Ácido úrico (hiperuricemia)
Ácido úrico em excesso pode desencadear a
formação de pequenos cristais de urato de sódio, que se depositam em
vários locais do corpo, especialmente nas articulações.
O
ácido úrico está entre as substâncias naturalmente produzidas pelo
organismo. Ele surge como resultado da quebra das moléculas de purina – proteína contida em muitos alimentos – por ação de uma enzima chamada xantina oxidase.
Depois de utilizadas, as purinas são degradadas e transformadas em
ácido úrico. Parte dele permanece no sangue e o restante é eliminado
pelos rins.
Os níveis de ácido úrico no sangue podem subir porque
sua produção aumentou muito, porque a pessoa está eliminando pouco pela
urina ou por interferência do uso de certos medicamentos.
Como
consequência dessa taxa de ácido úrico elevada (hiperuricemia),
formam-se pequenos cristais de urato de sódio semelhantes a agulhinhas,
que se depositam em vários locais do corpo, de preferência nas
articulações, mas também nos rins, sob a pele ou em qualquer outra região do corpo.
Estudos
recentes realizados no Instituto do Coração de São Paulo mostram que
níveis elevados de ácido úrico no sangue aumentam o risco de desenvolver
acidentes cardiovasculares.
Sintomas
O
depósito dos cristais de urato nas articulações, em geral, provoca
surtos dolorosos de artrite aguda secundária, especialmente nos membros
inferiores (joelhos, tornozelos, calcanhares, dedos do pé), mas pode
comprometer qualquer articulação. Nem todas as pessoas com esse excesso
desenvolverão gota, um tipo de artrite secundária, de caráter genético e hereditário, que acomete mais os homens adultos.
Nos
rins, a hiperuricemia é responsável pela formação de cálculos renais
(litíase renal) e insuficiência renal aguda ou crônica (nefropatia
úrica).
Diagnóstico
O
diagnóstico de certeza é dado por um exame que mede a concentração dessa
susbstância no sangue e exige oito horas de jejum para ser realizado.
Tratamento e prevenção
Portadores
desse distúrbio metabólico devem evitar o estresse físico, o uso de
diuréticos e de anti-inflamatórios, assim como devem evitar a ingestão
excessiva de alimentos e bebidas ricos em purina (carne vermelha, frutos
do mar, peixes, como sardinha e salmão, e miúdos).
Como leite e
derivados parecem melhorar a eliminação do ácido úrico, devem ser
incluídos na dieta que, acima de tudo, precisa ser saudável e favorecer o
controle da obesidade e da hipertensão.
Além da
alimentação pouco calórica, quando necessário, podem ser indicados
medicamentos para inibir a produção de ácido úrico (alopurinol) ou para
aumentar sua excreção (probenecide e sulfinpirazona). Algumas pessoas
precisam dos dois tipos porque têm excesso de produção e dificuldade de
excreção dessa substância.
Recomendações
Beba bastante água para ajudar o organismo a eliminar o ácido úrico;
- Prefira os alimentos não industrializados; adote uma dieta saudável, rica em frutas, verduras, leite e derivados;
- Evite o consumo de bebidas alcoólicas, especialmente de cerveja que é rica em purina;
- Não se automedique. Consulte um médico para orientar o tratamento e peça ajuda ao nutricionista para eleger uma dieta que ajude a controlar a taxa de ácido úrico e a manter o peso em níveis adequados.
Purinas
Purinas
(adenina (A) e guanina (G)) são constituídas por carbono, hidrogênio,
nitrogênio e, por vezes, oxigênio.
Juntamente com as pirimidinas
(citosina (C) e timina (T)) formam as “bases nitrogenadas”, componentes
fundamentais do DNA e do RNA. Estão presentes em certos alimentos como
carne vermelha, frutos do mar, peixes, certos grãos como ervilha,
lentilha e feijão, em bebidas alcoólicas, principalmente cerveja, e
também em nosso organismo.
Veja também: Cor da urina pode indicar doenças renais
Além
de constituírem o material genético, as purinas são responsáveis pela
coloração da urina, pela vasodilatação no controle cardíaco e são
componentes de várias moléculas importantes para o metabolismo do
organismo, como a de ATP (molécula que fornece energia para as reações
celulares).
Em certas reações metabólicas, a purina é degradada
para fornecer nitrogênio na forma de ácido úrico, que pode ser excretado
na urina. Em altas concentrações, o ácido úrico pode causar problemas
como formação de cristais que se depositam em articulações. Por esse
motivo, recomenda-se uma dieta com concentrações moderadas de purina.
Xantina oxidase
A xantina oxidase catalisa reações de proteínas, convertendo-as, ao final do processo, em ácido úrico.
Enzima que catalisa reações de proteínas do tipo purina (como adenina, guanina e hipoxantina), convertendo-as em xantina e, posteriormente, em ácido úrico.
Como o excesso de ácido úrico no sangue (hiperuricemia)
pode causar problemas nas articulações e, em estados mais graves,
atingir rins e fígado, muitos medicamentos visam inibir a ação dessa
enzima.
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