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sábado, 30 de maio de 2015
STEREOSTERNUM
BRAZILOSAURUS
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MESOSAURUS
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MESOSAURIDAE
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Reino Protista 2
O Reino Protista, ou Protozoa, é formado pelos eucariotos mais
simples existentes no planeta. Vivem em variados tipos de habitat, desde
aquático até terrestre. Neste grupo encontram-se as algas eucarióticas,
que são autotróficas fotossintetizantes, podendo ser pluricelulares,
mas não formam tecidos verdadeiros.
São muito importantes para a produção de oxigênio, sendo que muitos
cientistas defendem que as algas, não as plantas, são os “pulmões” do
mundo, ou seja, são responsáveis pela produção de grande parte do
oxigênio disponível. São também utilizadas para a alimentação e na
indústria, principalmente em cremes, cosméticos, sorvete e maionese.
O “corpo” da algo é chamado de talo, pois não possui raiz, nem caule,
nem folhas, e são encontradas predominantemente no meio aquático.
São classificadas de acordo com o tipo de pigmentação existente:
A reprodução pode ser tanto assexuada, por divisão binária ou por
zoósporos mitóticos, como sexuada.
Há tanto a presença de um ciclo
haplobionte, no qual um adulto, haploide, gera gametas por meiose, que
gerarão uma nova alga haploide, como o ciclo diplobionte, onde a alga
adulta é diploide, forma gametas por meiose, gerando novos indivíduos
diploides.
A conjugação também ocorre nesses organismos (veja em Reino
Monera e Reino Protista 1), mas nesse caso, faz parte do ciclo haploide,
no qual ocorre a junção de duas células haploides, que originam o
zigoto, que se divide por meiose, originando um novo filamento haploide.
As algas juntamente com os fungos formam os liquens, um tipo de
associação simbiótica obrigatória, onde a alga fornece alimento enquanto
o fungo fornece umidade, permitindo a colonização, por parte desses
organismos, de diversos tipos de ambientes.
Reino Protista 1
O Reino Protista, ou Protozoa, é formado pelos eucariotos mais
simples existentes no planeta, sendo unicelulares, geralmente
microscópicos, heterotróficos, podendo formar colônias. Vivem em
variados tipos de habitat, desde aquático até terrestre. Neste grupo
também se encontram as algas eucariontes, que no caso são autotróficas.
Nesta aula iremos focar no primeiro grupo de organismos citados.
A complexidade da célula de um protozoário é tão grande que desempenha
todas as funções que tecidos e órgãos realizam em um ser pluricelular
complexo. Por exemplo, esses organismos são capazes de locomoção,
respiração, excreção, reprodução e relacionamento com o ambiente. Muitos
representantes deste filo adotam a vida parasitária, mas há também os
de vida livre e os que vivem em simbiose.
Os protozoários são divididos em Classes de acordo com seu tipo de locomoção:
Alguns protozoários, como as amebas, possuem um vacúolo pulsátil, que
apresenta função osmorreguladora, removendo o excesso de água que entra
na célula. Nos ciliados, há dois vacúolos pulsáteis, que funcionam
alternadamente e efetuam a regulação osmótica do organismo.
Os ciliados já apresentam sulco oral para ingestão de alimentos, e poro anal para a expulsão dos restos alimentares.
A reprodução é por divisão binária na maioria dos protozoários, mas
também pode ocorrer a conjunção em ciliados, onde o micronúcleo é
transmitido entre indivíduos, um processo semelhante a conjungação das
bactérias.
Dentro desse reino também se encontram protozoários com esqueleto
constituído de calcário, denominados foraminíferos, que apresentam
muitas formas variadas, como ilustrado na figura abaixo:
O que é a imunidade adquirida?
Assim sendo verificam-se duas das características do sistema imunitário:
As substâncias que desencadeiam uma resposta específica são os antígenos.
Os órgãos linfóides podem ser classificados em:
-) Órgãos linfoides primários: timo e medula óssea vermelha (local em que os linfócitos se diferenciam e atingem a maturação).
-) Órgãos linfoides secundários ou periféricos: baço, gânglios linfáticos, amígdalas e tecido linfático organizado por exemplo gânglios linfáticos. É nestas estruturas que ocorre o desenvolvimento da resposta imunitária.
Na imunidade específica intervém o sistema linfoide, constituído por tecidos e por órgãos que são coletivamente designados por órgãos linfoides e células efetoras que são os linfócitos.
Como se diferenciam os linfócitos?
Figura 1 -
Diferenciação dos linfócitos B e T.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw9urIFzBKtl-NxeQoDDFQQdO_8V4J9FaHlSa3xVBoGl1vZhUHLOnIZnqdz45m4Dsf8ItCbfdZM0Hv0PyiKnzCay8RnhMO8p-MKVF0NXSOrTMsiQ5fdnz3LfafCSdIcUZ5wS8q4V5iAsA/s1600/Imagem1.jpg
As células diferenciam-se em diferentes locais sob a influência destes. Os linfócitos T como podemos observar na imagem, diferenciam-se no timo e estão sob a sua influência, enquanto que os linfócitos B continuam o seu desenvolvimento na medula óssea.
É no interior do timo que os linfócitos T completam o seu amadurecimento, resultante da aquisição de diferentes tipos de moléculas da membrana que vão funcionar como receptores, sendo que os linfócitos B adquirem estes receptores ainda na medula óssea.
Após o desenvolvimento dos respectivos receptores, os linfócitos tornam-se células capazes de dar uma resposta imunitária. Depois disto, os linfócitos B e T, já com os seus receptores, passam para a corrente sanguínea, sendo que a sua maioria migra para tecidos e órgãos linfoides.
