terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fóssil de dentes em Israel pode mudar teoria da evolução humana

Descoberta seria a evidência mais antiga da existência de seres humanos modernos

BBC Brasil | 28/12/2010 10:15


Foto: © AP
Professor Avi Gopher do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv um dente encontrado em síteo arqueológico de Israel
Fósseis de dentes de 400 mil anos pode mudar a teoria da evolução humana, segundo arqueólogos israelenses que o encontraram. Os pesquisadores da Universidade de Tel Aviv acreditam que os dentes seriam de seres humanos modernos, tornando o fóssil a mais antiga evidência da existência de um Homo sapiens.

A teoria aceita atualmente é a de que os Homo sapiens se originaram na África há cerca de 200 mil anos antes de se espalhar pelo mundo. Os fósseis de dentes foram encontrados durante as escavações da caverna de Qesem, um sítio pré-histórico encontrado em 2000 a 12 quilômetros ao leste de Tel Aviv, em Israel. A descoberta foi relatada em um artigo publicado na revista especializada American Journal of Physical Anthropology.

Paradigmas
Pesquisadores dizem que mais estudos são necessários. O coordenador do estudo, Avi Gopher, diz que mais pesquisas são necessárias para comprovar a teoria de seus pesquisadores, mas afirma que a descoberta tem o potencial de mudar o conceito da evolução humana.

"A datação da caverna mostra que a presença do Homo sapiens nesta parte do mundo é mais antiga do que as outras evidências que tínhamos até então", afirma Gopher. "Esta conclusão pode ser de grande importância, porque pode ser a primeira evidência para mudar alguns dos paradigmas que usamos em termos da evolução humana", diz o pesquisador.

A equipe da Universidade de Tel Aviv analisou os fósseis com raios-X e tomografias computadorizadas. A datação foi feita com base na análise da camada de terra na qual eles foram encontrados. Segundo a teoria aceita atualmente, os humanos modernos e os neandertais se originaram de um ancestral comum que vivia na África há cerca de 700 mil anos. Um grupo que migrou para a Europa se desenvolveu nos neandertais antes de serem extintos. Outro grupo, que permaneceu na África, teria gerado os seres humanos modernos, ou Homo sapiens.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

GRUPO CARATINGUENSE RECEBE HOMENAGEM EM ENCONTRO DE PALEONTOLOGIA

Fonte: http://www.portaldiario.info/vernoticias.php?idnoticiasgeral=4304

2010-12-23

O Grupo Fossilis de Caratinga participou nos dias 16, 17 e 18 deste mês, do 9º Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Paleontologia, Paleo Minas, em Uberlândia. O grupo recebeu uma placa em reconhecimento ao trabalho que desenvolve. Na programação, palestras, apresentação de trabalhos e pesquisas de campo; aproximadamente 260 pessoas de diversas cidades do país participaram. 

O encontro contou com a participação de conceituados professores e pesquisadores tais como Douglas Riff, da Universidade Federal de Uberlândia, Geise Ferfass, pesquisadora da Petrobras, Alexander Kllner, do Museu Nacional e outros. O grupo realizou no evento uma apresentação de banners relatando sua história. 
Os trabalhos de campo foram realizados em Uberaba nas proximidades do KM-153 da BR-050. Foram encontrados fósseis de aproximadamente 70 milhões de anos e que foram incorporados ao acervo do Fossilis.  

O grupo de Caratinga sugeriu que o próximo encontro de paleontologia aconteça aqui e a proposta foi aceita; o Fossilis corre atrás de patrocínio de empresas e entidades para garantir o sucesso do encontro previsto para dezembro de 2011. Segundo os líderes do grupo várias personalidades conhecidas da paleontologia já confirmaram presença.
O Grupo Fossilis, existe desde 2001, com aproximadamente 40 membros que se reúnem periodicamente. O foco dos trabalhos são a arqueologia, história e paleontologia. Em Caratinga e região realizam escavações onde já foram encontrados fósseis de 800 anos. O grupo também possui filiais em Araras (SP), Brasília, Santa Catarina e no México. Em breve novas filiais serão inauguradas em Recife, Sete Lagoas e Francisco Morato, no estado de São Paulo.


     
Nas escavações foram encontrados fósseis de 70 milhões de ano
 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Diferença paquidérmica

22/12/2010
Agência FAPESP – Um novo estudo realizado por pesquisadores norte-americanos e britânicos revelou que existem duas espécies de elefantes na África e não apenas uma, como se acreditava até agora.
Os pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard (Estados Unidos), da Universidade de Illinois (Estados Unidos) e da Universidade de York (Reino Unido) utilizaram análise genética para provar que, na África, o elefante das savanas e o elefante das florestas mantiveram-se separados por vários milhões de anos.
Os resultados do estudo foram publicados na revista de acesso aberto PLoS Biology. Os cientistas compararam o DNA de elefantes modernos da África e da Ásia ao DNA extraído de duas espécies extintas: o mamute e o mastodonte.
De acordo com os autores, pela primeira vez foram geradas sequências para o genoma nuclear do mastodonte. Também é a primeira fez que se realizou uma análise conjunta do elefante asiático, dos elefantes africanos da floresta e da savana, dos mamutes e do mastodonte americano.
Diferença paquidérmica
África tem duas espécies de elefantes e não só uma, como se pensava, revela estudo. Geneticamente, animais africanos da savana e da floresta são tão diferentes como mamutes e elefantes modernos da Ásia (divulgação)

“Do ponto de vista experimental, enfrentamos um grande desafio ao extrair sequências de DNA de dois fósseis – de mamutes e mastodontes – e alinhá-los com o DNA de elefantes modernos sobre centenas de segmentos do genoma”, disse Nadin Rohland, do Departamento de Genética da Escola de Medicina de Harvard.
“A descoberta surpreendente é que os elefantes das florestas e das savanas da África – que alguns acreditavam ser da mesma espécie – são tão distintos entre si como os elefantes asiáticos e os mamutes”, disse David Reich, professor do mesmo departamento.

Os cientistas dispunham de DNA de apenas um único elefante de cada espécie, mas conseguiram extrair, de cada genoma, dados suficientes para analisar milhões de anos de evolução até a época em que os elefantes divergiram pela primeira vez entre eles.

“A divergência das duas espécies ocorreu mais ou menos na época da divergência entre os elefantes da Ásia e os mamutes”, disse Michi Hofreiter, especialista no estudo de DNAs ancestrais no Departamento de Biologia de York. “A ruptura entre os elefantes africanos das savanas e das florestas é quase tão antiga como a ruptura entre os humanos e os chimpanzés. Esse resultado nos deixou muito surpresos.”
A possibilidade de que se tratava de duas espécies separadas foi levantada pela primeira vez em 2001, mas o estudo atual fornece a prova mais contundente até agora de que elas são de fato distintas.
Anteriormente, muitos naturalistas acreditavam que os elefantes africanos das savanas e das florestas fossem duas populações da mesma espécie, apesar das consideráveis diferenças de tamanho observadas. O elefante da savana tem uma altura média, do chão até o ombro, de 3,5 metros. O elefante da floresta tem uma altura média de 2,5 metros. O elefante da savana pesa entre seis e sete toneladas – aproximadamente o dobro do peso do elefante da floresta.

As análises de DNA revelaram uma ampla gama de diferenças genéticas entre as espécies. O elefante da savana e o mamute têm uma diversidade genética muito baixa, enquanto os elefantes da Ásia têm diversidade média e os elefantes da floresta têm uma diversidade muito alta. Os pesquisadores acreditam que essas diferenças se devem à variação dos níveis de competição reprodutiva entre os machos.
“A partir de agora temos que tratar os elefantes da floresta e da savana, para fins de conservação, como duas unidades diferentes”, disse Alfred Roca, professor do Departamento de Ciência Animal da Universidade de Illinois.

