Espécies de Zooplâncton da Represa Municipal são avaliados
Amostragens foram realizadas trimestralmente ao longo de um ano e seis meses
[23/02/2018]O aluno Victor Hugo Sant’ana Bomfim defenderá hoje, 23 de fevereiro, sua tese de mestrado intitulada “Variação sazonal do zooplâncton em uma represa urbana do Estado de São Paulo”. O trabalho foi realizado através do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal.
Resumo:
Os reservatórios são ecossistemas artificiais, que apesar de constituírem uma fonte significativa de recurso hídrico para a população em várias cidades, estão, muitas vezes, sujeitos a impactos ambientais. A urbanização e a poluição por matéria orgânica são fatores que podem comprometer a qualidade da água, alterando também a biota ali presente.
Torna-se assim necessário um monitoramento biológico para avaliar as condições desses reservatórios. Uma das maneiras de se fazer esse monitoramento é através das análises dos organismos do zooplâncton, sendo que vários pesquisadores já comprovaram que esta comunidade pode ser um bom bioindicador pois apresenta alta sensibilidade a alterações nos recursos ou nas condições do ambiente aquático. O objetivo deste estudo foi descrever as variações na composição e densidade do zooplâncton na Represa Municipal e verificar quais fatores ambientais apresentam maior influência sobre tais variações. O que se espera com os dados adquiridos é que diferenças de densidade e diversidade ao longo do ano sejam causadas por alterações nos fatores da água provocadas por impactos antrópicos, podendo estar ligados à eutrofização.
A Represa Municipal de São José do Rio Preto está localizada na região urbana da cidade e foi formada com o represamento do Rio Preto. É dividida em três lagos, sendo responsável pelo abastecimento de 30% a 40% da água que chega à população. As amostragens foram realizadas trimestralmente ao longo de um ano em seis pontos distribuídos na zona limnética do Lago 3. As coletas dos organismos foram realizadas por meio de arrastos verticais com rede de plâncton de 45 µm de malha.
Nos mesmos pontos foram avaliados os fatores físicos e químicos, tais como profundidade e transparência por meio de um disco de Secchi, temperatura, ph, condutividade e oxigênio dissolvido por meio da sonda multiparâmetros YSI 556, além de clorofila-a e material em suspensão. Por meio dos dados de clorofila foi calculado o Índice do Estado Trófico. A comunidade zooplanctônica foi analisada segundo a composição de espécies de Cladocera e de Copepoda. Além destas espécies, Rotifera e Tecameba foram avaliados quantitativamente para determinação das abundâncias dos grupos.
Por meio de medidas do comprimento do corpo, as classes de tamanho – micro, meso e macrozooplâncton – foram determinadas e suas abundâncias estimadas. Índices de diversidade de espécies de microcrustáceos foram determinados utilizando a riqueza de espécies, diversidade de Shannon~Winer, dominância de Simpson e equabilidade de Jaccard.
Por meio de análise de variância, os dados, tanto dos parâmetros físicos e químicos quanto os da comunidade, foram comparados entre os meses para detectar variações significativas.
A correlação de Spearman foi realizada para verificar quais fatores ambientais poderiam estar relacionados com variações na comunidade. Os fatores físicos e químicos apresentaram variações significativas ao longo do ano e a represa pôde ser classificada como mesotrófica na maioria dos meses.
Foram encontradas 11 espécies de cladóceros e 2 de copépodos, dando um total de 15 táxons registrados, contando com rotífero e tecameba. As densidades variaram ao longo do ano (p<0 a="" abundante.="" b="" com="" copepoda="" de="" densidade="" exceto="" feros="" foi="" forma="" grupo="" m="" maiores="" mais="" novembro="" o="" os="" para="" que="" rot="" s="" sendo="" tendo="" valores="">náuplio0>
como a mais numerosa. Dentre os cladóceros, Daphnia gessneri foi a espécie mais abundante, seguida de Moina micrura. Quanto às classes de tamanho, macrozooplâncton foi a mais numerosa, principalmente nos meses de agosto e novembro.
A presença de espécies de cladóceros de tamanho grande como as do gênero Daphnia em elevadas densidades sugere que o ambiente não oferece condições de elevada eutrofização, como confirmado pelo Índice do Estado Trófico. As condições ambientais, mesmo apresentando variações ao longo do ano não demonstraram ser impróprias para o desenvolvimento da comunidade zooplanctônica.
Comissão Examinadora:
Prof.(A). Maria Stela Maioli Castilho Noll-Orientadora-Unesp/Sjrp
Prof.(A). Juliana Abra-Centro Universitário De Rio Preto (Unirp)
Prof.(A). Adriana Nabil Abdel Fattah Ibrahim-Unesp/Sjrp
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