Embora haja grutas formadas de diversas rochas carbonatadas, as rochas calcárias são mais estáveis e resistem mais a desabamentos. Por essa razão a maior parte das grutas de dissolução existentes atualmente são calcárias.
A decomposição das rochas por meios químicos envolve, na maioria das vezes, a presença de água que atua como dissolvente, processo de carsificação. A decomposição por dissolução é desigual nas distintas rochas, dependendo dos minerais que as constituem e da sua respectiva resistência. Se pensarmos na calcita é um mineral muito solúvel em águas ricas em CO2. A dissolução efetua-se tanto à superfície (com uma temperatura menor e grande presença de dióxido de carbono) pelas águas pluviais e águas de infiltração, como em profundidade pela ação das águas subterrâneas, onde a temperatura é maior e há menor percentagem de CO2.
Regiões Cársicas
As regiões cársicas costumam possuir vegetação cerrada, relevo acidentado e alta permeabilidade do solo, que permite o escoamento rápido da água. Além de grutas, o sistema cársico possui diversas formações produzidas pela meteorização química: as rochas de lapiás que vamos referir mais à frente.
Os agentes químicos e físicos atuam na formação de grutas calcárias, sendo que, percentualmente, esta atuação pode ser considerada à razão de 90% e 10% respectivamente.
A fase inicial consiste no processo de carsificação ou dissolução química e é resultado da combinação da água da chuva ou de rios superficiais com o dióxido de carbono (CO2) proveniente da atmosfera. O resultado é uma solução de ácido carbônico (H2CO3), ou água ácida, que corrói e dissolve os minerais das rochas. O CO2 reage, transformando o carbonato de cálcio (CaCo3) em bicarbonato ácido de cálcio - Ca (HCO3) 2 - solúvel e levado pelas águas. Os minerais removidos combinam-se ao ácido presente na água e são arrastados para rios subterrâneos ou para camadas geológicas mais baixas, onde se podem sedimentar novamente. As fendas aos poucos alargam-se e tornam-se grandes galerias. Deste modo as dimensões das grutas vão depender tanto do sistema de juntas e fraturas, como da quantidade e infiltração das águas.
Quando o nível freático baixa as galerias formadas esvaziam-se. Em muitos casos, tetos que eram sustentados pela pressão da água podem-se desmoronar, formando grandes salões de abatimento, uma explicação plausível para o que terá acontecimento com a gruta da boca do inferno.
Quanto aos agentes físicos, embora sejam considerados mínimos, revelam um importante papel no desenvolvimento da gruta como por exemplo: o aquecimento e arrefecimento que provocam fraturas e diáclases por onde penetram as águas, o impacto causado pela força erosiva do mar que, por sua vez, aumenta a desagregação da rocha, e por fim a gravidade, o principal agente físico que não atua diretamente mas que vai influir na conformação da gruta.
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