"Desde 1950, todos os elefantes africanos têm sido conservados com uma só espécie. Agora que sabemos que os elefantes da savana e da floresta são dois animais muito diferentes, a prioridade para fins de conservação deveria ser dada ao elefante da floresta”, disse.

O artigo de Nadin Rohland e outros pode ser lido em www.plosbiology.org.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Biota Neotropica e BIOprospecTA transferem sistemas

17/12/2010
Agência FAPESP – A Diretoria Científica da FAPESP, a coordenação do programa BIOTA-FAPESP e o Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA) divulgaram comunicado a respeito da transferência do Sistema de Informação da revista Biota Neotropica e do website da Rede BIOprospecTA para a unidade do Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho em São Paulo (Cenapad-SP), localizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Comunicado conjunto sobre a transferência do Sistema de Informação da revista Biota Neotropica e do website da Rede BIOTA de Bioprospecção e Bioensaios (BIOprospecTA)

Biota Neotropica e BIOprospecTA transferem sistemas
FAPESP, BIOTA e CRIA comunicam transferência do sistema de informação da revista e do website da rede para a unidade do Cenapad na Unicamp

A Diretoria Científica da FAPESP, a coordenação do programa BIOTA-FAPESP e o Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA) comunicam à comunidade científica a transferência do Sistema de Informação da revista Biota Neotropica e do website da Rede Biota de Bioprospecção e Bioensaios (BIOprospecTA), para a unidade do Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho em São Paulo (Cenapad-SP), localizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Em agosto de 2007, as três universidades estaduais paulistas se comprometeram com o processo de institucionalização dos sistemas desenvolvidos pelo Programa Biota-FAPESP, oferecendo uma contrapartida de pessoal e instalações para abrigar esses sistemas. Essa parceria começa a se concretizar agora, com a transferência da revista Biota Neotropica e do website do BIOprospecTA. Comunicamos, portanto, que a partir de 1º de dezembro de 2010 o endereço www.biotaneotropica.org.br passou a ser respondido por uma máquina fisicamente localizada no Cenapad-SP, sob a responsabilidade do professor Carlos Alfredo Joly, presidente da coordenação do programa BIOTA na FAPESP. A partir de agora, a manutenção e o desenvolvimento de novos módulos e/ou ferramentas desses sistemas serão realizados com apoio do Cenapad e da Unicamp, sob a responsabilidade e supervisão da coordenação do programa BIOTA-FAPESP.
O CRIA agradece à FAPESP pelo apoio ao desenvolvimento do sistema de informação da revista, que teve o seu primeiro número veiculado no ano de 2001. É importante ressaltar o caráter inovador da revista que, além de ser online only, foi desenvolvida visando à interoperabilidade com os demais sistemas BIOTA e outros sistemas de informação. Agradecemos também à comunidade científica pela confiança expressada ao publicarem seus artigos na revista.

A coordenação do programa BIOTA-FAPESP agradece ao CRIA, em nome da comunidade de pesquisadores associados ao programa, pelo desenvolvimento de um sistema altamente inovador para a criação e lançamento da Biota Neotropica há dez anos. Sem dúvida, a qualidade e o arrojo do sistema contribuíram também para que a revista alcançasse rapidamente o reconhecimento da comunidade científica no Brasil e no exterior. Cabe mencionar ainda o esforço do CRIA em manter a Biota Neotropica online por dez anos, publicando regularmente os novos números (dois por ano até 2005, três até 2007 e quatro por ano desde 2008) sem atrasos, o que permitiu obtermos e mantermos o registro da revista em vários indexadores nacionais e internacionais.

São Paulo, 13 de dezembro de 2010
Carlos Henrique de Brito Cruz, Diretoria Científica, FAPESP
Carlos Joly, coordenação do programa BIOTA-FAPESP
Vanderlei Perez Canhos, Centro de Referência em Informação Ambiental, CRIA

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Memórias de irídio

15/12/2010
Agência FAPESP – Um dos metais mais raros na Terra pode ser uma excelente opção para a produção de memórias cada vez mais rápidas para computadores e dispositivos eletrônicos, segundo estudo feito por um grupo de cientistas de Taiwan.
Trata-se do irídio, o elemento químico de número atômico 77, um metal de transição muito resistente à corrosão. É empregado em ligas de alta resistência que podem suportar elevadas temperaturas. Pouco abundante, é encontrado na natureza associado ao ósmio e à platina.
“Ao inserirmos nanocristais de irídio na porta flutuante, uma parte crítica da memória flash, verificamos excelente capacidade de funcionamento bem como estabilidade nas temperaturas elevadas usadas no processamento de tais dispositivos semicondutores”, disse Wen-Shou Tseng, do Instituto de Pesquisa em Tecnologia Industrial de Taiwan, um dos autores do estudo.

Memórias de irídio
Estudo indica que metal tem propriedades excelentes para a produção de memórias cada vez mais rápidas para computadores e dispositivos eletrônicos (divulgação)

Os resultados foram publicados no Applied Physics Letters, periódico do American Institute of Physics. A porta flutuante é um dos tipos de transistores na memória flash, separada da porta de controle por uma camada fina de um óxido.
Os cientistas escolheram o irídio principalmente por duas propriedades muito desejadas na fabricação de memórias eletrônicas. Em primeiro lugar, o metal mantém fortemente seus elétrons, o que é uma propriedade excelente relacionada com a manutenção de informação digital.
Em segundo, tem um ponto de derretimento de cerca de 2.500º C, muito acima dos 900º C que os chips precisam suportar durante a fabricação. Além disso, apesar de ser raro, apenas um bilionésimo de bilionésimo de grama de irídio é necessário para cada porta das memórias.
Muitos países têm investigado novas formas de melhorar a popular memória flash, que é um tipo de chip de memória não volátil usado em praticamente todas as câmeras digitais e eletrônicos portáteis. Recentemente, a memória flash também tem sido aplicada em computadores, como a nova versão do MacBook Air, da Apple.
Segundo o novo estudo, a maneira mais fácil para que as futuras memórias do tipo contenham mais dados e possam gravar e acessar dados mais rapidamente está na diminuição das dimensões dos chips atuais, incluindo das portas de seus transistores.
O problema é que o desenho da porta flutuante atual já evoluiu até um ponto a partir do qual não será possível diminuir muito mais e continuar suportando as cargas elétricas responsáveis pelo armazenamento dos dados.
E é aí que entram os nanocristais de irídio, propostos como uma mudança relativamente simples para melhorar a performance e reduzir o tamanho dos componentes, sem que isso implique alterar fundamentalmente seu desenho atual.
O artigo Formation of iridium nanocrystals with highly thermal stability for the applications of nonvolatile memory with excellent trapping ability (doi:10.1063/1.3498049), de Wen-Shou Tseng e outros, pode ser lido por assinantes da Applied Physics Letters em http://link.aip.org/link/applab/v97/i14/p143507/s1.

sábado, 11 de dezembro de 2010

a genética de primos no altar

Consulta médica na novela da Globo leva Sergio Pena a explicar os problemas reais da reprodução entre parentes próximos. Para calcular os riscos genéticos de casais consanguíneos, o geneticista trabalha no desenvolvimento de um novo teste de DNA.
Por: Sergio Danilo Pena
Publicado em 10/12/2010 | Atualizado em 10/12/2010
‘Passione’ e a genética de primos no altar
Casais consanguíneos devem procurar aconselhamento genético para lidar com as possíveis consequências reprodutivas negativas de sua união. (foto: sxc.hu)
A novela Passione definitivamente conquistou o coração do grande público brasileiro, que assiste diariamente, mesmerizado, as aventuras e desventuras familiares e amorosas de um amplo número de personagens representados por estrelas “globais”.
Em uma das subtramas, Fátima (Bianca Bin) e Sinval (Kayky Brito), que são primos em primeiro grau, pretendem se casar. Estimulados por Candê (Vera Holtz), ansiosa com as possíveis consequências reprodutivas negativas do casamento consanguíneo, eles procuram um médico-geneticista, o Dr. Bruno Guedes (Márcio Ehrlich).


