quinta-feira, 16 de maio de 2019

Espectros de rochas ígneas

Em termos de classificação das rochas ígneas, existe uma tendência geral de que, quanto maior for o índice de cor (mais escura), menor será o teor de SiO2


As rochas ígneas surgem da solidificação do magma (Foto: Alunos Online)
De acordo com o teor de SiO2, as rochas ígneas são classificadas quimicamente em: ultrabásicas (SiO2 < 45%), básicas (45% < SiO2 < 52%), intermediárias (52% < SiO2 < 66%) e ácidas (SiO2 > 66%).

Essa classificação por teor de sílica é válida apenas para as rochas ígneas da série Ca-alcalina (a outra série é a toleítica, de caráter não alcalino).

Nesse sentido, basalto é uma rocha máfica e básica, e granito é uma rocha félsica e ácida.

Grosso modo, as rochas ultrabásicas, básicas, intermediárias e ácidas correspondem, respectivamente, às seguintes categorias de índices de cor (M): ultramáficas têm índice 70 < M < 100; máficas, 40 < M < 70; intermediárias, 20 < M < 40; e félsicas, 0 < M < 20.

Os minerais de cores claras têm composição principal de SiO2, Al2O3, Na2O e K2O e baixos teores de MgO e FeO – por exemplo, quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio e feldspatoides.

Os minerais escuros são silicatos compostos principalmente de altos teores de MgO, FeO e Fe2O3 – por exemplo, olivina, ortopiroxênio, clinopiroxênio, hornblenda e biotita. Os minerais muito escuros, opacos, quimicamente são óxidos, sulfetos, e hidróxidos de metais pesados – magnetita, ilmenita e pirita são os exemplos mais comuns.
Imagem retirada do livro Reflectância dos materiais terrestres, Ed. Oficina de Textos (2019). Todos os direitos reservados.
Espectralmente, as reflectâncias das rochas ígneas em geral se ajustam a essas formas de classificação. Como mostra a Fig. 4.2, as rochas ígneas ácidas, intermediárias, básicas e ultrabásicas diferenciam-se relativamente bem entre si por meio de seus albedos, o que é em boa parte consequência da variação de seus índices de cor.

As rochas de composição ácida mais claras apresentam albedo mais alto e espectros com frequentes absorções de hidroxila e de água em 1.400 nm e 1.900 nm.

As rochas intermediárias e ultrabásicas têm albedo de nível médio de reflectância; as intermediárias possuem feições de absorção muito pouco intensas e por isso mais difíceis de detectar, e as ultrabásicas típicas mostram larga absorção em torno de 1.000 nm.

A ausência de bandas de água nas básicas, juntamente com o aumento de minerais opacos (magnetita), causa o mais baixo albedo dessas rochas.

Tudo a ver

Reflectância dos materiais terrestres apresenta ao longo de 10 capítulos os conceitos relativos aos mecanismos de interação da luz com a matéria, servindo de manual para a interpretação da reflectância dos materiais naturais.

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