quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ancient Pygmy Sea Cow Discovered

ScienceDaily (Dec. 18, 2009) — A McGill researcher has discovered a near-complete skull of a primitive "dugong" illuminating a virtually unknown period in Madagascar fossil history.

The discovery of a Middle Eocene (48.6-37.2 million years ago) sea cow fossil by McGill University professor Karen Samonds has culminated in the naming of a new species. This primitive "dugong" is among the world's first fully-aquatic sea cows, having evolved from terrestrial herbivores that began exploiting coastal waters. Within this ancient genus, the newly discovered species is unusual as it is the first species known from the southern hemisphere (its closest relatives are from Egypt and India), and is extremely primitive in its skull morphology and dental adaptations. The fossil is a pivotal step in understanding Madagascar's evolutionary history -- as it represents the first fossil mammal ever named from the 80-million-year gap in Madagascar's fossil record.

The research is to be published in the Journal of Vertebrate Paleontology on December 12.
"The fossils of this ancient sea cow are unique in that it has a full set of relatively unspecialized teeth whereas modern sea cows have a reduced dentition specialized for eating sea grass, and most fossil species already show some degree of reduction. It may also be the first fully aquatic sea cow; confirmation will depend on recovering more of the skeleton, especially its limbs," says Samonds.
Samonds is a Curator at the Redpath Museum and an Assistant Professor in the Departments of Anatomy and Cell Biology, and the Faculty of Dentistry. Her discovery may be the tip of the iceberg to unlocking the secrets of 80-million-year gap in Madagascar's fossil record. The presence of fossil sea cows, crocodiles, and turtles, (which are generally associated with coastal environments), suggests that this fossil locality preserves an environment that was close to the coast, or even in an estuary (river mouth). These sediments may potentially yield fossils of marine, terrestrial and freshwater vertebrates -- animals that lived in the sea as well as those that lived in forests, grasslands and rivers close to the ocean. Dr. Samonds plans to continue collecting fossils at this site, starting with a National Geographic-funded expedition in summer 2010.

"My hope with the discovery of these fossils is that they will illuminate how, when and from where Madagascar's modern animals arrived," said Samonds, "helping us understand how Madagascar accumulated such a bizarre and unique set of modern animals."






A McGill researcher has discovered a near-complete skull of a primitive "dugong" illuminating a virtually unknown period in Madagascar fossil history. (Credit: Image courtesy of McGill University)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Disputa dos Grandes Felinos


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Documentários Discovery channel

Células tronco: A chave da regeneração

 


"O programa entrevista cientistas prestigiados que revelam como as pesquisas com células-tronco são promissoras para o avanço da medicina moderna, e também os pacientes que já têm a chance de experimentar esta revolução."


Idioma:
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Duração: 43min
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Puma, O Felino dos Andes



 O misterioso puma. Apenas alguns poucos sortudos conseguiram colocar os olhos neste magnífico felino dos Andes. .

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 DOCUMENTÁRIOS

The History channel - O Universo - 6ª e 7ª temporadas


Finalmente gravei todos!!!!....aproveitem!!!!

O History misturou a apresentação da 6ª com a 7ª, então irei postando assm que forem completando
a 6ª tem 7 eps assim como a 7ª




THC HD - O Universo - 6ª temporada Ep 01 - Catástrofes planetárias

Os planetas do nosso sistema solar sofreram desastres épicos durante sua longa história. Agora faremos uma viagem pelo tempo para investigar os eventos violentos que marcaram profundamente os planetas, incluindo a própria Terra. Vamos conhecer revelações impressionantes sobre o que transformou Marte em um deserto árido e hostil e sobre o desastre que mudou Vênus de um clima temperado a um inferno.

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THC HD - O Universo - 6ª temporada Ep 07 - Deus e o universo

Desde o alvorecer da civilização, os seres humanos se perguntam quem ou o que criou o Universo. A religião oferece uma resposta espiritual, mas as últimas descobertas da física mostram evidências de uma inteligência transcendente. Este episódio embarca na busca científica de Deus.

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THC HD - O Universo - 7ª temporada ep 01 - Grandes, distantes e velozes

Neste episódio, o elenco utiliza analogias impressionantes para trazer os maiores objetos, as grandes distâncias e a maior velocidade à Terra.
Para entender a escala do Cosmo, se basearam em experiências como dirigir um caminhão monstruoso, escalar a ponte golden gate, e fazer uma corrida através do deserto em um carro movido por foguetes.

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THC HD - O Universo - 7ª temporada ep 03 - Nosso lugar na via láctea

Este episódio traz uma exploração cósmica da vizinhança da Terra. Além dos limites do nosso sistema solar, o que existe próximo da nossa galáxia? Como o espaço ocupado pela Terra dentro da galáxia a torna o local perfeto para o desenvolvimento de vida mais avançada?

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THC HD - O Universo - 7ª temporada Ep 06 - De carona no cometa

Pegue uma carona na viagem de um cometa, enquanto ele percorre o exterior frio e escuro do sistema solar até a superfície ardente do sol, visitando cada planeta, desde as montanhas nas luas de Netuno até as cavernas no subsolo de Marte.

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THC HD - O Universo - 7ª temporada Ep 07 - O espaço e a história

Várias vezes na história humana, objetos provenientes do espaço mudaram o curso da vida na Terra. Muitos acreditam que um asteroide teve um papel importante na queda do Império Romano, e inclusive que, há milhares de anos atrás, o "fogo e enxofre" que destruiu Sodoma e Gomorra pode ter sido outro asteroide.

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Pesquisa avalia impacto de encontros entre asteroides

24/10/2012
Por Elton Alisson

Agência FAPESP – Entre os mais de 500 mil asteroides do Sistema Solar já catalogados, há um seleto grupo – formado por aproximadamente 20 corpos – dos chamados asteroides massivos, que possuem massa (tamanho) muito superior à dos demais.

Quando um asteroide massivo se aproxima de outro asteroide pequeno – evento raro –, ocorre uma perturbação na órbita do segundo, denominada “difusão de órbitas”. Isso provoca uma mudança de seus elementos orbitais, como semieixo maior, excentricidade e inclinação.

Bastante raros, encontros de asteroides de maior e de menor massa provocam mudanças em suas órbitas, aponta estudo realizado por pesquisadores brasileiros apresentado na Academia dei Lincei, na Itália
(NASA/JPL-Caltech)

Um trabalho feito por pesquisadores do Departamento de Matemática da Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Guaratinguetá, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, avaliou a mobilidade orbital causada por encontros próximos com os asteroides 2 Pallas, 10 Hygiea e 31 Euphrosyne – respectivamente, o terceiro, o quarto e o vigésimo segundo asteroides mais massivos.

