(National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA)
Esta raríssima baleia passa até três horas sem respirar
A baleia-bicuda-de-cuvier (Ziphius cavirostris) é um cetáceo com hábitos que estão além da nossa compreensão. Suas habilidades em meio ao mar aberto permite que o animal esteja constantemente quebrando recordes. Apesar do tamanho, trata-se de um mamífero bastante discreto, que pode ser encontrado na grande maioria dos oceanos e consegue mergulhar até 3 mil metros de profundidade.
Quebrando recordes
Para que consiga mergulhar por muito tempo, é preciso que esse cetáceo prenda a sua respiração por muitos minutos. Um recorde registrado no ano de 2014 revelou que essa espécie conseguiu mergulhar durante 137 minutos, o equivalente a 2 horas e 17 minutos sem retornar a superfície.
No entanto, os especialistas acreditam que esse recorde anterior já foi quebrado. De acordo com novos dados publicados no Journal of Experimental Biology, pesquisadores observaram 23 animais, enquanto estes estavam realizando mergulhos profundos. A pesquisa foi conduzida por biólogos marinhos da Duke University, onde analisaram 3.680 mergulhos.
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Reunindo todos os dados acerca dessa espécie de baleia, os pesquisadores concluem que, em média, esse animal passa em torno de 59 minutos nas profundidades oceânicas. Durante esse longo período, as baleias usam alguns minutos para que possam se alimentar, buscando caçar o máximo possível, antes de retornar a superfície para respirar.
Dentre os mergulhos que foram observados, em 5% deles os animais ultrapassaram os 77 minutos, e mesmo assim, não demonstraram nenhum sinal de fadiga. Dos 23 animais, dois conseguiram atingir um novo recorde, no qual mergulharam por 3 horas e 42 minutos e o segundo por 2 horas e 43 minutos. Para conseguirem realizar tal ação, é necessário que o animal possua um metabolismo lento e a capacidade de armazenar oxigênio nos pulmões.
A baleia-bicuda-de-cuvier e seus longos mergulhos
Um artigo publicado em 2014 revelou que a baleia-bicuda-de-cuvier (Ziphius cavirostris) não aparentava ser um animal tão notável devido ao seu porte. No entanto, isso mudou após a realização de uma pesquisa liderada por Gregory Schorr, no noroeste dos Estados Unidos.
Os pesquisadores conseguiram observar 8 animais, os quais estavam marcados por faróis de Argos. Um desses indivíduos se afastou de seu grupo para que pudesse caçar e se alimentar. Assim, cientistas o rastrearam a uma profundidade equivalente a 2.992 metros, superando recordes anteriores que pertenciam a elefantes marinhos, com 2.388 metros.
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Apesar de habitarem os oceanos em grandes quantidades, esses mamíferos preferem ficar nas profundidades, ao invés da superfície. Portanto, são poucos conhecidos ou estudados, uma vez que não são de fácil acesso para os especialistas. Assim, eles acabam se escondendo dos barcos e de quaisquer outros veículos que circulem dentro da água.
Para que uma baleia consiga ficar muito tempo em mergulho na profundidade, ela possui um alto nível de mioglobina encontrada em seus músculos. Tal molécula permite a captura de grandes quantidades de oxigênio, fazendo com que o animal não necessite retornar a superfície por longos minutos.
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