A Rede Globo deve ser congratulada por mostrar ao público que uma consulta de aconselhamento genético é a maneira correta de lidar com situações reprodutivas de risco.
A divulgação televisiva exagerou os riscos genéticos reprodutivos em situações que envolvem parentesco
Infelizmente, a conclusão do médico de que quando os pais são primos em primeiro grau “existe um risco grande [minha ênfase] de um filho comprometido para algum tipo de doença genética grave” é excessivamente pessimista, como veremos a seguir.
A divulgação televisiva, que exagerou os riscos genéticos reprodutivos em situações que envolvem parentesco, criou desconforto e pânico em casais consanguíneos na vida real. Por isso, nesta coluna, eu gostaria de revisar o assunto com base no consenso médico-científico mais atualizado.

Doenças genéticas recessivas

O Dr. Bruno Guedes identificou corretamente que os riscos genéticos de casais aparentados estão aumentados com relação a doenças que têm herança recessiva, ou seja, aquelas nas quais a criança tem de herdar uma dose dupla do gene alterado (“mutante”) para que a doença se instale.
Indivíduos que possuem uma única dose de um gene recessivo são sadios e chamados de portadores. A maioria dos genes recessivos em uma população está "escondida" em portadores sadios. Na verdade, estudos demonstraram que cada um de nós é portador, em dose única, de três a cinco genes deletérios que seriam letais em dose dupla.
Entretanto, a frequência de doenças recessivas se mantém baixa na população, porque para que um portador tenha um filho afetado é necessário que a sua parceira também seja portadora. Se a parceira não for consanguínea, a probabilidade de que isso aconteça vai depender da frequência do gene na população, mas em geral será muito baixa.
Darwin e Emma
Retratos de Charles Darwin e de sua esposa e prima de primeiro grau Emma pintados pelo artista inglês George Richmond. O casal teve dez filhos, dos quais sete sobreviveram até a vida adulta. Dois morreram na infância e uma filha faleceu com 10 anos, aparentemente com uma doença infecciosa. (foto: Wikimedia Commons)
Por outro lado, se a parceira for parente, o risco de um filho do casal receber um gene mutante em dose dupla aumenta. O impacto real desse aumento para os casais consanguíneos é que precisa ser bem entendido para informar as suas decisões reprodutivas.
Uma conclusão importante dessa explicação é que o maior risco genético de casais consanguíneos refere-se apenas a uma categoria específica de doenças genéticas raras, que são as doenças recessivas. O risco de doenças cromossômicas, como a síndrome de Down, não aumenta com a consanguinidade.
Na avaliação do casal consanguíneo, é necessário obter uma história familial detalhada para estabelecer de forma precisa o grau de consanguinidade e para identificar casos prévios de doença genética na família.
Se for verificada alguma doença genética, principalmente do tipo recessivo, o risco para o casal precisa ser calculado de acordo com as regras mendelianas bem conhecidas.
Vale a pena lembrar que tal história familial, aparentemente, não foi colhida na consulta genética de Fátima e Sinval com o Dr. Bruno Guedes.

Os riscos reais da consanguinidade

Mesmo sem qualquer história de doenças genéticas na família, ainda há um risco de doenças recessivas aparecerem.
Sabe-se que com casais normais não consanguíneos, de 2% a 3% dos recém-nascidos apresentam uma anomalia congênita importante. No caso de casais primos em primeiro grau, esse risco foi determinado empiricamente como sendo aproximadamente o dobro, ou seja, 4 a 6%.
Esse risco será progressivamente menor para consanguinidades mais distantes (primos em segundo grau, terceiro grau etc.) e maior para consanguinidades mais próximas (casamentos entre sobrinhos e tios etc.).
Einstein e Elsa
O segundo casamento de Albert Einstein foi com Elsa Löwenthal, sua prima de primeiro grau por parte paterna e prima de segundo grau por parte materna, caracterizando assim uma elevada consanguinidade. O casal não teve filhos. (foto: Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos)
Certamente, o risco de 4-6%, que corresponde a 94-96% de chance de sucesso, não pode ser chamado de “grande”, como foi veiculado para o público na novela.
O aconselhamento genético é sempre não diretivo, ou seja, o geneticista informa e explica os riscos ao casal, que então faz uma decisão informada. A consulta da televisão estava correta nesse ponto, pois devem ser apresentadas opções de conduta aos consulentes.
Entretanto, além da adoção, há outras opções que não foram discutidas na novela. Entre elas está a inseminação artificial com sêmen de doador – nesse caso, a criança vai ser filha biológica da mãe, que também assume controle sobre os cuidados pré-natais. Mais recentemente, a utilização de óvulos doados se tornou uma nova possibilidade a ser considerada.

Pesquisa molecular em curso

É importante a família entender que, na ausência de história familial de alguma doença recessiva, o risco que a consaguinidade traz para a reprodução é difuso. Qualquer uma das mais de 2 mil doenças recessivas conhecidas pode aparecer. Por isso, na ausência de uma doença já vista previamente na família, ainda não é possível fazer testes genéticos eficientes.
Na ausência de história familial de alguma doença recessiva, qualquer uma das mais de 2 mil conhecidas pode aparecer
O máximo que podemos oferecer ao casal é uma ultra-sonografia de alta resolução com biometria fetal, no segundo trimestre de gravidez, para detecção das malformações estruturais mais óbvias.
Com base nas informações propiciadas pela explosão metodológica da genética molecular, estamos pesquisando maneiras de criar testes de DNA que possam ser úteis para o aconselhamento genético de casais consanguíneos.
Dentro desse esforço, tenho colaborado com o bioinformata inglês Ian M. Carr, do Instituto de Medicina Molecular de Leeds, na Inglaterra. Nós desenvolvemos um programa de computador que fornece uma espécie de fotografia das regiões do genoma que são idênticas em um determinado casal.
A figura abaixo, fornecida pelo nosso programa a partir de exames de DNA, mostra as regiões idênticas (em verde) de um casal inglês não consanguíneo (coeficiente de relação genética inferior a 1%) e de um casal de primos de uma aldeia do Paquistão.
Genomas de casais com regiões de identidade por descendência
“Fotografia” das regiões idênticas dos genomas (em verde) de um casal inglês não consanguíneo (A) e um casal de primos do Paquistão com grande consanguinidade (B). Os cromossomos estão mostrados horizontalmente, em ordem decrescente de tamanho, do 1 até o 22. Imagens fornecidas por Ian M. Carr, do Instituto de Medicina Molecular de Leeds, na Inglaterra.
No casal paquistanês, 31,2% dos genomas são idênticos, evidenciando um parentesco muito mais próximo do que seria esperado simplesmente pela informação de família, certamente um reflexo de múltiplos relacionamentos consanguíneos em seus ancestrais. Casamentos entre parentes são muito frequentes no Paquistão, onde se estima que mais de 50% dos casais são primos em primeiro ou segundo grau.
Esperamos, em um ou dois anos, poder oferecer um aconselhamento genético mais preciso para casais aparentados
O programa usa dados de testes de DNA feitos em um milhão de variantes genômicos (polimorfismos de base única – SNPs) distribuídos em todo o genoma e cujo conteúdo genético foi obtido por meio da técnica de microarranjos de DNA, como já foi explicado nas colunas de junho de 2006 e janeiro de 2010. Usando um algoritmo bastante eficiente, o programa identifica as regiões onde há identidade de múltiplos SNPs (regiões de “identidade por descendência”) e “pinta” essas regiões nos cromossomos.
A próxima etapa da pesquisa é concentrar a atenção nessas regiões e desenvolver novos algoritmos para identificar os genes recessivos deletérios nas regiões de “identidade por descendência”, ou seja, herdadas por ambos os membros do casal de um único ancestral comum.
Esperamos assim, em um ou dois anos, poder oferecer um aconselhamento genético mais preciso para casais aparentados, com base em informações obtidas do genoma e interpretadas pela bioinformática.