Os resultados da pesquisa, realizada no âmbito de um projeto apoiado pela FAPESP, foram apresentados em setembro em conferência internacional sobre exploração do Sistema Solar.
O evento foi realizado em Roma, Itália, na Academia dei Lincei – uma das mais antigas instituições científicas do mundo, da qual Galileu Galilei (1564-1642) foi membro. O trabalho também deverá ser publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

De acordo com as simulações numéricas realizadas, o efeito da perturbação causada pelo asteroide 2 Pallas – de alta inclinação orbital e cujos números de encontros com outros asteroides pequenos na sua região orbital ocorrem em velocidade e distância relativas muito altas – é bastante limitado.
Por sua vez, o 31 Euphrosyne também é um corpo de alta inclinação, mas de família bem maior do que a de Pallas. Por isso, foi usado pelos pesquisadores como modelo para verificar se asteroides massivos de alta inclinação são eficazes para causar mudanças de mobilidade de elementos de asteroides pequenos ou não.
Já a difusão do semieixo maior de um asteroide pequeno provocada por um encontro com o asteroide 10 Hygiea é quase próxima à causada pelo 1 Ceres – o maior asteroide conhecido, que em 2006 passou a ser considerado planeta-anão.

“Os níveis de difusão no semieixo maior de um asteroide pequeno causados por um encontro com o 10 Hygiea são quase da mesma ordem da do Ceres, o que foi um pouco inesperado”, disse Valério Carruba, professor da Unesp e um dos autores do estudo, à Agência FAPESP.
Segundo Carruba, já tinham sido realizados alguns estudos sobre encontros próximos com dois dos maiores asteroides massivos: o 1 Ceres e o 4 Vesta, que é o segundo maior asteroide do Sistema Solar e que foi promovido em maio à categoria de “protoplaneta”.
Um estudo publicado em 2011 também na revista Astronomy & Astrophysics por cientistas do Observatório de Paris, na França, demonstrou que, quando os cinco maiores asteroides massivos foram incluídos em simulações com todos os outros planetas, não somente as órbitas dos asteroides massivos se tornaram mais caóticas, mas até a precisão dos elementos orbitais da Terra ficou limitada em até 50 milhões de anos (Myr).
Os efeitos sobre a mobilidade asteroidal causada por encontros próximos nas regiões de 2 Pallas, 10 Hygiea e 31 Euphrosyne, que foram objeto do estudo dos pesquisadores brasileiros, ainda não tinham sido esmiuçados.
“Sabemos que os efeitos de difusão caótica causados por encontros com asteroides massivos valem somente para asteroides cujas órbitas cruzam com as dos asteroides maiores”, explicou Carruba.
“Eles podem ser particularmente importantes para objetos que são membros da família de asteroides massivos, como o 10 Hygiea e o 31 Euphrosyne, que é o que pretendemos estudar agora”, disse.

Encontros raros

Em estudo realizado em colaboração com outros pesquisadores, publicado em julho na Astronomy & Astrophysics, Carruba demonstrou que mudanças no semieixo maior, excentricidade e inclinação, causadas por efeitos a longo prazo de encontros próximos do asteroide Vesta com outros corpos menores, podem ter contribuído para difusão de alguns membros de sua família para fora de sua órbita.
Além disso, a órbita atual de alguns desses asteroides não poderia ser facilmente justificada pela migração dos elementos por outros mecanismos, como por exemplo o efeito Yarkovsky (um pequeno “empurrão” que um asteroide sofre quando absorve a luz solar e emite calor) ou ressonâncias orbitais.
“Por causa dos encontros próximos com asteroides massivos, há uma mudança na energia da órbita dos asteroides pequenos que se reflete em uma mudança no semieixo maior, na excentricidade e na inclinação da órbita dele”, explicou Carruba.

De acordo com o pesquisador, o mecanismo dos encontros com asteroides massivos é similar ao utilizado para enviar sondas para estudar planetas, como Júpiter e Saturno, e suas respectivas luas.
Quando as sondas Voyager começaram a ser enviadas ao espaço pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos – inicialmente para estudar Júpiter e Saturno e, posteriormente, Netuno –, elas tiveram um encontro próximo com Júpiter que mudou relativamente suas órbitas. “Elas ganharam energia e agora podem explorar o Sistema Solar externo”, disse Carruba.
“É claro que os asteroides massivos são bem menores em comparação aos planetas. Mas, com o passar de centenas de milhares de anos, os efeitos da difusão caótica causados por encontros próximos com eles não são desprezíveis”, afirmou. Entretanto, segundo ele, os encontros próximos com asteroides massivos são raros.

Das aproximadamente 3 mil partículas que estudaram na região de 10 Hygiea, que abrangem um período de 30 milhões de anos, os pesquisadores brasileiros identificaram cerca de 4 mil encontros próximos delas com o asteroide massivo nesse período.

“Os encontros próximos com asteroides massivos dependem muito de como as órbitas estão orientadas. Quando elas se intersectam, nós conseguimos verificar a ocorrência de encontros próximos e calcular a variação do semieixo maior dos asteroides menores”, disse Carruba.

O artigo Chaotic diffusion caused by close encounters with several massive asteroids The (4) Vesta case (doi: 10.1051/0004-6361/201218908), de Carruba e outros, pode ser lido por assinantes da revista Astronomy & Astrophysics em www.aanda.org/index.php?option=com_article&access=doi&doi=10.1051/0004-6361/201218908&Itemid=129.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Evolução escrita nos cipós

Botânicos usam trepadeiras para compreender a origem de florestas brasileiras
RICARDO ZORZETTO | Edição 200 - Outubro de 2012
© FÁBIO COLOMBINI

Cipós na Mata Atlântica em Itatiaia, Rio de Janeiro: lianas do grupo Bignonieae podem ajudar a recontar a história evolutiva de vários ecossistemas

Parece não haver desafio capaz de intimidar a botânica Lúcia Garcez Lohmann, especialista em sistemática de plantas da Universidade de São Paulo. Ao final do curso de biologia em 1995, aos 22 anos, ela se impôs uma tarefa que deixaria apreensivo qualquer pesquisador experiente. Decidiu buscar uma resposta definitiva para uma questão que havia dois séculos ocupava os botânicos: compreender como era o parentesco e a história evolutiva e biogeográfica das 382 espécies de cipós que se distribuem por uma vasta área das Américas, do sul do México ao norte da Argentina e do Chile, e contribuem para tornar as florestas tropicais tão diferentes das temperadas. Depois de visitar coleções em museus ao redor do mundo e passar meses em florestas das Américas Central e do Sul coletando novos exemplares, Lúcia construiu um sistema de classificação com base na relação de parentesco entre as espécies usando as características genéticas e morfológicas dessas plantas. Agora, ao mesmo tempo que começa a compreender quando, onde e como surgiu tamanha variedade de cipós – essas espécies representam quase metade das Bignoniáceas, família de plantas com flores em forma de sino que inclui árvores como os ipês e os jacarandás –, Lúcia está prestes a iniciar um projeto ainda mais ambicioso. Ela quer entender o que levou a floresta amazônica a abrigar a maior variedade de plantas e animais do mundo. Em resumo, o que permitiu à Amazônia ser a Amazônia.

