sábado, 9 de fevereiro de 2019

Origem do dragão de Komodo é descoberta

Por , em 17.10.2009
dragão de komodo
Dragão de Komodo

Uma equipe de cientistas de vários países descobriu que a maior espécie de lagartos do mundo, o dragão de Komodo, teve sua origem na Austrália. No passado, cientistas acreditavam que estes animais tinham se desenvolvido a partir de um ancestral menor das ilhas da Indonésia, chegando ao seu enorme tamanho devido à falta de competição com predadores.

Entretanto, nos últimos três anos os cientistas descobriram inúmeros fósseis no leste da Austrália que mostram que o dragão de Komodo pode ter surgido naquela região. Os fósseis são de 300 mil anos a até 4 milhões de anos atrás. “Quando comparamos estes fósseis com os ossos dos dragões de Komodo atuais, vimos que eles são idênticos”, afirma Scott Hocknull, paleontólogo do Museu de Queensland, na Austrália. As comparações também mostram que o tamanho do corpo do animal se manteve estável durante todo esse tempo.

A Austrália já era famosa por ter sido o lar do maior lagarto que já existiu, o Megalania, que chegada a 5 metros de comprimento. Esta espécie, entretanto, entrou em extinção há 40 mil anos. “Agora podemos dizer que a Austrália também foi o local de nascimento do dragão de Komodo”, diz Hocknull.


 Os pesquisadores acreditam que o ancestral do dragão evoluiu na Austrália e migrou para as ilhas da Indonésia por volta de 900 mil anos atrás. Esta teoria é apoiada por três fósseis encontrados na ilha de Timor, que fica entre a Austrália e a ilha de Flores, um dos locais onde a espécie vive atualmente. Os fósseis são de uma nova espécie de lagarto gigante, maior que o dragão de Komodo mas menor que o Megalania. O animal ainda não foi descrito formalmente e não tem nome.

Hocknull afirma ficar impressionado com a quantidade de descobertas realizadas nos últimos anos na região da Indonésia e da Austrália. O pesquisador, entretanto, questiona os motivos pelo qual os ancestrais do dragão de Komodo entraram em extinção, enquanto a espécie sobrevive até hoje. “O sudoeste da Ásia e a Austrália são um local importante para novas descobertas interessantes”, aponta.
“Compreender o passado de uma espécie é fundamental para determinar sua possível trajetória no futuro, sua resposta a mudanças climáticas e de habitat e eventos de extinção”, explica o especialista.

 De acordo com Hocknull, os fósseis mostram que a espécie do dragão de Komodo é extremamente resistente a estes fatores. Porém, atualmente, os enormes lagartos estão em risco de extinção, provavelmente devido à ação humana. Eles vivem em poucas ilhas isoladas e tiveram a sua população diminuída nos últimos 2 mil anos.

Hocknull também nota que as ilhas e os dragões lançam luz sobre o passado dos animais mas também sobre o futuro do mundo. “É um local perfeito para observar como a vida se adapta e evolui em resposta a impactos ambientais, catástrofes e a ação humana”, diz. “Quais são os impactos destes fatores e como as espécies reagem a isso?”, questiona o pesquisador. “Esses fósseis são a nossa pedra de Rosetta para compreender como as espécies futuras poderão responder a mudanças climáticas”, conclui. [Live Science]

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