmann Elad, do centro israelense. “Isso a deixou muito vulnerável aos predadores e provavelmente a teria matado de qualquer forma em pouco tempo.”
A única solução encontrada pelos cientistas foi recolher o animal ao seu centro de reabilitação e tratamento, onde ele teve os dois membros amputados, para salvar sua vida. Os pesquisadores chegaram a improvisar um sistema para tentar devolver sua capacidade de nado usando equipamentos de mergulho, mas a solução pecava pela falta de estabilidade e não resolveu o problema.
Esperança, liberdade e amor
Por quatro anos, Hofesh permaneceu nessa situação, limitando-se basicamente a boiar e, quando ficava nervoso ou assustado por qualquer motivo, acabava afundando numa perigosa espiral e correndo sério risco de se afogar. A história, no entanto, começou a mudar quando Shlomi Gez, um estudante de desenho industrial da Hadassah Academic College, de Jerusalém, ficou sabendo do problema da tartaruga verde e decidiu ajudar: a partir de um projeto que havia elaborado para peixes, ele criou uma barbatana de polipropileno (um plástico durável, flexível e resistente à água) especificamente para Hofesh, desenhada com base no design do caça supersônico F-22 Raptor.Amarrada no casco da tartaruga, ela devolveu o equilíbrio ao animal, que pôde enfim nadar mais livremente. “Hofesh ficou muito mais confortável e calmo com o equipamento, já é possível perceber um grande avanço na sua capacidade de locomoção, mesmo tendo recebido a barbatana faz pouco tempo”, conta Elad.
O mais irônico é que, apesar de seu nome em hebraico significar ‘liberdade’, Hofesh jamais poderá retornar à vida selvagem, pois ainda seria presa fácil no oceano. No entanto, ele não viverá sozinho: a tartaruga macho divide seu tanque com uma fêmea da mesma espécie, Tzurit, que ficou cega após um acidente com um barco e também não pode ser devolvida à natureza. Os pesquisadores acreditam que eles podem formar um belo casal – ambos têm cerca de 25 anos, idade aproximada em que a espécie atinge a maturidade sexual.
“Hofesh e Tzurit já vivem juntos no mesmo tanque e interagem bastante”, conta Elad. “Poderíamos até chamar esse comportamento de um flerte brincalhão, conforme eles se aproximam da sua maturidade sexual”, comemora. Quem sabe um dia seus filhos possam, enfim, retornar ao mar, não é mesmo? Elad conta, ainda, que as duas tartarugas poderão ter a companhia de outros espécimes também preservados pelo grupo, quando as novas instalações do centro forem construídas.
No Brasil
Em nosso país, o projeto Tamar se destaca como um importante programa de conservação das tartarugas marinhas em território nacional. Com bases espalhadas por toda a costa brasileira, o projeto tem sido fundamental na proteção das cinco espécies do animal que vivem em nosso litoral. Suas atividades incluem pesquisa, mapeamento e proteção de ninhos, marcação dos répteis, trabalho junto a populações locais e pescadores para auxiliar na preservação, atividades de educação ambiental e divulgação científica em mais de 10 centros de visitação pública em diversas praias do Brasil, entre outras.
Saindo um pouco dos oceanos, vamos falar sobre as tartarugas terrestres – afinal, hoje também é um dia dedicado à proteção delas! No seco, talvez o maior destaque sejam as tartarugas gigantes de Galápagos. Sobre elas, vale relembrar a morte de George, o solitário, que marcou a provável extinção de uma de suas subespécies, a tartaruga-das-galápagos-de-pinta, e também um estudo que encontrou indicações de que outra espécie do animal, dada como extinta desde o século 19, pode ainda existir escondida nas ilhas do arquipélago equatoriano.
Em nosso país, o projeto Tamar se destaca como um importante programa de conservação das tartarugas marinhas em território nacional. Com bases espalhadas por toda a costa brasileira, o projeto tem sido fundamental na proteção das cinco espécies do animal que vivem em nosso litoral. Suas atividades incluem pesquisa, mapeamento e proteção de ninhos, marcação dos répteis, trabalho junto a populações locais e pescadores para auxiliar na preservação, atividades de educação ambiental e divulgação científica em mais de 10 centros de visitação pública em diversas praias do Brasil, entre outras.
Saindo um pouco dos oceanos, vamos falar sobre as tartarugas terrestres – afinal, hoje também é um dia dedicado à proteção delas! No seco, talvez o maior destaque sejam as tartarugas gigantes de Galápagos. Sobre elas, vale relembrar a morte de George, o solitário, que marcou a provável extinção de uma de suas subespécies, a tartaruga-das-galápagos-de-pinta, e também um estudo que encontrou indicações de que outra espécie do animal, dada como extinta desde o século 19, pode ainda existir escondida nas ilhas do arquipélago equatoriano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.