Movimento ambiental cresce na China
José Eduardo Mendonça - 26/07/2012 às 09:30
A economia chinesa é a que mais cresce no planeta, e o país recentemente encabeça a lista de maior mercado do mundo. Muitas outras nações, incluindo os Estados Unidos, olham de perto para a nação, tentando ver como ela lida com um crescimento de tal grandeza, tanto de vista político quanto socioeconômico. E embora a economia da China venha desacelerando, não há dúvida de que ela continuará se expandindo no longo prazo. O que não sabe é como esta expansão poderá ser ambientalmente sustentável.
Como acontece com qualquer boom econômico, junto chega um desrespeito pelo ambiente. Os cidadãos se mostram frequentemente mais preocupados com a individualidade e com ganhar dinheiro em períodos de alto crescimento, do que com a proteção de rios, ar e paisagens naturais da invasão do desenvolvimento e da poluicão.
A China é também particularmente grande, tanto em terra quanto em população, tornando a regulamentação ambiental um desafio, dada a desconexão entre governos locais e central. São comuns demais uma supervisão ineficiente e salvaguardas inadequadas, mesmo que questões ambientais seja prementes.
Em muitos respeitos, a China teve uma oportunidade única de evitar inteiramente as consequências da revolução industrial que ocorreram em outros países e optar por uma economia de energia limpa. No entanto, os combustíveis fósseis continuam fortes e abundantes e ainda dominam o cenário. A China, na verdade, recentemente ultrapassou os Estados Unidos como o maior emissor de CO2.
Pensemos nos automóveis. Hoje, apenas 3 por cento da população chinesa tem um carro (são 80 por cento nos EUA), mas quando se multiplica isto pelo população do país, de 1.35 bilhão de pessoas, isto resulta em 40 milhões deles. Se os chineses continuarem a seguir o exemplo americano, simplesmente não vai haver jeito de o planeta sustentar este nível de poluição e extração de recursos. A Terra já mostra sérios sinais de mudança do clima em uma era em que deveríamos desencorajar a posse indivual de carros, aumentando sistemas de partilha e a qualidade do transporte público.
Em resposta à rápida expansão nacional e ao dano ambiental, muitos chineses estão fazendo esforços para combater a poluição e a perda da biodiversidade, através de ONGs e militância local, embora o governo mantenha controle sobre qualquer atividade que ameaçe a autoridade nacional. Por sorte hoje no país os ambientalistas não chamam tanto a atenção quanto outros militantes, e ONGs chinesas como Green Camel Bell e Green Watershed continuam a operar, apesar da vigilância. Com mais consciência, mídias sociais e militância organizada, o movimento ambiental chinês vem rapidamente ganhando expressão.
Como os Estados Unidos, que viram o movimento ambiental florescer nos anos 1970 em resposta à poluição e ao lixo industrial, a China também deverá ver suas ONGs e seus cidadãos criarem um nicho importante para si mesmos em um tecido de mudança econômica e social. A presença deles será cada vez mais crucial, comenta o Care2.
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