Em colaboração com o ornitólogo norte-americano Joel Cracraft, ela coordenará pelos próximos cinco anos quase 30 pesquisadores – metade do Brasil e metade dos Estados Unidos – que analisarão dados sobre plantas, animais e o ambiente em busca de uma explicação para a biodiversidade da maior floresta tropical do mundo. Aprovado em setembro, o projeto resulta de uma cooperação entre a FAPESP e a National Science Foundation, dos Estados Unidos. Por meio dos programas Biota-FAPESP e Dimensions of Biodiversity, cada fundação repassará cerca US$ 2 milhões para a pesquisa. “Não conheço outro projeto que se proponha a produzir uma visão tão abrangente e integrada da Amazônia”, diz Lúcia. “A ideia é fazer uma síntese de tudo o que se sabe da região e construir um modelo teórico que explique melhor a origem de sua biodiversidade.”

Há quase 40 anos se interpreta o surgimento da farta variedade de plantas e animais da Amazônia à luz da teoria dos refúgios, proposta no fim dos anos 1960 pelo geólogo alemão Jürgen Haffer e testada pelo zoólogo Paulo Vanzolini. Segundo esse modelo, alterações no clima deixaram a região mais seca e a floresta encolheu, passando a ocupar áreas restritas e isoladas. Chamadas de refúgios, essas áreas teriam permitido a sobrevivência de muitas espécies e favorecido o surgimento de outras, que se espalharam quando o clima voltou a ficar úmido e a floresta se expandiu. Submetida à prova várias vezes, a teoria dos refúgios parece não ser mais suficiente para explicar a biodiversidade amazônica (ver Pesquisa FAPESP nº 129 e Especial 50 anos FAPESP).
Uma das razões do questionamento é que a ideia dos refúgios como centros de diversidade de espécies pode ser consequência de uma distorção, já que em muitos casos os refúgios coincidem com as áreas de maior coleta de exemplares de plantas e animais. Assim, pode-se ter encontrado mais espécies nos refúgios porque se procurou melhor ali, e não por eles serem necessariamente mais ricos em espécies. “Quem estuda a biodiversidade testa a teoria dos refúgios por falta de opção”, comenta Lúcia.

Com o novo projeto, ela e Cracraft esperam criar um modelo teórico mais abrangente para explicar a biodiversidade amazônica. “Ao final desses cinco anos queremos compreender em detalhe os padrões de biodiversidade que ocorrem na Amazônia e ser capazes de resolver algumas controvérsias sobre a história ambiental da região”, diz Cracraft, pesquisador do Museu de História Natural de Nova York. Ele, Lúcia e outros pesquisadores começaram a planejar esse estudo há quase quatro anos. “Tínhamos interesse científico na Amazônia e muitos de nós já publicavam trabalhos sobre a região”, conta Cracraft. “Mas compreender a história biótica e ambiental da Amazônia é algo grande e complexo demais para ser resolvido por poucos pesquisadores, por isso fazia sentido pensar um projeto de maior escala.”
O primeiro passo será reunir toda a informação disponível sobre alguns grupos da fauna e da flora amazônicas. Assim, espera-se identificar onde a concentração de espécies é maior e se essa concentração está associada a alguma característica ambiental (geológica ou climática).

Em seguida, os pesquisadores pretendem resgatar a história evolutiva de todas as espécies de plantas, borboletas, aves e mamíferos que conseguirem amostrar. A partir de informações genéticas e da datação de fósseis, eles querem identificar os principais momentos de diversificação de espécies e onde se encontravam os ancestrais de cada grupo. Também planejam investigar se os eventos de diversificação estão associados a fenômenos geológicos, climáticos e outras características ambientais do passado, como as variações de disponibilidade de carbono e nitrogênio. “Queremos reconstruir o que aconteceu nos últimos 20 milhões de anos, pois é quando se imagina que tenham surgido muitas das espécies que vivem ali”, diz Lúcia.

Muito do que há por ser feito na Amazônia não difere do trabalho dela com as 382 espécies de cipós do grupo Bignonieae, o maior dos grupos ou tribos da família das Bignoniáceas. A partir da genealogia que construiu, ela e sua equipe começaram a desvendar a história evolutiva dessas plantas, que representam o maior grupo de lianas – trepadeiras de caule amadeirado – das Américas (ver Pesquisa FAPESP nº 132). Elas assumem formas tão variadas, espalham-se por tantos ambientes e são tão abundantes nas florestas tropicais que, segundo os botânicos, servem de modelo para conhecer o que acontece com as outras espécies de plantas com flores.

© LÚCIA LOHMANN
Pyrostegia venusta: nativa da Amazônia e encontrada em quase toda a América

A origem

Com base em dados moleculares e na nova genealogia, Lúcia afirma com mais segurança que as lianas do grupo Bignonieae surgiram cerca de 50 milhões de anos atrás na região do que hoje é a costa brasileira ocupada pela mata atlântica, como informa em artigo a ser publicado no Botanical Journal of the Linnean Society. Naquela época, a América do Sul já estava separada da África. O clima era quente e úmido, os dinossauros já não viviam mais e uma grande variedade de mamíferos começava a ocupar o planeta.

O ancestral dessas 382 espécies de cipós provavelmente era uma árvore – e não uma trepadeira. As flores do ancestral das Bignonieae tinham cinco pétalas que formavam um tubo alongado, com órgãos sexuais internos e uma região produtora de néctar no fundo. Eram semelhantes às flores das espécies do gênero Anemopaegma, que são roxas, brancas ou amarelas, concluíram Lúcia e a botânica Suzana Alcantara depois de analisar a evolução de 12 características anatômicas das flores de Bignonieae. “As flores da primeira Bignonieae provavelmente eram roxas e polinizadas por pequenas abelhas”, comenta Suzana.
A morfologia externa das flores, aliás, parece ser a característica mais sujeita a transformações. Embora a maior parte seja polinizada por abelhas, flores de coloração mais intensa (vermelhas ou amarelas) e formato que facilita a polinização por beija-flores apareceram 11 vezes entre as 104 espécies analisadas por Suzana e Lúcia. Outras cinco vezes surgiram flores – em geral brancas, com tubo mais estreito e alongado – que liberam um perfume intenso atraente para mariposas. Mas o que parece ter influenciado de fato a dispersão dessas plantas são as características do ambiente, como a disponibilidade de água e de luz e a variação de temperatura.

