segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

 

Por Redação Galileu

 

Um osso úmero de um canídeo de 17 mil anos visto de vários ângulos
Um osso úmero de um canídeo de 17 mil anos visto de vários ângulos MontserratHervella et.al

Pesquisadores estudaram um osso encontrado durante escavações de 1985, conseguindo finalmente identificá-lo como pertencente a um cão de 17 mil anos. A descoberta foi registrada em 16 de novembro na revista Journal of Archaeological Science: Reports.

O antigo cachorro do período Paleolítico pertencia à família dos canídeos, composta por carnívoros como cães, lobos, raposas e coiotes. O especialista Jesus Altuna encontrou o resto de um úmero quase completo do animal na caverna Erralla, no País Basco. Na época, foi difícil identificar de qual espécie se tratava.

Porém, recentemente os pesquisadores do grupo de Biologia Evolutiva Humana da Universidade do País Basco, liderados pela professora Conchi de la Rúa, aprofundaram os estudos com uma análise morfológica, radiométrica e genética.

Com isso, a equipe identificou o canídeo como sendo da espécie Canis lupus familiaris, ou seja, o animal era um antigo cão doméstico. Uma datação do úmero por carbono-14 usando espectrometria de massa com um acelerador de partículas revelou a idade do cachorro, que viveu no período magdaleniano do Paleolítico Superior.

Isso significa que o bicho foi um dos cães domésticos mais antigos que existiram até agora na Europa. O cachorro compartilha a linhagem mitocondrial com os poucos cães magdalenianos analisados ​​até agora no mundo.

A origem da linhagem está ligada a um intervalo de tempo de clima frio coincidente com o Último Máximo Glacial, um período ocorrido na Europa há cerca de 22 mil anos.

Segundo explica de la Rúa em comunicado, os resultados sugerem que a domesticação dos lobos pode ter ocorrido antes do que foi proposto até agora, pelo menos na Europa Ocidental. Por lá, a interação de caçadores-coletores do Paleolítico com espécies selvagens pode ter sido “impulsionada em áreas de refúgio glacial durante este período de crise climática”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.