Sergio Danilo Pena

Departamento de Bioquímica e Imunologia
Universidade Federal de Minas Gerais

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Dinossauros brazucas

Livro recém-lançado traz dossiê sobre a vida dos gigantes que habitaram as terras brasileiras há milhões de anos. Acompanhe a história desses animais pré-históricos desde a origem da vida no planeta até a extinção do grupo.
Por: Bruna Ventura
Publicado em 01/12/2010 | Atualizado em 01/12/2010
Dinossauros brazucas
‘Irritator challengeri’, dinossauro carnívoro brasileiro (ilustração: Felipe Alves Elias).
O oceano Atlântico ainda era jovem e as praias do Maranhão estavam a poucas centenas de quilômetros da costa africana quando o Amazonsaurus maranhensis andava por essa região do Brasil. Não muito longe dali, um crocodilo terrestre chamado Baurusuchus aterrorizava o local onde hoje fica o estado de São Paulo.
Não se trata de uma versão nacional para o filme Jurassic Park. O cenário acima é real e foi construído graças aos fósseis dos dinossauros encontrados em terras brasileiras e documentados no livro O guia completo dos dinossauros do Brasil.
O guia completo dos dinossauros do Brasil
Capa do livro 'O guia completo dos dinossauros do Brasil'.
Recém-lançada pela editora Peirópolis, a obra é fruto de uma pesquisa de mais de dez anos feita pelo professor Luiz Eduardo Anelli, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), e inclui até dados obtidos a partir das mais recentes descobertas de fósseis no Brasil. “Quis fazer conhecidos dos brasileiros os dinossauros que viveram por aqui, pois nós sabemos pouco sobre o chão em que pisamos e existe uma longa história sob nossos pés”, reflete o autor.
Muitos fósseis já foram encontrados no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Ceará, em Pernambuco e no Maranhão. Entretanto, só 22 espécies são oficialmente reconhecidas.
Alguns dos esqueletos dessas espécies estão entre os mais antigos já encontrados e são fundamentais no estudo da origem e da evolução dos dinossauros. Esses vestígios apontam a América do Sul como o mais provável berçário dessa fascinante linhagem.

Retorno às origens

Mais do que descrever a morfologia dos dinossauros, o livro investiga as origens desses animais, o ambiente em que viveram, seus hábitos, por que se diversificaram tanto e como desapareceram há 65 milhões de anos.
“Os brasileiros vão conhecer o tempo dos dinossauros, onde e como foram encontrados e qual o significado de cada um dentro da grande árvore da vida animal”
“Os brasileiros vão conhecer o tempo dos dinossauros, onde e como foram encontrados e qual o significado de cada um dentro da grande árvore da vida animal”, afirma Anelli.
Para isso, o autor volta 4,6 bilhões de anos no tempo, até a época do surgimento da Terra. Mostra a origem da vida nos oceanos e as primeiras plantas e animais. Para que o leitor se sinta mais familiarizado com a evolução dos acontecimentos, os principais eventos da história da vida são associados às horas de um dia. “Somente a pouco menos de três horas do final do dia aparecem os primeiros animais invertebrados”, diz no livro.
A evolução dos animais é cuidadosamente documentada, desde o meio aquático. Um salto evolutivo nos leva até o período Jurássico, marcado pela multiplicação dos dinossauros, há 228 milhões de anos. “Esse grupo de animais é tão fascinante que é possível viajar com eles; é divertido estudá-los”, completa.
Rayososauros
'Rayososauros', espécie de dinossauro encontrada no Brasil (ilustração: Felipe Alves Elias).

Os fósseis do vizinho são mais numerosos

O livro também faz uma comparação entre os achados do Brasil e da Argentina. Se fosse uma partida de futebol, nós perderíamos. Enquanto o Brasil tem 22 espécies de dinossauros registradas, os hermanos argentinos estão muito à frente, com 110.
Enquanto o Brasil tem 22 espécies de dinossauros registradas, os hermanos argentinos estão muito à frente, com 110.
O autor explica que, embora o território brasileiro seja mais extenso, existem aspectos que justificam a abundância de fósseis na Argentina, como o clima, o relevo e os ambientes geológicos. “A vegetação variada, por exemplo, que atrai um maior número de herbívoros, contribui para essa discrepância”, acrescenta.
Os argentinos também ganham de nós no quesito pioneirismo. O Staurikosaurus pricei, primeiro dinossauro documentado no Brasil, foi descrito na década de 1970. Já o primeiro fóssil argentino foi descoberto quase 80 anos antes. “Os argentinos são pioneiros na América do Sul”, afirma o autor.

Ao fim do livro, o leitor encontra um catálogo ricamente ilustrado pelo paleoartista Felipe Alves Elias com todas as espécies de dinossauros brasileiros e informações sistematizadas sobre elas. As reconstruções, bem elaboradas, revelam detalhes sobre a anatomia e mostram a complexidade desses gigantes pré-históricos.

O guia completo dos dinossauros do Brasil
Luiz Eduardo Anelli (ilustrações: Felipe Alves Elias)
São Paulo, 2010, Peirópolis
224 páginas – R$ 62,00
Tel.: (11) 3816-0699
Laboratório de Primatologia

Linhas de Pesquisa  
Ecologia, conservação, comportamento e cognição de primatas
Principais tópicos de pesquisa:
(a) Ecologia cognitiva – determinar, através de uma abordagem experimental de campo, os tipos de informação ecológica e social utilizados na tomada de decisões de forrageio por diferentes espécies de primatas neotropicais;
(b) Forrageio social – identificar as estratégias de forrageio adotadas por diferentes membros de um grupo social e sua relação com a estrutura social, relações de dominância e disponibilidade e facilidade de monopolização do alimento;
(c) Ecologia da fragmentação – avaliar a influência de diferentes graus de isolamento espacial decorrentes da fragmentação do hábitat e de características estruturais dos fragmentos sobre a sobrevivência, ecologia e comportamento de sub-populações de primatas isoladas em remanescentes florestais;
(d) Simpatria entre espécies congenéricas – Avaliar o grau de sobreposição de nichos, a estrutura das vocalizações, a estrutura genética das populações e a ocorrência de hibridização entre espécies congenéricas simpátricas (em especial, os bugios Alouatta caraya e A. guariba clamitans);
(e) Frugivoria e dispersão de sementes – Investigar a influência do consumo de frutos pelos macacos sobre a viabilidade, germinação e dispersão de sementes de diferentes espécies arbóreas e sua contribuição na regeneração da floresta;
(f) Termorregulação comportamental – determinar a influência de variáveis ambientais (temperatura, velocidade do vento, sensação térmica e umidade relativa do ar) sobre o comportamento postural, a seleção de microhábitats e o distanciamento interindividual durante o descanso;
(g) Comportamento de primatas em cativeiro - estudar diferentes aspectos do comportamento dos primatas sob condições de cativeiro, tais como seu comportamento e organização social, período reprodutivo, influência do enriquecimento ambiental sobre o repertório comportamental e uso de ferramentas.

Coordenador do Laboratório:Prof. Júlio César Bicca-Marques, Ph.D.
Fonte: http://www.pucrs.br/fabio/labprimatologia.html

Nebulosas precoces

10/12/2010
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Determinar a idade das estrelas que se encontram no centro das nebulosas planetárias é um problema complexo para os astrônomos. Até agora não existe um método que possa ser aplicado de forma generalizada para fazer esses cálculos.

Depois de desenvolver e aplicar três diferentes métodos para calcular a idade dessas estrelas, um grupo de cientistas da Universidade de São Paulo (USP) descobriu que elas podem ser mais jovens do que se imaginava. Acreditava-se que a média de idade seria de 5 bilhões de anos, mas, na amostra estudada, a maioria das estrelas é mais nova.