Novas fronteiras

A partir do litoral, as Bignonieae percorreram um longo caminho nas Américas. Há 39 milhões de anos, chegaram à região da atual Amazônia, onde hoje está a maior diversidade de espécies. Dali se dispersaram para os Andes e as Américas Central e do Norte. Mais tarde, há 27 milhões de anos, passaram a ocupar o cerrado, a caatinga e o chaco.
Projetos
1. Sistemática da tribo Bignonieae (Bignoniaceae) – nº 2011/50859-2
2. Estruturação e evolução da biota amazônica e seu ambiente: uma abordagem integrativa – nº 2012/50260-6
Modalidade
1. Auxílio Regular a Projeto de Pesquisa
2. Programa Biota – Projeto Temático
Coordenadora
1. e 2. Lúcia Garcez Lohmann – IB/USP
Investimento
1. R$ 721.836,88 (FAPESP)
2. R$ 2.974.606,54 / US$ 461.132,00 (FAPESP)
 
Toda vez que migraram para esses ecossistemas mais secos, elas sofreram alterações drásticas na morfologia: as trepadeiras deram lugar a arbustos, com uma série de prováveis adaptações ao novo ambiente onde a luminosidade é maior e não é preciso crescer agarrado a uma árvore para receber luz.
Nessa migração, perderam as gavinhas, filamentos que se enroscam ao caule de árvores e lhes permitem alcançar o dossel das florestas. Em paralelo, pequenas estruturas do caule e das folhas que produzem néctar – os nectários extraflorais – parecem ter deixado de exercer uma função protetora.

Na floresta, eles existem em maior quantidade e atraem formigas, que, por sua vez, espantam os insetos herbívoros. “A cada transição das florestas úmidas para áreas mais secas, o número de nectários diminuiu, alterando as interações desses nectários com as formigas e os herbívoros”, explica o ecólogo Anselmo Nogueira, da equipe de Lúcia. “Essas transições morfológicas abriram a porta de outros ambientes para as Bignonieae e provavelmente permitiram se diversificarem tanto”, comenta.

Hoje Lúcia e sua equipe compilam dados sobre o momento em que surgiram ou desapareceram essas e outras características das Bignonieae. É uma tentativa de compreender se as mudanças são inovações que possibilitaram a ocupação de novos ambientes ou se elas ocorreram depois da chegada aos novos biomas, em adaptação a condições ambientais diferentes. “A história evolutiva das Bignonieae”, acredita Lúcia, “pode ajudar a esclarecer as origens e a evolução dos ecossistemas tropicais como um todo”.

Artigos científicos

LOHMANN, L. G. et al. Pattern and timing of biogeographic history in the Neotropical tribe Bignonieae. Botanical Journal of the Linnean Society. 2012.

Uma boa história de química

Artigo toma como base a penicilina e a narrativa de sua descoberta para aguçar a curiosidade do aluno diante de uma matéria rejeitada por muitos: a química orgânica
 
Por: Thiago Camelo
Publicado em 22/10/2012 | Atualizado em 22/10/2012
 
Uma boa história de química
Alexander Fleming posa junto às suas culturas de bactérias: a penicilina, descoberta pelo cientista, é tema de artigo na revista ‘Química Nova na Escola’. (foto: Wikimedia Commons) 
 
Muitos professores já falaram isto ao ‘Alô, Professor’: quanto mais distante da realidade do aluno for o tema, mais difícil será capturar o seu interesse. Agora, imagine-se estudante. A aula é de química orgânica. Muito prazer cadeias de carbono, hidrogênio, hidrocarbonetos! Pela primeira vez você é apresentado àquelas ligações. Não deve ser fácil o primeiro contato.
Quanto mais distante da realidade do aluno for o tema, mais difícil será capturar o seu interesse
Outro cenário. Antes de apresentar cadeias de carbono, hidrogênio e afins, o professor conta a história da penicilina – antibiótico e, para fins didáticos, um composto orgânico. Só depois de narrar a inesperada história da descoberta do antibiótico, apresenta a estrutura molecular da penicilina e suas especificidades. Relaciona assim a penicilina a algo maior – aos acasos da ciência, à conjuntura do mundo na época, à atual fase da indústria farmacêutica.
“A história da penicilina chama a atenção dos alunos para a importância de certas substâncias orgânicas; além disso, constrói a aula de modo multidisciplinar, o que sempre é mais interessante para o estudante”, defende o químico Éder Cavalheiro, pesquisador da Universidade de São Paulo, campus de São Carlos. Ele e sua aluna de doutorado Carolina Calixto escreveram artigo para a revista Química Nova na Escola sobre o tema.

O acaso e a ciência

A história da descoberta da penicilina é um prato cheio para alunos minimamente curiosos. É quase mágico o acaso que fez com que o cientista britânico Alexander Fleming descobrisse o antibiótico natural derivado de um fungo, o Penicilium. Não é todo dia na ciência – aliás, é muitíssimo raro na ciência – que uma descoberta dessa estirpe é feita. Inclusive, diante do fantástico acidente, Fleming teria dito a notável frase: "Não inventei a penicilina, a natureza é que a fez".

Em espanhol, vídeo que conta
a história da descoberta de Fleming



 
A penicilina foi descoberta em 1928. O antibiótico foi produzido em larga escala apenas em 1942. “Uma das coisas interessantes da história da penicilina é que a descoberta demorou muito tempo para se transformar num benefício à sociedade”, diz Calixto.
O estudante, provavelmente, perguntará por quê. A explicação é interdisciplinar e envolve um evento histórico: a 2ª Guerra Mundial e a necessidade de tratar milhões de soldados feridos. Antes da guerra, não houve mobilização suficiente para produzir o medicamento em grande quantidade. Era caro e cientificamente desafiador. O artigo destaca um depoimento raro do próprio Fleming sobre o feito:
“O desenvolvimento da penicilina em grande escala constitui uma história maravilhosa. Governos, fabricantes, cientistas e todos, desde o operário mais humilde, desempenharam sua parte. Havia o estímulo da guerra e grande número de colaboradores de toda espécie possuía parentes próximos nas forças combatentes. A penicilina demonstrara aumentar consideravelmente a probabilidade de cura dos feridos e diminuir o seu sofrimento físico. Os pesquisadores sentiam que estavam realizando algo para seus próprios amigos e parentes e nisto foram auxiliados pelas autoridades...”

Veja abaixo, em espanhol, vídeo que conta
a história da descoberta de Fleming

A química, a penicilina e a medicina

Calixto diz que, após ouvirem a história, os alunos estarão mais interessados em conhecer a complexidade estrutural da penicilina. E mais: será possível, por exemplo, explicar a eles que substâncias análogas podem ser obtidas mudando-se a cadeia da estrutura básica do antibiótico. “Cada mudança pode inativar a função antibiótica da penicilina ou, ao contrário, fazer com que o remédio trate de uma infecção específica”, explica. “Todos ouvem a história do Fleming e da penicilina no colégio, mas ela pode ser mais bem explorada, o professor pode atiçar a curiosidade do aluno para a química orgânica”, completa.

