Os critérios de reconhecimento dos minerais
A primeira etapa do reconhecimento dos
minerais é feita no local, a olho nu, ou com lupa, e por meio de
critérios simples. Depois, no laboratório, ela é confirmada e completada
com técnicas mais caras e frequentemente destrutivas.
As técnicas expeditas
Dureza: Os minerais
classificam-se em função de uma escala de dureza, ou escala de Mohs, que
varia de 1 (talco) a 10 (diamante). No local, utiliza-se uma placa de
vidro (o quartzo risca o vidro) ou um martelo (de aço) e a unha (a unha
risca gesso). Não se deve confundir a dureza e a resistência aos
choques: o diamante (dureza 10) é muito frágil ao choque.
Densidade: Cada mineral
tem uma densidade própria. Muito denso, o ouro (19,3) é separado dos
outros minerais, “lavando” as rochas (separação por gravitação).
Separam-se os minerais por um sistema de líquidos de alta densidade,
como o bromofórmio, nos quais os minerais f lutuam mais ou menos,
conforme sua densidade. Essas separações devem ser conduzidas em
laboratório, por causa da alta toxicidade dos licores utilizados.
Cor, traço e fluorescência:
Alguns minerais têm cores vivas características (carbonatos de cobre
verde ou azul; rodocrosita rosa), mas é preciso ser prudente, pois, em
geral, a coloração origina-se de impurezas (Ficha 6) e muda com algumas
alterações. Assim, a baritina BaSO4 é um mineral branco, que pode ganhar
tons azulados, amarelados ou rosados, conforme o teor de Sr ou de Fe. A
cor do traço (pó) sobre uma placa de porcelana é utilizada para
identificar a pirita (traço preto) ou hematita (traço vermelho). O
fenômeno de f luorescência natural ou provocada (reemissão de uma
radiação pela excitação dos átomos) é característica dos minerais
radioativos e de alguns minerais como a fluorita (CaF2) ou a xelita
(CaWO4). Essa propriedade é usada na prospecção de superfície.
Reativos de local:
Testes muito simples permitem burilar o reconhecimento de um mineral: a
efervescência com ácido diluído a frio é característica da calcita,
enquanto a dolomia [CaMg(CO3)2] não reage a ele. A alizarina é um
colorante das dolomias.
Propriedades organolépticas:
É preferível não tentar experimentar minerais desconhecidos, já que
certos arseniatos ou minerais de chumbo, por exemplo, pois podem ser
muito tóxicos. No entanto, as propriedades organolépticas desempenham
papel importante no reconhecimento: o arsênico, por exemplo, tem um
cheiro aliado à superfície da fratura, enquanto as rochas siliciosas têm
um cheiro de pedra de pederneira; as argilas grudam na língua, e os
cloretos (NaCl, HCl) têm um gosto salgado ou amargo muito pronunciado.
Outros critérios de reconhecimento:
O geólogo pode utilizar muitas outras características, como o tipo da
superfície da fratura (simples, limpo, conchoidal, com ranhuras), que
revela as clivagens do mineral, o brilho (metálico, engordurado,
resinoso, adamantino ou sedoso), a birrefringência (calcita) ou ainda a
cor da chama.
Técnicas de laboratório
O mineral é submetido a tratamentos
muitas vezes destrutivos para ser analisado e identificado: microscópios
de transmissão ou reflexão (veja tabela abaixo), análises químicas ou
por difração de raios X, microssonda iônica ou microscópio eletrônico.
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