Os primeiros resultados do estudo foram publicados no início de 2010 na revista Astronomy and Astrophysics e um novo artigo será lançado no início de 2011. A pesquisa é um dos resultados do Projeto Temático “Nebulosas fotoionizadas, estrelas e evolução química de galáxias”, coordenado por Walter Maciel, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, e financiado pela FAPESP.
De acordo com Maciel, é importante compreender a dinâmica das nebulosas planetárias, já que elas desempenham um papel crucial na evolução das galáxias.
Nebulosas precoces
Estrelas no centro de nebulosas planetárias podem ser mais jovens do que se imaginava, indica estudo realizado por cientistas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP

“Determinar a idade dessas estrelas é fundamental para entender a dinâmica. Nesse estudo, focamos especificamente em estrelas parecidas com o Sol, que deverá ter o mesmo destino delas dentro de alguns bilhões de anos”, disse à Agência FAPESP.
Quando uma estrela semelhante ao Sol consome todo o seu combustível, depois de funcionar por bilhões de anos como um imenso reator nuclear, seu interior entra em colapso. Sua parte externa, então, começa a ser ejetada, formando a chamada nebulosa planetária.

“Essa nebulosa vai se afastando da estrela, até se dispersar completamente no meio interestelar. Depois disso, a estrela se transforma em anã branca – uma estrela quente mas pouco brilhante por não fazer reações nucleares. O Sol também passará por esse processo dentro de 4 ou 5 bilhões de anos”, disse.
A nebulosa planetária dura pouco, em comparação aos bilhões de anos de vida da estrela: cerca de 20 mil anos. Mas, por liberar metais pesados e muitos outros elementos químicos no espaço interestelar, elas são consideradas objetos importantes para a evolução química das galáxias, segundo o professor.
“Essas estrelas variam muito de tamanho: de alguns décimos da massa do Sol – algo um pouco maior que Júpiter – até oito vezes a massa solar. Em nosso estudo, tratamos apenas de estrelas a partir de 80% da massa do Sol, pois fora dessa faixa a evolução estelar é muito diferente. Quanto maior a massa, menor o tempo de vida da estrela”, disse.

Maciel explicou que, ao observar a nebulosa, não se pode detectar a idade da estrela em seu interior. Não há um método aplicável a todos os casos e a maioria dos métodos disponíveis é eficiente apenas para estrelas muito jovens. No caso de estrelas mais velhas, com idades próximas à do Sol – ou seja, de 4 a 5 bilhões de anos –, os resultados são muito incertos.

“Desenvolvemos três métodos para avaliar a idade dessas estrelas. Do conjunto de cerca de 2 mil nebulosas planetárias existentes na galáxia, selecionamos uma amostra de 300 sobre as quais temos mais dados. Começamos então a aplicar a elas os três métodos, calculamos as idades e comparamos os resultados”, contou.
Um quarto método está sendo desenvolvido, com base nos dados cinemáticos das estrelas de nebulosas planetárias – isto é, nas informações que relacionam idade e movimento estelar. “Faremos a aplicação desse método em uma amostra maior, de 700 estrelas”, disse.

O ideal, segundo Maciel, seria calcular a idade exata de cada estrela individualmente, mas as divergências entre os métodos dificultam a tarefa. “Estamos partindo primeiro de uma perspectiva menos ambiciosa, que consiste em estudar a distribuição dessas idades – ou seja, avaliar qual a porcentagem de estrelas com 1 bilhão de anos, com até 5 bilhões de anos, acima dos 5 bilhões e assim por diante”, explicou.
As estrelas estudadas se encontram no disco galáctico, a região da galáxia na qual se encontra o Sistema Solar. “Algumas das estrelas, embora já estejam em nebulosas, são até mais jovens que o Sol, mas evoluíram mais rapidamente, na maior parte dos casos por terem massas maiores. O estudo indica que a maior parte das estrelas da nossa amostra é mais jovem que o Sol, isto é, tem idades abaixo de 5 bilhões de anos”, disse.

Outras linhas de pesquisa
Além da vertente voltada para o cálculo de idades de estrelas de nebulosas planetárias, o Projeto Temático tem vários outros eixos de pesquisa e todos geraram diversas publicações. Uma das vertentes, por exemplo, avalia as diferenças entre as nebulosas planetárias em relação à sua posição na galáxia.
“A nossa galáxia é composta por um bojo, em seu centro, pelo disco em volta dele e por um halo, mais disperso, em volta do disco. Mas não é fácil saber quais nebulosas estão situadas no próprio bojo, ou no disco mas na direção do bojo. E elas têm propriedades diferentes dependendo da localização. Procuramos entender essas diferenças a partir da análise de abundância de elementos químicos”, disse.
Outro estudo relacionado ao Temático trata das propriedades dos ventos das estrelas de nebulosas planetárias, a partir da utilização de modelos sofisticados.

“O vento do Sol é bastante diluído e sua emissão representa a perda de uma quantidade muito pequena de massa. Mas outras estrelas perdem, com os ventos, uma massa 10 bilhões de vezes maior. Estudar isso é algo complexo, porque se trata de um gás em situação muito instável. Para fazê-lo, utilizamos um código bastante complexo”, disse.

Há projetos também relacionados, por exemplo, aos aglomerados de estrelas. “Procuramos compreender como esses aglomerados se formam e se dissipam. Nesses estudos, aplicamos ferramentas que permitem definir quando se trata de fato de um aglomerado, ou dos restos de um aglomerado, ou apenas de um grupo de estrelas”, disse Maciel.

O artigo Age distribution of the central stars of galactic disk planetary nebulae (doi: 10.1051/0004-6361/200912499), de Walter Maciel e outros, pode ser lido por assinantes da Astronomy and Astrophysics em www.aanda.org/articles/aa/abs/2010/04/aa12499-09/aa12499-09.html.
 
  • Nebulosas fotoionizadas, estrelas e evolução química de galáxias

  • Título (Inglês): Photoionized nebulae, stars and the chemical evolution of galaxies
  • Linha de fomento: Auxílio a Projeto de Pesquisa - Temático
  • Pesquisador responsável:

    Walter Junqueira Maciel

    Outros trabalhos de Walter Junqueira Maciel Outros trabalhos do(a) pesquisador(a)
  • Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG)
  • Pesquisadores principais:

