Onde foi divulgada: revista Science
Quem fez: Nizar Ibrahim, Paul C. Sereno, Cristiano Dal Sasso, Simone Maganuco, Matteo Fabbri, David M. Martill, Samir Zouhri, Nathan Myhrvold, Dawid A. Iurino
Instituição: Universidade de Chicago, EUA; Museu de História Natural de Milão, Itália; Universidade Hassan II, Marrocos e outras.
Resultado: Os pesquisadores descreveram adaptações para a vida semiaquática do Spinosaurus aegyptiacus, com base em novos fósseis
"Trabalhar com esse animal foi como estudar um 'alien' de outro espaço: ele é completamente diferente de qualquer outro dinossauro que eu tinha visto", disse Ibrahim.
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Além disso, o bicho possuía grande densidade óssea nas extremidades, que permitia sua submersão, em vez de apenas flutuar na água. Essa característica é semelhante a das primeiras baleias ou a dos hipopótamos modernos.
Fósseis reunidos - Os primeiros ossos do Spinosaurus foram achados em 1912, no Egito. Três anos depois, foram descritos pelo paleontólogo alemão Ernst Stromer von Reichenbach, que não decifrou suas capacidades de adaptação à água.
Esses ossos, que se encontravam em Munique, na Alemanha, foram destruídos pelos bombardeios na Segunda Guerra Mundial, em abril de 1944. Tudo o que restou foram algumas notas e desenhos do animal, feitos por Stromer, e guardados em uma casa de sua família na Baviera.
Por volta de 1975, foi descoberto um novo fóssil, no Marrocos, que se acreditava ser de um crocodilo. Há uma década, os pesquisadores perceberam que se tratava de um fóssil de Spinosaurus. Em 2008, Ibrahim, então um estudante de graduação, recebeu de um nômade no Marrocos, uma caixa cheia de fósseis que ele percebeu que se pareciam muito com o fóssil do Spinosaurus. Com a ajuda do nômade, o pesquisador encontrou mais fragmentos, que faziam parte do mesmo animal. Usando os novos ossos e fósseis, as anotações de Stromer, modelos digitais e uma réplica em 3D do animal, os cientistas puderam analisar com precisão o Spinosaurus, descobrir suas características e decifrar suas capacidades aquáticas.
Os modelos digitais usados na pesquisa, bem como a réplica do esqueleto poderão ser vistos em uma exposição sobre o Spinosaurus no Museu National Geographic, em Washington, EUA, e em um especial na televisão americana. O estudo, que recebeu recursos da National Geographic Society, será tema da edição de outubro da revista, que trará fotos sobre a descoberta.
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