quinta-feira, 21 de março de 2019

Aquecimento global e processos erosivos

Mesmo com tantos avisos, ainda existem pessoas que questionam a veracidade do aquecimento global e como ele age na natureza. O Prof. Dieter Muehe explica!

Como tendência geral a linha de costa se ajusta a um aumento do nível do mar, recuando até atingir uma posição de equilíbrio. (Foto: G1)

Este questionamento é ainda generalizado mesmo por pessoas com conhecimento sofisticado e mesmo específico. Não tanto em relação à mudança do clima, considerado como efeito cíclico de variáveis astronômicas, e sendo cíclico pode representar apenas um evento periódico, mas sim sobre o efeito do homem no aumento da temperatura.

Nesse sentido o conjunto de informações climáticas, geológicas e oceanográficas vai ganhando robustez na medida que aumentam os conhecimentos científicos adquiridos.

Quais são os principais riscos de uma erosão total da costa brasileira?

Como tendência geral a linha de costa se ajusta a um aumento do nível do mar, recuando até atingir uma posição de equilíbrio. É por isso que, no Projeto no ORLA do Ministério do Meio Ambiente, foram estabelecidos limites de não edificação de 50m e 200 m a partir do final da praia, respectivamente em áreas urbanizadas (para novas construções) e áreas não urbanizadas.
É só considerarmos que cerca de 18.000 anos atrás o nível do mar se encontrava algo em torno de 100 m abaixo do nível atual. Toda nossa plataforma continental estava exposta, uma largura que chegava a várias dezenas de quilómetros. E a linha de costa foi se ajustando de acordo com a subida do nível do mar“, explica o geógrafo Dieter Muehe.
Mas, não estamos falando de uma variação de 100 metros e sim algo em torno de 1m até o final do século, mas talvez 2 a 3 m nos próximos 300 anos. Isto, no primeiro caso, gera recuos da linha de costa da ordem de 50 a 100 m, dependendo da declividade do terreno, com algumas complicações adicionais, já que para um aumento da temperatura está também associado um aumento dos eventos extremos no sentido de aumentar a frequência das inundações.

Associado a isso está o aumento da ocupação da zona costeira. Ou seja, dependendo do limite temporal considerado, fica cada vez mais complexo fazer previsões no sentido de definir zonas de não edificação e a salvo de inundação.

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