    Roberto Dell Aglio Dias da Costa

  • Processo: 06/59453-0
  • Processo(s) vinculado(s): 07/07704-2 - 09/01346-2 - 09/07477-1
  • Início: 01 jul. 2007
  • Término: 30 jun. 2011
  • Área do conhecimento: Ciências exatas e da terra - Astronomia
  • Resumo: Neste projeto pretende-se continuar o estudo da evolução química de sistemas como a galáxia, as nuvens de Magalhães e galáxias próximas, usando basicamente nebulosas fotoionizadas, compreendendo as nebulosas planetárias e regiões HII, e estrelas. Os principais subprojetos incluem: determinação da composição química de nebulosas planetárias galácticas, in¬cluindo objetos da vizinhança solar, disco e bojo galácticos, das nuvens de Maga¬lhães e de outras galáxias do grupo local; estudo da composição química e temperaturas de regiões HII da galáxia e de objetos do grupo local, usando dados de linhas de recombinação em rádio e do espectro óptico; análise dos gradientes de abundâncias na galáxia e outras galáxias, a partir de nebulosas planetárias, regiões HII, estrelas jovens e outros objetos; determinação da função de luminosidade das nebulosas planetárias da galáxia, incluindo objetos do disco e do bojo galácticos, e comparação com resultados para galáxias do grupo local; estudo de estrelas simbióticas, em particular com relação à sua composição química e aos processos físicos associados com a emissão em raios x; estudo das estrelas centrais de nebulosas planetárias, particularmente envol¬vendo suas massas e a relação entre as propriedades dos ventos estelares observados nesses objetos e sua metalicidade; estudo da relação idade-metalicidade e sua relação com a e cinemática da galáxia; determinação das distribuições de metalicidade e formação estelar na galáxia e sua variação temporal e a procura de uma relação entre as abundâncias de oxigênio e ferro ao longo do disco; estudo da evolução química de bojos galácticos, com a construção de modelos que possam se ajustar aos dados obtidos para estrelas e nebulosas planetárias; estudo da formação e evolução de aglomerados abertos na galáxia, e análise de suas propriedades cinemáticas. Análise de um possível auto-enriquecimento em aglomerados e associações da galáxia; estudo da evolução de estrelas AGB e nebulosas planetárias no infravermelho, em particular utilizando os levantamentos MSX e 2MASS. Também a realização de um levantamento espectroscópico de estrelas quentes a partir de dados já obtidos no LNA; estudo da cinemática, dinâmica e evolução química da galáxia, por meio de correlações entre a curva de rotação de nebulosas planetárias e de regiões HII, e também de sua distribuição espacial na galáxia. Para a realização deste projeto, estão sendo solicitados equipamentos de informática, diárias para missões observacionais no País, viagens e diárias no País para discussão de pesquisa dos membros relacionados na equipe. (AU)
  • Abstract: This project is a continuation of our previous project, and its main goal is the study of the chemical evolution of systems such as the Milky Way, the Magellanic clouds and nearby galaxies, on the basis of photoionized nebulae, including planetary nebulae and HII regions, as well as stars. The main projects include: a determination of the chemical composition of galactic planetary nebulae, including objects in the solar neighborhood, disk and bulge, as well as the Mag¬ellanic clouds and other galaxies in the local group; a study of the chemical composition and electron temperatures of galactic HII and of HII regions in the local group, using both radio and optical data; analysis of abundance gradients in the galaxy and in other spiral galaxies, on the basis of planetary nebula data, as well as data from HII regions, young stars and other objects; a determination of the planetary nebula luminosity function in the galaxy, including disk and bulge objects, and a comparison with results for other galaxies in the local group; symbiotic stars, particularly studies involving the chemical composition and the physical processes associated with the x-ray emission; a study of the central stars of planetary nebulae, especially of their masses and the relation between the properties of the stellar winds and the stellar and nebular metallicity; the age-metallicity relationship and its relation to the kinematics of the galaxy. Also, a determination of the metallicity distribution and star formation in the galaxy and their time variations, and a search for a relationship between the oxygen and iron abundances in the galactic disk; the chemical evolution of galactic bulges, involving the development of theo¬retical models in order to fit the observed metallicity of bulge planetary nebulae and stars; the formation and evolution of open clusters in the galaxy, and an analysis of their kinematic properties. Also, a study of the self-enrichment in clusters and associations; a study of the evolution of AGB stars and planetary nebulae in the infrared, especially using the MSX and 2MASS surveys. Also, a spectroscopic survey of hot stars, using data already secured at the LNA observatory; a study of the kinematics, dynamics and chemical evolution of the galaxy, based on observed correlations between the rotation curve derived from planetary nebulae and HII regions, as well as the space distribution of these objects in the galaxy. In order to accomplish these scientific goals, the present project includes the acquisition of computer equipment, travel support for observing trips and discussions in the country. (AU)
  • Assunto(s):

    Astrofísica estelar

    Abundâncias (astronomia)

    Galáxias

    Estrelas

    Meio interestelar

    Gás interestelar

    Poeira interestelar

    Regiões HII

    FAPESP

A reinvenção da vida

À luz do anúncio sobre bactéria supostamente capaz de viver à base de arsênio no lugar do fósforo, Jerry Borges fala sobre os novos caminhos e expectativas da comunidade científica na busca de vida fora do planeta Terra.
Por: Jerry Carvalho Borges
Publicado em 08/12/2010 | Atualizado em 10/12/2010
A reinvenção da vida
Famoso por sua série de televisão ‘Cosmos’, Carl Sagan posa com módulo da missão Viking, da Nasa. O astrônomo foi um dos primeiros a dizer que talvez estivéssemos "olhando de uma forma míope os céus". (foto: Nasa/JPL-Caltech)
Quem de nós nunca ficou fascinado com as aventuras dos tripulantes da nave Enterprise, da série Jornada nas Estrelas, ou se deslumbrou com a saga de Luke Skywalker nas duas trilogias de Guerra nas Estrelas?
Ou, pelo menos, passou noites sob o céu estrelado especulando a respeito da possibilidade de existência de vida extraterrestre?
A possibilidade de não estarmos sozinhos em um universo que possui centenas de trilhões de estrelas e um número quase incontável de planetas orbitando em torno desses corpos celestes parece ser bastante plausível.
Após 400 anos de pesquisa astronômica, ainda carecemos de qualquer prova, mesmo tênue, da existência de vida fora de nosso planeta. Contudo, uma série de indícios recentes observados no Sistema Solar, em planetas distantes (exoplanetas) e mesmo em lugares inesperados, como a própria Terra, pode transformar o que sabemos sobre a presença de seres vivos fora da Terra.
A mais festejada dessas descobertas foi anunciada recentemente e publicada na revista científica Science.
bactérias GFAJ-1
As bactérias da cepa GFAJ-1, coletadas no lago Mono (Califórnia), conseguiram sustentar seu crescimento na presença de arsênio e ausência de fósforo. (foto: Science/ AAAS)
A pesquisa, coordenada pela geomicrobióloga Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa e do Serviço Geológico dos Estados Unidos, revelou, para aparente surpresa da comunidade científica, um ser vivo que apresenta algumas características metabólicas totalmente diferentes do que conhecíamos até aqui, mostrando de forma contundente que os seres vivos podem se adaptar e se manter em condições extremas, abrindo assim o caminho para novas indagações sobre a possibilidade de existência de vida extraterrestre.
Os autores do estudo descreveram um parente distante do conhecido coliforme fecal, a bactéria Escherichia coli, que possui características metabólicas bastante bizarras. Essas bactérias, que pertencem à linhagem GFAJ-1 da família das halomonadáceas, foram isoladas do lago Mono, localizado próximo ao Parque Nacional de Yosemite, no leste da Califórnia (EUA).
No laboratório, a equipe de Wolfe-Simon cultivou essas bactérias em um meio em que o fósforo, um elemento essencial para o desenvolvimento dos seres vivos, foi substituído por arsênio, um elemento químico altamente tóxico. Inesperadamente, essas bactérias não somente foram capazes de sobreviver, mas também de se multiplicar incorporando o arsênio em seu material genético no lugar do fósforo.
Essa espécie de bactéria tem, portanto, um DNA diferente de qualquer outra criatura descoberta até hoje. Suas ligações de fósforo (fosfodiéster), que unem as subunidades do DNA (nucleotídeos), foram substituídas por arsênio.
Os pesquisadores acreditam que essa população de bactérias com o DNA diferente tenha sido selecionada evolutivamente devido à elevada concentração de arsênio no lago Mono.
Adaptações ecológicas a condições ambientais extremas já foram observadas anteriormente em outros locais do nosso planeta. Talvez o exemplo mais contundente dessa adequação a ambientes difíceis seja o das comunidades que vivem em fontes termais marinhas localizadas a milhares de metros de profundidade, no assoalho oceânico. Contudo, nada se compara às bactérias do lago Mono.