Calixto destaca que ela e seu orientador se preocuparam em mostrar no artigo a grande variedade de penicilinas que podem ser criadas a partir da fórmula estrutural da substância. É um jeito também de falar da variedade de antibióticos e de bactérias que existem. É também uma forma de tocar em outro assunto: o uso indiscriminado de antibióticos e a resistência bacteriana a esse tipo de medicamento. “Podemos falar, nesse tópico, das adaptações biológicas das bactérias”, explica Cavalheiro.
No final do artigo, eles escrevem: “Deve ficar evidente desse debate a importância da penicilina e, consequentemente, das moléculas orgânicas em geral na sociedade contemporânea, provocando assim o efeito motivador para o estudo das funções orgânicas no ensino médio e dos conteúdos mais avançados de química (e bioquímica) no ensino superior”.

Thiago Camelo

Ciência Hoje On-line

Penicilina


Por Marcus V. Cabral

 
Em 1928, Alexander Fleming, médico e bacteriologista escocês, descobriu a penicilina, um antibiótico natural derivado de um fungo (gênero Penicillium), que revolucionou a medicina desde então. Em seu laboratório, Alexander tinha diversas placas de petri contendo cultura de alguns microorganismos para estudos. Em uma cultura de Staphylococcus Aureus, o grande causador de infecção generalizada, Fleming, percebeu algo estranho. A placa havia sido infectada por bolores, e em sua volta, não havia nenhuma bactéria.

Penicillium chrysogenum
Penicillium chrysogenum
Classificação científica
Reino: Fungi
Divisão: Ascomycota
Subdivisão: Pezizomycotina
Classe: Eurotiomycetes
Ordem: Eurotiales
Família: Trichocomaceae
Gênero: Penicillium
Espécie: Penicillium chrysogenum
Isolando este tipo de fungo, descobriu-se que era do gênero Penicillium, e a substância produzida por ele, tinha efeito bactericida. A esta substância deu-se o nome de penicilina, substância que impede a produção das moléculas de carbono que são responsáveis pela formação da membrana da bactéria.
fleming
O primeiro tratamento com penicilina em seres humanos aconteceu em 1941, em um agente da polícia que sofria de uma infecção chamada septicemia. A penicilina se tornou um importante medicamento da época e é de grande eficácia no tratamento de doenças infecciosas de origem bacteriana.
A penicilina tem a seguinte fórmula estrutural plana:

A penicilina possui ação bactericida e age inibindo a síntese da parede celular e a ativação do sistema autolítico endógeno das bactérias. Ao acoplar num receptor na parede celular bacteriana, a penicilina, interfere com a transpeptidação que ancora o peptidoglicano estrutural de forma rígida em torno da bactéria. Com uma parede fina e interior hiperosmótico, há um afluxo de água do exterior fazendo com que a bactéria entre em processo de lise, o que leva a bactéria a explodir.

Classificação das Penicilinas

  • Penicilinas naturais: Neste grupo estão à penicilina G e a penicilina V. São eficazes no combate a estreptococos dos grupos A e B, contra sífilis e outras doenças.
  • Aminopenicilinas: As aminopenicilinas foram às primeiras penicilinas com atividade contra bactérias Gram-negativas. Pertencem a esta classificação a amoxicilina e ampicilina.
  • Penicilinas resistentes à penicilinase: Nesta categoria as penicilinas são modificadas quimicamente e possuem uma cadeia lateral para inibir a ação da penicilinase. Como exemplo, pode-se citar a isoxazolilpenicilinas. Estafilococos resistentes à oxacilina são resistentes a este tipo de penicilina.
  • Carboxipenicilinas: A carbenicilina e a ticarcilina estão presentes neste grupo. Principalmente na ticarcilina, nota-se alguma atividade antipseudomonas.
  • Ureidopenicilinas: A azlocilina, mezlocilina e piperacilina, são consideradas penicilinas de maior espectro. Também são eficazes no combate a bactérias Gram-Negativas e enterococos.
Leia também:

Simples assim. Ingenuidade nossa achar que vivenciar uma tal de Rio+20 poderia mudar a postura governamental.
Trabalhadores da Mina de Ouro de Serra Pelada – 1986. Foto Sebastião Salgado

Governo do Amazonas libera uso de mercúrio no garimpo
O governo do Amazonas regulamentou a licença ambiental para o garimpo, liberando o uso de mercúrio na separação do ouro de outros materiais.
A utilização do metal é polêmica, porque polui rios e contamina peixes e seres humanos, podendo provocar intoxicação e lesões no sistema nervoso. Há 20 anos, ecologistas pediram a proibição do uso do mercúrio na Carta da Terra da Eco-92.

O DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), o Ibama e ONGs — que participaram das discussões para elaboração da norma — criticam pontos da regulamentação.

CONDIÇÕES

Já os garimpeiros do rio Madeira aguardavam a publicação da licença no “Diário Oficial”, que ocorreu nesta segunda (18), para retomar a exploração de ouro, interrompida no fim de 2011 após suspensão de uma regra anterior do governo do Amazonas.

O uso do mercúrio passará a ser permitido com algumas condições. Será preciso comprovar origem da compra, utilizar equipamento (cadinho) para recuperação do metal, transportar resíduos para depósitos autorizados, recuperar áreas degradadas e apresentar um estudo de impacto ambiental, o EIA/Rima.
O governo do Amazonas diz que o “boom” no mercado de ouro e a necessidade de combater os garimpos ilegais no rio Madeira, que prejudicavam a passagem dos comboios de soja no sul do Estado, motivaram a emissão da licença. A fiscalização ficará a cargo do governo estadual, com apoio do Ibama.
Estima-se que 3.000 garimpeiros tenham produzido uma tonelada de ouro na última safra, de junho a dezembro, no rio Madeira. No rio Juma, em Novo Aripuanã (530 km ao sul de Manaus), e nos rios Jutaí e Japurá (no oeste do Estado), há garimpos clandestinos em atuação.

O coordenador de qualidade ambiental do Ibama, Diego Sanchez, afirma que o órgão cobrou a inclusão de exigência de levantamento prévio dos níveis de contaminação de mercúrio no ar, água e peixes em regiões já exploradas pelos garimpeiros, sem sucesso.
“Seria o mínimo de segurança ambiental que se poderia dar às populações locais.”
Para ele, a nova regra é mais branda do que as exigências federais de licenciamento ambiental — hoje, o Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) regula o uso do metal na extração mineral pelo país.
Para o geólogo Fred Cruz, do DNPM, o uso do mercúrio na atividade é desnecessário. “Já existe tecnologia que permite separar o ouro de outros materiais”, afirma.
Carlos Durigan, da Fundação Vitória Amazônica, que trabalha com extrativismo florestal no rio Negro, diz que a licença não garante a comprovação prévia e periódica da origem do mercúrio, prejudicando a fiscalização da cadeia de compra do produto e abrindo brechas para o contrabando. “É o que acontece hoje na Amazônia.”

