Por que algumas pessoas têm alergia à picada de insetos?
Se este é o seu caso, saiba que a resposta está ligada ao sistema de defesa do seu corpo!
Por: Marco Aurélio Martins, Laboratório de Inflamação, Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz
Publicado em 20/09/2010 | Atualizado em 20/09/2010
Quem nunca foi picado por um inseto que atire o primeiro frasco de repelente! Em casa, no piquenique, na praia, na floresta... Mosquitos e seus parentes parecem estar por toda parte. Mas já reparou que, enquanto algumas pessoas só sentem uma leve coceirinha no local da picada, outras ficam com a pele bastante inchada, avermelhada e quente? Elas são alérgicas! Mas por quê?
É muito comum que as pessoas tenham uma reação alérgica à picada de inseto e, como o nome diz, reação é um tipo de resposta do sistema de defesa do nosso corpo. No caso das picadas, esse sistema entra em alerta quando tem contato com uma substância chamada alergeno. A saliva dos insetos é cheinha do tal alergeno. Mas de novo a pergunta: se o alergeno está em qualquer picada, por que algumas pessoas têm reações tão exageradas a ele?
Talvez você já tenha ouvido falar no termo “pré-disposição genética”. Ser geneticamente pré-disposto a algo é estar naturalmente mais propenso a algo. No caso da alergia, a pré-disposição está relacionada à capacidade que cada um tem para produzir anticorpos do tipo imunoglobulina E (conhecidos pela sigla IgE) depois do contato com os alergenos. Uma pessoa alérgica vai produzir muito IgE para combater o alergeno que recebeu na picada.
Imagine que, como duas peças de um lego ou quebra-cabeça, o alergeno e o IgE se encaixem, formando um complexo. A ação desse complexo faz com que os vasos sanguíneos aumentem de tamanho, aumentando, também, a circulação de sangue no local. Quando isso acontece, a pele fica avermelhada, quente, inchada, dói e coça.
Agora, você já sabe: a alergia depende do que vem de fora e do que está dentro de cada pessoa. Quer dizer, depende da quantidade de alergeno que o inseto libera no nosso corpo e da pré-disposição genética de cada um para combater esse invasor. Se esse fator ambiental (do inseto) for somado ao fator genético (da pessoa), é alergia na certa! Ainda não se sabe muito sobre alergia, o fato é que o número de pessoas alérgicas está aumentando no mundo todo. Então, repelente para eles!
Marco Aurélio Martins
Laboratório de Inflamação
Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz
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