Busca ingênua

Mas o que essa descoberta, que levou a especulações mesmo antes de a Nasa sugerir que iria finalmente apresentar um legítimo ET para a imprensa, tem de tão extraordinária?
Basicamente, ela levanta a possibilidade de que, quando necessário, mesmo as moléculas essenciais para a vida dos seres vivos podem apresentar estruturas diferenciadas.
Quando necessário, moléculas essenciais à vida podem apresentar estruturas diferenciadas
Isso abre caminho para que, talvez, tenhamos seres vivos habitando planetas com condições ambientais mais inóspitas do que o nosso, contrariando assim a ideia que se tinha de que apenas locais com exatamente a mesma distribuição de elementos químicos e características físicas encontradas na Terra seriam capazes de abrigar seres vivos.
Seguindo esse raciocínio, o DNA, as proteínas e outras moléculas biológicas seriam moldadas evolutivamente de uma mesma forma em qualquer lugar do universo e encontrar vida fora da Terra dependeria essencialmente de se achar outros planetas rochosos, com água no estado líquido e atmosferas relativamente espessas.
As bactérias do lago Mono, contudo, revelam que talvez estejamos errados. Um dos primeiros proponentes de que talvez estivéssemos "olhando de uma forma míope os céus" foi o famoso astrônomo norte-americano Carl Sagan (1934-1996).
Sagan, em um dos episódios de sua reconhecida série Cosmos, realizada em 1980, já afirmava que um dos maiores problemas enfrentados pela humanidade na busca de vida extraterrestre seria o fato de estarmos buscando alienígenas que fossem a nossa imagem e semelhança (pelo menos, em termos bioquímicos).
Se ainda estivesse entre nós, Sagan estaria muito contente. A descoberta de uma simples bactéria em um lago tóxico e gélido fornece indícios de que talvez vivamos em um universo bem mais fértil e povoado do que imaginávamos.
Afinal, se a química da vida em nosso planeta pode se mostrar tão versátil a ponto de substituir um componente considerado anteriormente essencial do DNA ─ o fósforo ─ por um "primo" na tabela periódica, deixa de ser absurdo cogitar que situações semelhantes possam também ocorrer em outros locais.

Mais indícios

Uma série de outras pistas relativas à possibilidade de haver vida extraterrestre está surgindo e deve movimentar o meio científico nos próximos anos. Os indícios obtidos até o momento apontam basicamente para a presença de alguns elementos essenciais à manutenção da vida em locais antes considerados totalmente inóspitos.
Uma das iniciativas recentes e importantes para a busca de locais que reúnam condições de abrigar formas vivas fora de nosso Sistema Solar é a operação do telescópio espacial Kepler, iniciada em 2010.
Telescópio Kepler
Ilustração do telescópio Kepler, da NASA. Graças ao instrumento, lançado ao espaço este ano, já foram descritos cerca de 400 planetas fora do Sistema Solar. (foto: Nasa/JPL-Caltech)
Lançado pela Nasa em uma sonda de mesmo nome, a um custo de cerca de 467 milhões de dólares, o telescópio permitirá a observação das 100 mil estrelas mais brilhantes do céu durante quatro anos. O objetivo é detectar a presença de planetas e de indícios de vida extraterrestre nesses locais. Graças ao telescópio Kepler, já foram descritos cerca de 400 exoplanetas.
Especula-se que entre 25% e 70% das estrelas que serão examinadas pelo telescópio possam ter, orbitando em torno de si, planetas rochosos e com atmosferas gasosas similares à da Terra e que alguns estejam localizados em uma zona habitável de seus sistemas estelares.
Mais indícios que reforçam as possibilidades de vida extraterrestre têm sido observados em Encélado, uma das luas de Saturno. Em junho passado, cientistas alemães e britânicos revelaram, em artigo publicado na revista científica Nature, que Encélado possui em seu polo sul um oceano salgado oculto sob sua superfície.
“Talvez vivamos em um universo bem mais fértil e povoado do que imaginávamos”
Outra pesquisa, publicada no Journal of Geophysical Research e assinada por cientistas do Instituto de Pesquisa do Sudoeste de San Antonio, nos Estados Unidos, indica a presença de amoníaco, do isótopo de hidrogênio deutério e de vários componentes orgânicos em Encélado. Segundo os cientistas, alguns desses compostos permitiram que a água permanecesse em estado líquido sob a superfície gelada dessa lua de Saturno.
Reia, outra lua de Saturno, também guarda surpresas: análises feitas após um sobrevoo pela lua, realizado pela sonda não-tripulada Cassini, também da Nasa, indicam que há na atmosfera desse satélite oxigênio e gás carbônico.
Marte, o planeta tantas vezes indicado como uma possível fonte de seres extraterrestres, também tem sido palco de pistas sobre a origem da vida fora dos limites terrestres. O passeio do robô Spirit, também da Nasa, pela superfície do planeta vermelho no ano passado apontou evidências da presença de água ─ um elemento essencial à vida ─ no subsolo do planeta.
As recentes descobertas de locais extraterrestres com condições propícias à vida como a conhecíamos até aqui, somadas ao encontro de um grupo de bactérias que apresentam uma estrutura bioquímica bastante diferente do que se conhecia em nosso próprio planeta, deixam os diversos cientistas que se dedicam à busca de vida extraterrestre confiantes de que nos próximos anos poderão se acumular provas realmente concretas e reveladoras sobre a existência de vida fora dos limites de nosso planeta.
Contudo, sabemos que no início provavelmente encontraremos formas bastante simples, talvez microrganismos apenas. Mas quem sabe, talvez, daqui a algum tempo, sejamos capazes de encontrar criaturas extraordinárias como aquelas que aprendemos a amar e admirar (e mesmo temer!) nos filmes Jornada e Guerra nas Estrelas?

Jerry Carvalho BorgesDepartamento de Medicina VeterináriaUniversidade Federal de Lavras

Sugestões para leitura
 
Gaidos, E.; Haghighipour N.; Agol, E.; Latham, D.; Raymond, S.; Rayner, J. 2007. New worlds on the horizon: Earth-sized planets close to other stars. Science, 318: 5848, 210-213.

Gurnett, D.A. The search for life in the solar system. 2009. Trans Am Clin Climatol Assoc, 120, 299-325.

McKay, C.P. 2010. An origin of life on Mars. Cold Spring Harb Perspect Biol, 2:4, a003509.

Schulze-Makuch, D.; Irwin, L.N. 2006. The prospect of alien life in exotic forms on other worlds. Naturwissenschaften, 93:4, 155-172.

Tsokolov, S.A. 2009. Why is the definition of life so elusive? Epistemological considerations. Astrobiology, 9:4, 401-412.

Wolfe-Simon, F.; Blum, J.S.; Kulp, T.R.; Gordon, G.W.; Hoeft, S.E.; Pett-Ridge, J.; Stolz, J.F.; Webb, S.M.; Weber, P.K.; Davies, P.C.; Anbar, A.D.; Oremland, R.S. 2010 Bacterium that can grow by using arsenic instead of phosphorus. Science 1197258. DOI: 10.1126/science.1197258.

A Bacterium That Can Grow by Using Arsenic Instead of Phosphorus

  1. Felisa Wolfe-Simon1,2,*,
  2. Jodi Switzer Blum2,
  3. Thomas R. Kulp2,
  4. Gwyneth W. Gordon3,
  5. Shelley E. Hoeft2,
  6. Jennifer Pett-Ridge4,
  7. John F. Stolz5,
  8. Samuel M. Webb6,
  9. Peter K. Weber4,
  10. Paul C. W. Davies1,7,
  11. Ariel D. Anbar1,3,8 and
  12. Ronald S. Oremland2
+ Author Affiliations
  1. 1NASA Astrobiology Institute, USA.
  2. 2U.S. Geological Survey, Menlo Park, CA, USA.
  3. 3School of Earth and Space Exploration, Arizona State University, Tempe, AZ, USA.
  4. 4Lawrence Livermore National Laboratory, Livermore, CA, USA.
  5. 5Department of Biological Sciences, Duquesne University, Pittsburgh, PA, USA.
  6. 6Stanford Synchrotron Radiation Lightsource, Menlo Park, CA, USA.
  7. 7BEYOND: Center for Fundamental Concepts in Science, Arizona State University, Tempe, AZ, USA.
  8. 8Department of Chemistry and Biochemistry, Arizona State University, Tempe, AZ, USA.
  1. *To whom correspondence should be addressed. E-mail: felisawolfesimon@gmail.com

Abstract

Life is mostly composed of the elements carbon, hydrogen, nitrogen, oxygen, sulfur, and phosphorus. Although these six elements make up nucleic acids, proteins, and lipids and thus the bulk of living matter, it is theoretically possible that some other elements in the periodic table could serve the same functions. Here, we describe a bacterium, strain GFAJ-1 of the Halomonadaceae, isolated from Mono Lake, California, which substitutes arsenic for phosphorus to sustain its growth. Our data show evidence for arsenate in macromolecules that normally contain phosphate, most notably nucleic acids and proteins. Exchange of one of the major bioelements may have profound evolutionary and geochemical significance.