OUTRO LADO

Para o secretário-executivo do Cemaam (Conselho Estadual de Meio Ambiente do Estado do Amazonas), José Adailton Alves, a permissão de uso do mercúrio nos garimpos atenderá às pequenas cooperativas familiares.
Segundo Alves, o conselho optou por exigir um levantamento dos níveis de contaminação em regiões já exploradas somente após o licenciamento. Ele disse ainda que todas as áreas de lavra garimpeira serão monitoradas periodicamente.
Alves nega que a nova licença seja mais branda do que as exigências do Conama. “Isso não é pertinente, pois o licenciamento atenderá todos os requisitos técnicos e ambientais necessários. A resolução prevê a exigência do estudo de impacto ambiental”, afirmou.
O presidente do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), Antonio Stroski, disse que os garimpeiros terão de comprovar a origem da compra do mercúrio -até 30 dias após a emissão da licença ambiental- como forma de combater o uso do produto em atividades ilegais.
O instituto afirmou que o impacto do mercúrio será tratado posteriormente.
Para Anélio Vasconcelos, presidente de uma cooperativa de 587 garimpeiros do rio Madeira, a exigência do estudo de impacto ambiental inviabilizará a atividade. “Nossa licença de lavra é para 400 quilômetros de rio. Um estudo ambiental custaria R$ 1 milhão e uns quebrados, o que é inviável para as cooperativas”, afirmou.
Fonte: Folha

Fim das Áreas de Preservação Permanente (APPs) nos rios intermitentes...Como será o futuro do nossos rios? 

Exemplo de um rio intermitente - Piauí

Comissão tira proteção de rios intermitentes


BRASÍLIA - A comissão especial do Congresso que analisa a medida provisória do Código Florestal aprovou nesta quarta-feira, 8, uma emenda que poderá comprometer para sempre todas as bacias hidrográficas brasileiras. Por 15 votos a 12, a comissão decidiu que só serão resguardados por Área de Proteção Permanente (APP) os rios perenes. Os intermitentes poderão virar pasto, roça e estrada.

Entre os rios que poderão perder a proteção está até o Jaguaribe, em cujos leitos se encontram os Açudes do Castanhão e de Orós, no Ceará. Há épocas do ano em que o Jaguaribe seca.

Pelas contas do senador Jorge Viana (PT-AC), 50% dos rios brasileiros serão atingidos. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 80% dos rios do Piauí são intermitentes e no Distrito Federal, 70%. "Os rios intermitentes é que mandam a água para os perenes. Sem eles, todas as bacias hidrológicas ficarão comprometidas", afirmou Viana.

"Um rio que seca parte do ano, se não estiver protegido, com o tempo pode não voltar mais. Uma decisão dessas está no fundo sacrificando rios e, em última instância, sacrificando o fornecimento de água", disse Ana Cristina Barros, da ONG TNC, que trabalha com projetos de plantio em margens de rios para garantir a produção de água.

A emenda que tirou a proteção dos rios intermitentes foi apresentada pelo deputado Abelardo Lupion (DEM-PR). Segundo ele, o objetivo foi dar "maior clareza à lei e buscar um tratamento isonômico com os olhos d’água perenes". Para Viana, não sobrarão nem os igarapés da Amazônia, que em determinadas épocas do ano são gigantescos braços de água e em outros secam. CONTINUA!

Governo interrompe diálogo com ruralistas

O Governo disse que não mais votar por agora a medida provisória que altera o Código Florestal. Comissão do Congresso concluiu que bancada ruralista quer mudar estrutura das leis que protegem nascentes, rios e florestas

Em represália à aprovação do fim das Áreas de Preservação Permanente (APPs) nos rios intermitentes, o Governo decidiu na noite de ontem interromper o diálogo com a bancada ruralista e não mais votar por agora a medida provisória que altera o Código Florestal. O presidente da comissão do Congresso que examina a medida provisória, deputado Bohn Gass (RS), que é do PT, foi orientado a suspender a sessão que estava marcada para a manhã de hoje.

Bohn Gass enviou, ontem mesmo, a todos os senadores e deputados da comissão um comunicado segundo o qual não haveria mais nenhuma sessão da comissão especial no momento. A decisão do governo ocorreu depois de uma reunião de emergência no Palácio do Planalto entre os ministros Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), os senadores Jorge Viana (PT-AC), José Pimentel (PT-CE) e Luiz Henrique (PMDB-SC) com o presidente da comissão.

Leis ambientais

Os participantes da reunião concluíram que a bancada ruralista não se limitou apenas a tentar fazer mudanças na medida provisória que altera o Código Florestal, e sim em toda a estrutura das leis ambientais que protegem nascentes, rios e florestas. Desse modo, a comissão do Congresso entendeu que seria mais interessante interromper qualquer votação.

O deputado Bohn Gass disse que tentará convocar uma reunião para o dia 28 deste mês. Ele acha que até lá os parlamentares poderão buscar novos entendimentos e impedir a aprovação de emendas como a que retirou a proteção aos rios intermitentes. A sessão de ontem foi interrompida no momento em que a bancada ruralista tentava acabar com a obrigatoriedade de proteção às margens das veredas. (Agência Estado)

Saiba o que significa a proteção dos rios itermitentes

“As faixas de vegetação protetora foram diminuídas para todos os rios brasileiros com o novo Código Florestal. Agora, cursos d´água intermitentes e espécies que são ainda mais frágeis e que dependem desse ciclo de secas e chuvas, ficarão totalmente desprotegidos”, ressaltou Kenzo Jucá Ferreira, especialistas em Políticas Públicas do WWF-Brasil.

“A destruição de áreas úmidas importantes ao longo de riachos, rios e em áreas interfluviais pode levar à perda de serviços ambientais fundamentais para a nação, sob o ponto de vista ecológico, econômico, e social, incluindo a destruição de uma numerosa e única biodiversidade.
Grande parte das áreas úmidas brasileiras, devido ao regime de chuvas sazonal, é submetida a níveis de água variáveis, resultando em sistemas pulsantes com períodos de seca e cheia bastante pronunciados. Inundações periódicas ocorrem ao longo de pequenos rios em muitos pulsos imprevisíveis e de curta duração, variando de acordo com eventos de chuvas e secas locais.

Na velha e na nova versão proposta para o Código Florestal, as áreas úmidas não são especificamente mencionadas. Mas o Código em vigor protege faixas de floresta ao longo dos córregos e rios de acordo com a largura do rio, sendo considerado o nível mais alto, isto é, o nível alcançado por ocasião da cheia sazonal do curso d’água perene ou intermitente como definido pela resolução CONAMA de 2002. Esta formulação dá proteção à orla das áreas úmidas, assegurando sua integridade. 

