quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Cientistas descobrem novo dinossauro de pescoço longo
"Dragão de Qijiang", cujo fóssil foi encontrado na China, viveu há 160 milhões de anos e tinha pescoço equivalente à metade de seu corpo.
Um grupo de cientistas descobriu, na China, fósseis de uma nova espécie de dinossauro de pescoço longo. Batizado de Qijianglong, o novo réptil pré-histórico tinha 15 metros de comprimento e viveu há 160 milhões de anos, no período Jurássico. A descoberta foi publicada na revista científica Journal of Vertebrate Paleontology. 
O nome dado pelos paleontólogos significa "dragão de Qijiang", em referência à cidade onde foi feita a descoberta. O depósito de fósseis foi encontrado em 2006, por trabalhadores de uma construção e, a partir daí, as escavações revelaram uma série de vertebrados de pescoço longo estirados no solo. A cabeça do dinossauro foi encontrada ainda ligada ao corpo - fato considerado raro pelos cientistas. "É raro encontrar uma cabeça ligada ao corpo de um dinossauro de pescoço longo, porque a cabeça é pequena demais em relação ao corpo e geralmente se separa facilmente depois da morte do animal", disse um dos autores, Tetsuto Miyashita, da Universidade de Alberta (Canadá).
A nova espécie pertence a ao grupo dos mamenquissauros, dinossauros conhecidos por seus pescoços extremamente longos, que podem chegar a ter a metade do tamanho de seus corpos. A maior parte dos saurópodes, ou dinossauros de pescoço longo, têm pescoços com apenas um terço do comprimento de seus corpos. Único entre os mamenquissauros, o Qijianglong tinha as vértebras do pescoço preenchidas com ar, o que os tornava relativamente leves, apesar do tamanho gigantesco. 
As juntas entre as vértebras também indicam que eles tinham um pescoço surpreendentemente rígido, com muito mais capacidade para se mover na vertical que para os lados, como um guindaste. "É um animal interessante. Saber que existiu um animal gigante que é metade pescoço, nos mostra como a evolução consegue fazer coisas realmente extraordinárias", afirmou Miyashita.
Os mamenquissauros são encontrados apenas na Ásia, mas a descoberta do Qijianglong revela que as diferenças entre mamenquissauros podem ser tão grandes como as que existem entre os dinossauros de pescoço longo de vários continentes. "O Qijianglong mostra que os dinossauros de pescoço longo se diversificaram de uma maneira única na Ásia, durante o período Jurássico. Algo muito especial estava acontecendo naquele continente. Em nenhum outro lugar encontramos dinossauros com pescoços mais longos que na China. Esse novo dinossauro nos mostra que essas espécies prosperaram ali de forma isolada do resto do mundo", afirmou o cientista.
 
 
 Xing Lida - Universidade de Alberta: Dragão de Qijiang tinha pescoço equivalente à metade do comprimento do seu corpo.
De acordo com os autores, os mamenquissauros evoluíram para muitas formas diferentes, quando outros dinossauros de pescoço longo foram extintos na Ásia. "Ainda é um mistério por que os mamenquissauros não migraram para outros continentes", disse Miyashita. 
Segundo ele, é possível que os dinossauros tenham ficado inicialmente isolados por uma barreira geográfica, como o mar e, mais tarde, tenham perdido a competição para espécies invasoras, quando a conexão terrestre voltou a existir.
O fóssil do Qijianglong está agora exposto em um museu local em Qijiang. "O antigo mito dos dragões teve origem na China. Fico pensando se chineses da antiguidade encontraram esqueletos de um dinossauro de pescoço longo como o Qijianglong e, a partir daí, imaginaram a criatura mítica", ponderou Miyashita.

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