AMEAÇADOS PELO AQUECIMENTO

Em cada cinco espécies de lagartos do mundo pode ser extinto em 2080, uma equipe internacional de investigação em relatórios.
Durante os próximos 70 anos, as temperaturas o aquecimento pode extinguir 39% das populações de lagartos, bem como a espécie inteira, dizem os pesquisadores no dia 14 de maio, Science. De fato, algumas populações locais já começaram a sucumbir ao calor, a equipe diz.
Mesmo olhando apenas para as perdas local tão longe, "O documento é bastante chocante", diz o biólogo evolucionário David B. Wake da University of California, Berkeley, que não fazia parte da equipa de investigação.
  • O réptil grande deserto (Liopholis kintorei ) está desaparecendo nos pontos onde ele costumava viver em torno da Austrália-Kata Tjuta Parque Nacional de Uluru. As temperaturas estão empurrando para cima um pouco, e considerando o quanto este deserto quente já é, mesmo modesta mudança pode ser demais para os lagartos.
Mais de duas dezenas de cientistas criou e verificou um modelo de computador para prever como os lagartos vão lidar com o aquecimento global, usando os registros de temperatura do ar, os estudos das espécies sobreos e os registros de localizações em todo o mundo.
Registros de temperatura do ar sugere que o superaquecimento poderia explicar por que os lagartos têm desaparecido dos habitats de outra maneira aceitável. A temperatura é um grande fator limitante para os répteis, que deixar de aquecer ou esfriar-se movendo-se para as partes mais sombrias ou ensolarado de suas escalas.O declínio generalizado das espécies de lagartos, ou até mesmo prejuízos em muitas das populações locais, poderiam perturbar os ecossistemas atuais, reduzindo a predação sobre bugs e cortando o abastecimento de alimentos de animais de grande porte que se alimentam de lagartos.
access
  • No México o Bicanthalis sceloporus foi um lagarto que inspirou um modelo de computador para prever quais das população locais estão em risco de extinção, em relação ao aquecimento da temperatura.
Para investigar a biologia por trás dessas tendências perturbadoras, Sinervo e pesquisadores liderados por Fausto Méndez-de-la-Cruz da Universidade Nacional Autônoma do México, fez uma pesquisa em que estabelece um ambiente artificial, artificial stand-ins para os lagartos, equipadas com termômetros, em locais onde no Yucatán particular espécies de lagartos foram registradas.

Os investigadores monitoraram por quanto tempo durante o dia as temperaturas subiram acima dos limites que conduzem os lagartos para procurar um abrigo. Olhando para estes tempos em locais onde as populações tinham desaparecido deu aos pesquisadores uma idéia de quanto tempo a alta temperatura era demasiado. A análise mostrou que estar confinado à sombra provou ser especialmente problemáticos na primavera, quando as fêmeas precisam de muita comida para a reprodução.

Outros biólogos contribuíram com dados e registros de outras regiões, acabando com a informação sobre o ar e a temperatura do corpo e desaparecimentos de espécies de lagartos espalhados por cinco continentes.


Fontes: ScienceNews

OS SERES VIVOS MAIS ANTIGOS DA TERRA


A planta Azorella, ou Llareta, tem por volta de 3.000 mil anos e é tão densa, seca e inflamável que é usada pela população local para se aquecer nas noites de inverno. (Deserto do Atacama, Chile).

A Welwistschia mirabilis é um género monotípico de plantas gimnospérmicas, cuja é unica espécie. Endêmica do deserto do Namibe e Angola. É uma planta rasteira, formada por um caule lenhoso que não cresce, uma enorme raiz aprumada e apenas duas folhas retalhadas nas extremidades, provenientes dos cotilédones da semente; as folhas, em forma de fita larga, continua crescer durante toda a vida da planta, como o tempo, as folhas podem atingir mais de dois metros de comprimentos. É difícil avaliar a idade que essa planta atingem, mais supõe se que possa viver mais de 2.000 anos.





A árvore Sequoioideae, Sequoía Gigante é considerada o maior ser vivo da Terra, algumas podendo chegar até 150m de altura. Na Califórnia existem árvores de até 5.000 anos de idade. Cientistas dizem que podem datar o período do Dilúvio estudando os anéis de formação no tronco da árvore.


Mais uma dos Álamos Tremedores (80 mil anos de idade, Fish lake, Utah, EUA).


O pinheiro Spruce gran picea tem 9.500 anos de idade. Por causa de sua capacidade de autoclonagem, gerando novos galhos e troncos do mesmo sistemas de raízes, é que ele vive tanto. (Parque Nacional de Fulufjället, Suécia).


O tronco da Adansonia digitada é tão grande e oco, que tem um bar-café dentro. (2 mil anos, província do Limpopo, África do Sul).


A longa vida desde Abóba pode estar ao fim: depois de dois mil anos, a árvore oca se partiu em duas, o que pode causar sua morte em breve. (2 mil anos, província do Limpopo, África do Sul)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A tabela cronostratigráfica, Equivalência entre unidades cronostratigráficas e geocronológicas.

1.Mencione o método mais adequado para datar rochas magmáticas.

1.1. Justifique a sua resposta.


2.Refira uma das limitações, no que diz respeito à datação, da utilização:

2.1.Do Princípio da Identidade paleontológica;

2.2.Da Dendrocronologia.


3.Descreva as divisões da escala do tempo geológico estabelecidas no séc. XVIII.


4.Na primeira metade do séc. XIX, foi construída outra escala estratigráfica com base nos Princípios da Estratigrafia, definidos por Steno.

4.1.Mencione as divisões que constituíam essa escala estratigráfica.

4.2.Refira os critérios utilizados para distinguir essas divisões entre si.

4.3.Mencione algumas das limitações desta escala.


5.Explique a influência da datação radiométrica para o estabelecimento de uma nova escala estratigráfica.


6. Uma unidade cronostratigrágica é constituída por…A.um conjunto de fósseis que se diferenciam pela idade.
B.um conjunto de fósseis da mesma idade.
C.um conjunto de materiais estratificados que se diferenciam pela sua idade.
D.um conjunto de materiais estratificados pela sua granulometria.

7.Explique em que consiste:

7.1.uma superfície de estratificação;

7.2.uma escala cronostratigráfica.


8.Explique por que razão a escala cronostratigráfica ainda possui, actualmente, algumas lacunas.

9.Complete a tabela seguinte com as respectivas unidades cronostratigráficas e geocronológicas.
10.Uma unidade geocronológica Éon pode ser o…A.Pré-Câmbrico
B.Câmbrico
C.Paleozóico
D.Fanerozóico
E.Mesozóico
F.Cenozóico
(Transcreva as opções correctas)

11.A expressão “Em estratos do Paleozóico é frequente encontrarem-se fósseis de trilobites” refere-se à unidade:A.Era
B.Período
C.Série
D.Eratema
(Transcreva a opção correcta)

12. Classifique como verdadeira(V) ou falsa(F) cada uma das seguintes afirmações.12.1.O Andar é a unidade cronostratigráfica base.
12.2.A Eratema é constituída por diferentes períodos.
12.3.Os Sistemas estão divididos em Séries que correspondem à unidade geocronológica Época.
12.4.A unidade cronostratigráfica de maior grau é o Éon.
12.5.A unidade cronostratográfica correspondente à Idade é a Série.

13.Explique como pode ser definida a unidade cronostratigráfica Andar.