O novo Código Florestal considera Área de Preservação Permanente (APP) desde a borda da calha do leito regular, sendo esta definida na proposta como: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano. Esta proposição deixaria a maioria das áreas úmidas sem proteção legal, impactando negativamente os serviços proporcionados aos seres humanos e ao meio ambiente.”(OEco)


Fontes: http://www.opovo.com.br/app/opovo/radar/2012/08/09/noticiasjornalradar,2895845/governo-interrompe-dialogo-com-ruralistas.shtml
http://tudoeespanto.blogspot.com.br/
http://www.oeco.com.br/convidados-lista/25724-novo-codigo-florestal-expoe-areas-umidas-como-pantanal

Foto: http://www.pictures.org.es/brazil/city.php?Bonito&id=497

Nossos deputados estão jogando xadrez e colocando em xeque o futuro ambiental do Brasil...

http://folhasegente.blogspot.com.br/2012/08/fim-das-areas-de-preservacao-permanente.html?goback=.gde_3046706_member_144483225 

 

A origem das indo-europeias

Novo estudo propõe que a família de línguas que reúne centenas de idiomas e dialetos, incluindo o português e o russo, surgiu na Anatólia (atual Turquia) durante a expansão das técnicas agrícolas para a Europa e a Ásia. 
 
Por: Cássio Leite Vieira
Publicado em 23/10/2012 | Atualizado em 23/10/2012
A origem das indo-europeias
A Turquia, destacada no mapa, teria sido o local de origem da família de línguas que inclui o português, segundo nova hipótese. (imagem: Wikimedia Commons) 
 
A conclusão de um novo estudo sobre a origem de uma família de línguas – à qual pertence o português – tirou o cavalo de cena e pôs a agricultura. E deslocou o local de nascimento da Ucrânia para a Turquia. As mudanças propostas causaram polêmica.

A nova hipótese – e, por enquanto, apesar de elogiada, ela é só isso – defende que a família das línguas indo-europeias, que reúne centenas de idiomas e dialetos tão díspares quanto o russo e o português, nasceu no contexto da expansão das técnicas de agricultura, a partir da Anatólia (hoje, Turquia), para a Europa e a Ásia. E isso se deu entre 8 mil e 9,5 mil anos atrás.

Para chegar a essa conclusão, os autores – liderados por Russel Gray e Quentin Atkinson, ambos da Universidade de Auckland (Nova Zelândia) – usaram modelos computacionais semelhantes aos empregados no estudo sobre epidemias. E a estratégia pressupunha que palavras sofrem ‘mutações’, como os genes, sendo possível, portanto, com base nessa ‘evolução’, avaliar a idade e origem delas, como as de uma espécie.
Dá para notar como o vocabulário biológico permeia a linguística histórica: família (para alguns, filo), gene, mutação, evolução...

Essa linha de pesquisa, que ganhou força na última década, é polêmica entre linguistas. Os defensores dessa abordagem alegam que sua força reside justamente na interdisciplinaridade. Na equipe de Gray e Atkinson, há pesquisadores da área de informática, microbiologia, psicolinguística, neurociência, psicologia, ecologia, filosofia, estatística, genética, antropologia, entre outras especialidades.
A equipe internacional, que publicou o novo estudo em agosto na Science, diz ter objetivo simples: mostrar que o método empregado – que responde pelo pomposo e impenetrável nome de abordagem bayesiana filogeográfica – pode resolver debates sobre a pré-história dos humanos, incluindo, obviamente, a origem da linguagem.

Há cerca de 10 anos, Gray e Atkinson causaram polêmica ainda maior: usaram modelos computacionais próprios da ecologia para mostrar que as línguas indo-europeias haviam surgido entre 7,8 mil e 9,8 mil anos atrás. Na época, revelaram o ‘quando’ (Nature, v. 426, p. 435, 2003). Faltava – o que foi feito agora – indicar o ‘onde’.

Ressalte-se que a hipótese da Anatólia/agricultura é minoritária entre especialistas. A mais aceita é a dos chamados kurgans, guerreiros nômades que habitaram as estepes Pontic (hoje, Ucrânia). Nesse cenário, a disseminação da família de línguas indo-europeias teria se iniciado há cerca de 6 mil anos. E essa dispersão teria muito a ver com a mobilidade fornecida pelo uso de cavalos.
As principais evidências a favor da hipótese dos kurgans vêm da paleontologia linguística e da arqueologia. A primeira indica a origem temporal dos veículos com rodas em torno de 6 mil anos atrás; a segunda mostra que há palavras, em todas as línguas indo-europeias, relacionadas a esse tipo de transporte.
Nas palavras de um especialista, a aceitação da nova hipótese – se isso ocorrer – será demorada. E polêmica.

Cássio Leite Vieira
Ciência Hoje/ RJ

domingo, 21 de outubro de 2012

Populações do Norte de África portam a assinatura da mistura com neandertais

sexta-feira, outubro 19, 2012

North African Populations Carry the Signature of Admixture with Neandertals

Federico Sánchez-Quinto1#, Laura R. Botigué1#, Sergi Civit3, Conxita Arenas3, María C. Ávila-Arcos4, Carlos D. Bustamante2, David Comas1¶, Carles Lalueza-Fox1¶*

1 Institut de Biologia Evolutiva (CSIC-Universitat Pompeu Fabra), Barcelona, Spain, 2 Department of Genetics, Stanford University, Stanford, California, United States of America, 3 Departament d'Estadística, Universitat de Barcelona, Barcelona, Spain, 4 Centre for GeoGenetics, Natural History Museum of Denmark, University of Copenhagen, Copenhagen, Denmark
Abstract

One of the main findings derived from the analysis of the Neandertal genome was the evidence for admixture between Neandertals and non-African modern humans. An alternative scenario is that the ancestral population of non-Africans was closer to Neandertals than to Africans because of ancient population substructure. Thus, the study of North African populations is crucial for testing both hypotheses. We analyzed a total of 780,000 SNPs in 125 individuals representing seven different North African locations and searched for their ancestral/derived state in comparison to different human populations and Neandertals. We found that North African populations have a significant excess of derived alleles shared with Neandertals, when compared to sub-Saharan Africans. This excess is similar to that found in non-African humans, a fact that can be interpreted as a sign of Neandertal admixture. Furthermore, the Neandertal's genetic signal is higher in populations with a local, pre-Neolithic North African ancestry. Therefore, the detected ancient admixture is not due to recent Near Eastern or European migrations. Sub-Saharan populations are the only ones not affected by the admixture event with Neandertals.

Citation: Sánchez-Quinto F, Botigué LR, Civit S, Arenas C, Ávila-Arcos MC, et al. (2012) North African Populations Carry the Signature of Admixture with Neandertals. PLoS ONE 7(10): e47765. doi:10.1371/journal.pone.0047765

Editor: David Caramelli, University of Florence, Italy

Received: July 17, 2012; Accepted: September 20, 2012; Published: October 17, 2012

Copyright: © 2012 Sánchez-Quinto et al. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.

