HORMÔNIOS VEGETAIS - PARTE 1
Saberemos mais sobre os hormônios vegetais e a aplicação prática deles na produção vegetal. Pra começar, vamos entender um pouquinho sobre o conceito de hormônio vegetal: Nas plantas, os hormônios
tem um efeito de regulação do crescimento e desenvolvimento das plantas.
Eles são também chamados de fitohormônios, para diferenciar dos
hormônios animais que já conhecemos. O conhecimento sobre os hormônios
das plantas é super recente e pouco se sabe sobre eles. Por outro lado, é
provável que nos próximos anos, muitas descobertas neste sentido sejam
realizadas.
Os primeiros hormônios que vamos falar são as auxinas. As auxinas
foram os primeiros hormônios de crescimento estudados, e sua descoberta
foi feita por Charles Darwin, juntamente com seu filho Francis Darwin.
Eles colocaram diversos tipos de plantas, sob uma luz que vem apenas de
uma direção, e observaram que o lado que ficava sombreado, crescia mais
do que o lado que era iluminado, fazendo com que a planta crescesse em
direção à luz.
Assim, aos poucos vamos entendendo quais as funções destes hormônios.
A principal ação das auxinas é a de crescimento, por alongamento
celular. Também concluímos que este hormônio tem um comportamento
fotofóbico. Ou seja, ele é difundido na direção oposta da luz. Na prática, isso explica
porque as plantas que recebem luz de apenas um lado, crescem tortas em
direção à luz. Pois o lado contrário, acaba recebendo mais hormônio de
crescimento, entortando a planta em direção à luz.
Conhecendo essa propriedade das auxinas, lembramos que devemos girar
regularmente as plantinhas que crescem próximo a uma janela, para que
elas não cresçam tortas.

As auxinas são produzidas em todos os órgãos das plantas, mas essa
produção é muito maior na região dos meristemas. Ou seja, nas gemas de
crescimento. E dentre as gemas de crescimento, a que mais produz auxina é
a do ápice caulinar. Essa gema, na ponta do caule, produz tanta auxina, que chega a ser
um excesso. Este excesso se difunde para baixo, e inibe o crescimento
das gemas laterais dos ramos, mantendo elas em dormência. Assim acontece a dominância
apical. Quando cortamos a gema principal, a planta pára de crescer em
altura e as gemas laterais podem crescer livremente. Esse conhecimento é
a base para muitas técnicas de jardinagem, como o beliscamento,
além de diversas podas de formação, tanto de pequenas plantas
herbáceas, como de árvores frutíferas. Em frutíferas, o corte da gema
apical, produz uma ramagem mais baixa, facilitanto a colheita por
exemplo. Ela é útil também para a produção de estacas e alporques,
assim, como técnicas de bonsai, espaldeira, e outras.
Além desse papel de crescimento e dominância apical, as auxinas
também são importantes para o desenvolvimento de caules, raízes, frutos e
sementes. Dentre as auxinas, a mais frequente no reino vegetal é o Ácido Indolacético (cuja sigla é AIA).
Além desta forma, são encontradas outras formas naturais, e como as
auxinas tem uma estrutura química relativamente simples, os cientistas
foram capazes de sintetizar uma série de moléculas com atividade
auxínica. Como o ácido 1-naftaleno-acético (ANA) e o ácido indolbutírico
(AIB). Estas auxinas sintéticas são largamente utilizadas como hormônio
enraizador. Geralmente vendidos na forma de talco, com eles podemos
estimular o enraizamento de estacas e alporques. Obtendo sucesso na propagação de plantas, que de outra forma seria muito difícil, como é o caso da jabuticada. Quem já experimentou fazer estaquia ou alporquia de uma jabuticabeira sabe do que eu estou falando. Essa espécie demora bastante para enraizar
naturalmente, mas com o uso dessas auxinas sintéticas, o processo é
muito mais fácil e menos demorado, com um índice de pegamento muito
maior. Além da jabuticabeira, podemos facilitar o enraizamento em muitas
outras espécies, simplesmente aplicando uma dose dessas auxinas
sintéticas.

Elas são usadas também na produção de flores, aumentando o tempo de duração de brácteas em Bouganvílias e a duração após a colheita de flores de lisianto, por exemplo.
Outras auxinas sintéticas como o ácido 2,4-diclorofenoxiacético e o
ácido 2-metóxi-3,6-diclorobenzóico (conhecido comercialmente como Dicamba)
são utilizadas como herbicidas. Esses herbicidas estimulam o
crescimento da planta a um ponto em que ela não consegue suprir com a
produção de nutrientes e acaba morrendo. Elas são utilizadas como
herbicidas seletivos, pois as gramíneas não são tão sensíveis a elas.
Assim, ao aplicar uma auxina destas em um gramado infestado com trevos
por exemplo, os trevos acabam morrendo, enquanto a grama permanece
normal. Estas auxinas podem ser perigosas para o meio ambiente e tóxicas. E mesmo que a gente aqui
entenda como é o funcionamento delas, devemos sempre procurar a
orientação de um engenheiro agrônomo qualificado antes de interferir
assim com a natureza, pois poderemos estar prejudicando nossas plantas,
nossa própria saúde e o meio ambiente.
muito bom!!!
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