O livro traça as origens da ideologia racista moderna até a inquisição espanhola, concluindo que as teorias da degeneração racial do século XVI se transformaram em uma justificativa crucial para o imperialismo ocidental e a escravidão. Mais tarde, por volta do século XIX, essas mesmas teorias se fundiram com o darwinismo e derivaram no influente movimento eugênico. Partindo da premissa que afirmava que o formato craniano e a inteligências eram imutáveis, os simpatizantes desse movimento criaram hierarquias para classificar certas raças, especialmente a ariana, de pele clara, como superiores às demais. O Holocausto foi influenciado diretamente pelos programas que fomentaram os testes de inteligência, a reprodução seletiva e a esterilização, concebidos pelos ideólogos eugênicos. Embora hoje em dia essa doutrina tenha amplo descrédito, ainda existem vários grupos que a utilizam como base científica para suposições anacronicamente racistas.
“Nos últimos 500 anos, as pessoas aprenderam como interpretar e entender o racismo. O racismo está no nosso dia a dia. Nos disseram que há coisas muito específicas que dizem respeito à raça, como a inteligência, o comportamento sexual, as taxas de natalidade, a agressão, o altruísmo e, inclusive, o tamanho do cérebro. Aprendemos que as raças estão estruturadas em uma ordem hierárquica e que algumas são melhores que outras”, afirma Sussman. “Mesmo você não sendo racista, sua vida é afetada por essa estrutura ordenada. Nascemos em uma sociedade racista. O que muitas pessoas não se dão conta é de que essa estrutura racial não se baseia na realidade. Os antropólogos nos mostraram, há muitos anos, que não existe uma realidade biológica de raça humana”, ele conclui.
Fonte: Newsweek
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