Funding: FS-Q, SC, CA and CL-F are supported by a grant from the Ministerio de Ciencia e Innovación of Spain (BFU2009-06974) and CGL2010-14944/BOS. The funders had no role in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.

Competing interests: The authors have declared that no competing interests exist.
* E-mail: carles.lalueza@upf.edu

# These authors contributed equally to this work.

¶ These authors also contributed equally to this work.

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Origem antiga da fauna marinha profunda moderna

quinta-feira, outubro 11, 2012

Ancient Origin of the Modern Deep-Sea Fauna


Ben Thuy1*, Andy S. Gale2, Andreas Kroh3, Michal Kucera4, Lea D. Numberger-Thuy5, Mike Reich1,5, Sabine Stöhr6

1 Geoscience Centre, University of Göttingen, Department of Geobiology, Göttingen, Germany, 2 School of Earth and Environmental Sciences, University of Portsmouth, Portsmouth, United Kingdom, 3 Natural History Museum Vienna, Department of Geology and Palaeontology, Vienna, Austria, 4 Marum – Centre for Marine Environmental Sciences, University of Bremen, Bremen, Germany, 5 Geoscience Centre, Museum, Collections and Geopark, University of Göttingen, Göttingen, Germany, 6 Swedish Museum of Natural History, Stockholm, Sweden



Abstract


The origin and possible antiquity of the spectacularly diverse modern deep-sea fauna has been debated since the beginning of deep-sea research in the mid-nineteenth century. Recent hypotheses, based on biogeographic patterns and molecular clock estimates, support a latest Mesozoic or early Cenozoic date for the origin of key groups of the present deep-sea fauna (echinoids, octopods). This relatively young age is consistent with hypotheses that argue for extensive extinction during Jurassic and Cretaceous Oceanic Anoxic Events (OAEs) and the mid-Cenozoic cooling of deep-water masses, implying repeated re-colonization by immigration of taxa from shallow-water habitats. Here we report on a well-preserved echinoderm assemblage from deep-sea (1000–1500 m paleodepth) sediments of the NE-Atlantic of Early Cretaceous age (114 Ma). 
 
The assemblage is strikingly similar to that of extant bathyal echinoderm communities in composition, including families and genera found exclusively in modern deep-sea habitats. A number of taxa found in the assemblage have no fossil record at shelf depths postdating the assemblage, which precludes the possibility of deep-sea recolonization from shallow habitats following episodic extinction at least for those groups. 
 
Our discovery provides the first key fossil evidence that a significant part of the modern deep-sea fauna is considerably older than previously assumed. As a consequence, most major paleoceanographic events had far less impact on the diversity of deep-sea faunas than has been implied. It also suggests that deep-sea biota are more resilient to extinction events than shallow-water forms, and that the unusual deep-sea environment, indeed, provides evolutionary stability which is very rarely punctuated on macroevolutionary time scales.

Citation: Thuy B, Gale AS, Kroh A, Kucera M, Numberger-Thuy LD, et al. (2012) Ancient Origin of the Modern Deep-Sea Fauna. PLoS ONE 7(10): e46913. doi:10.1371/journal.pone.0046913

Editor: Richard J. Butler, Ludwig-Maximilians-Universität München, Germany

Received: May 24, 2012; Accepted: September 6, 2012; Published: October 10, 2012

Copyright: © 2012 Thuy et al. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.

Funding: The study was funded by the German Research Foundation (http://www.dfg.de/index.jsp), grant RE2599/6-1, and by the European Union funded Synthesys program (http://www.synthesys.info/), grants SE-TAF-2674 and SE-TAF-2969. Deposition of the described material in the collections of the Natural History Museum in London (UK), the micropaleontological collection at the University of Tübingen (D) and the Geoscientific Museum at the University of Göttingen (D) was done with the permission of the respective institutes. 
 
We acknowledge support by the German Research Foundation and the Open Access Publication Funds of the Göttingen University. The funders had no role in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.

Competing interests: The authors have declared that no competing interests exist.

* E-mail: nebyuht@yahoo.com

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Documentários BBC - Walking with Monsters

Especial Pré-Historia

A pedidos estou postando a série BBC – Walking with Monsters (Caminhando com os Montros) é uma série produzida pela BBC em 2005, dos mesmo criadores de WALKING WITH DINOSAURS.



Caminhando com Monstros acompanha a história das bizarras criaturas que dominaram o nosso planeta milhões de anos antes dos dinossauros. A série apresenta a surpreendente verdade sobre a origem da vida na Terra e sobre como os humanos devem sua existência a “monstros” muito além da nossa imaginação. No período Cambriano (há 550 milhões de anos), surgem os predadores. Aparecem dentes, garras, bicos e todo tipo de armas. Foi uma era de grande variedade, onde incontáveis criaturas nadavam, andavam e rastejavam na água, incluindo o Trilobite, que deu origem aos caranguejos e insetos, e o Haikouichthys, ancestral de todos as criaturas com espinha dorsalmestrado em turismo

Tamanho: 849 MB Codec:avi Idioma: Inglês Video: AVi 784/ 448mestrado em turismo
Documentários BBC - Especial Pré-Historia (REPOSTADO) A pedidos estou postando a série BBC – Walking with Monsters (Caminhando com os Montros) é uma série produzida pela BBC em 2005, dos mesmo criadores de WALKING WITH DINOSAURS. E para completar, vou postar mais documentários sobre a pré-historia. No total são 3 documentários:mestrado em turismo
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Documentários BBC - Especial Pré-Historia (REPOSTADO) A pedidos estou postando a série BBC – Walking with Monsters (Caminhando com os Montros) é uma série produzida pela BBC em 2005, dos mesmo criadores de WALKING WITH DINOSAURS. E para completar, vou postar mais documentários sobre a pré-historia. No total são 3 documentários: -------------------------------------------------------------------- 1° -Documentários BBC - Walking With Monsters ( Caminhando com os Montros): Caminhando com Monstros acompanha a história das bizarras criaturas que dominaram o nosso planeta milhões de anos antes dos dinossauros. A série apresenta a surpreendente verdade sobre a origem da vida na Terra e sobre como os humanos devem sua existência a “monstros” muito além da nossa imaginação. No período Cambriano (há 550 milhões de anos), surgem os predadores. Aparecem dentes, garras, bicos e todo tipo de armas. Foi uma era de grande variedade, onde incontáveis criaturas nadavam, andavam e rastejavam na água, incluindo o Trilobite, que deu origem aos caranguejos e insetos, e o Haikouichthys, ancestral de todos as criaturas com espinha dorsal Tamanho: 849 MB Codec:avi Idioma: Inglês Video: AVi 784/ 448mestrado em turismo