Vestígios de predador marinho do Jurássico encontrados no deserto do Atacama
Os vestígios pertencem a um réptil que viveu há 160 milhões de anos e tinha uma mordida mais poderosa do que a do Tyrannosaurus rex.
Os pliossauros eram répteis que viveram há 160 milhões de anos com uma mordida mais poderosa do que a do Tyrannosaurus rex, de acordo com investigadores da Universidade do Chile. Os fósseis são os segundos registros mais antigos desta espécie no hemisfério Sul.
O vasto deserto do Atacama, em tempos grande parte submergido pelo oceano Pacífico, é agora uma espécie de paisagem lunar com areia e rochas. Há partes desse deserto intocadas pela chuva há anos. Há milhões de anos, os pliossauros reinaram a região com o seu grande e alongado crânio, um pescoço pequeno, dentes ameaçadores num corpo hidrodinâmico e membros que se assemelham a barbatanas.
Agora, os cientistas encontraram mandíbulas, dentes e fragmentos de barbatanas de um réptil que os dois espécimes descobertos definem como “ecologicamente semelhante” a orcas. A descoberta foi feita em dois sítios na bacia do rio Loa, perto da cidade de Calama, no Norte do Chile.
“Esta descoberta ajuda os cientistas a preencher lacunas na evolução”, disse Rodrigo Otero, paleontólogo na Universidade do Chile, que liderou esta investigação. O fóssil completo, que está a ser escavado desde 2017, mede, provavelmente, entre seis e sete metros. O crânio terá cerca de um metro de comprimentos e cada dente terá entre oito e dez centímetros de comprimento, adiantou ainda o paleontólogo.
No início de Setembro, o estudo foi publicado na revista científica Journal of South American Earth Sciences. No artigo, refere-se que os vestígios são os primeiros de pliossauro encontrados no deserto do Atacama e pertencem ao Jurássico Superior (entre há 160 milhões e 145 milhões de anos).
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