Imunidade passiva e imunidade activa
A imunidade activa ocorre quando o próprio organismo consegue produzir anticorpos e linfócitos ativos capazes de combater moléculas estranhas. Esta imunidade dura normalmente vários anos e, por vezes, até a vida toda.
A imunidade passiva consiste na passagem/transferência de anticorpos (produzidos por um animal ou ser humano), que tenham sido ativamente imunizados contra o antígeno. A imunidade passiva é temporária, durando apenas alguns meses, mas é bastante rápida e de eficiente proteção. A imunidade passiva natural mais comum é a passagem de anticorpos da mãe para o feto através da placenta e depois do parto através do leite materno. A imunidade artificial pode ser feita através de uma transfusão de sangue.
Figura 2- Imunidade passiva e activa
As vacinas de microrganismos completos podem dividir-se em dois tipos de vacinas:
O segundo tipo de vacinas, as vacinas recombinantes, são produzidas através de microrganismos geneticamente modificados, assim sendo a vacina continua a conter os antígenos que vão estimular o sistema imunitário, mas não possui o agente patogênico. Uma grande vantagem desta vacina é que ela protege-nos de diversas doenças ao mesmo tempo.
Por último, as vacinas de partes de microrganismos estimulam o sistema imunitário, uma vez que contém antigênico. Estas vacinas unem partes de microrganismo com proteínas, o que ajuda a aumentar a nossa resposta imunitária.
A defesa específica, também
conhecida por imunidade adquirida, constitui a terceira linha de defesa.
Inclui um conjunto de processos através dos quais o organismo consegue
reconhecer os agentes invasores e consequentemente destrui-los através
de receptores da membrana, presentes em células linfoides. Ocorre
geralmente após uma exposição a um determinado agente invasor, sendo
que, contrariamente ao que acontece com a defesa não específica, a
resposta do organismo ao agente invasor melhora a cada novo contacto.
Uma vez ativo este processo é extremamente eficaz e dirigido
especificamente contra certos elementos estranhos.
Assim sendo verificam-se duas das características do sistema imunitário:
- especificidade: ação específica para cada um dos agentes invasores
- memorização: o sistema imunitário memoriza os agentes invasores desde o seu primeiro contacto
As substâncias que desencadeiam uma resposta específica são os antígenos.
Mecanismos de defesa específicos:
Os
antígenos são componentes moleculares como bactérias, vírus e toxinas
que fazem desencadear uma determinada resposta isto é, uma resposta
especifica.
Para dar essa resposta intervêm vários mecanismos, sendo o mecanismo de
identificação/reconhecimento da responsabilidade dos linfócitos B e
linfócitos T. Estes linfócitos possuem a capacidade de identificar um
número praticamente infinito de elementos estranhos ao organismo,
tornando-se assim, células imunocompetentes. O mecanismo de reação
consiste na resposta do sistema imunitário na preparação dos
agentes específicos que vão intervir no processo. Por último, temos a
ação dos agentes do sistema imunitário que neutralizam ou destroem
as células/moléculas estranhas.
Os órgãos linfóides podem ser classificados em:
-) Órgãos linfoides primários: timo e medula óssea vermelha (local em que os linfócitos se diferenciam e atingem a maturação).
-) Órgãos linfoides secundários ou periféricos: baço, gânglios linfáticos, amígdalas e tecido linfático organizado por exemplo gânglios linfáticos. É nestas estruturas que ocorre o desenvolvimento da resposta imunitária.
Na imunidade específica intervém o sistema linfoide, constituído por tecidos e por órgãos que são coletivamente designados por órgãos linfoides e células efetoras que são os linfócitos.
Como se diferenciam os linfócitos?
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw9urIFzBKtl-NxeQoDDFQQdO_8V4J9FaHlSa3xVBoGl1vZhUHLOnIZnqdz45m4Dsf8ItCbfdZM0Hv0PyiKnzCay8RnhMO8p-MKVF0NXSOrTMsiQ5fdnz3LfafCSdIcUZ5wS8q4V5iAsA/s1600/Imagem1.jpg
As células diferenciam-se em diferentes locais sob a influência destes. Os linfócitos T como podemos observar na imagem, diferenciam-se no timo e estão sob a sua influência, enquanto que os linfócitos B continuam o seu desenvolvimento na medula óssea.
É no interior do timo que os linfócitos T completam o seu amadurecimento, resultante da aquisição de diferentes tipos de moléculas da membrana que vão funcionar como receptores, sendo que os linfócitos B adquirem estes receptores ainda na medula óssea.
Após o desenvolvimento dos respectivos receptores, os linfócitos tornam-se células capazes de dar uma resposta imunitária. Depois disto, os linfócitos B e T, já com os seus receptores, passam para a corrente sanguínea, sendo que a sua maioria migra para tecidos e órgãos linfoides.
Imunidade passiva e imunidade activa
A imunidade activa ocorre quando o próprio organismo consegue produzir anticorpos e linfócitos ativos capazes de combater moléculas estranhas. Esta imunidade dura normalmente vários anos e, por vezes, até a vida toda.
A imunidade passiva consiste na passagem/transferência de anticorpos (produzidos por um animal ou ser humano), que tenham sido ativamente imunizados contra o antígeno. A imunidade passiva é temporária, durando apenas alguns meses, mas é bastante rápida e de eficiente proteção. A imunidade passiva natural mais comum é a passagem de anticorpos da mãe para o feto através da placenta e depois do parto através do leite materno. A imunidade artificial pode ser feita através de uma transfusão de sangue.
Figura 2- Imunidade passiva e activa
Figura 3- Imunidade passiva
Vacinação
A vacinação é um processo que faz com que a imunidade adquirida ativa ocorra contra determinadas doenças. As
vacinas são preparações que são introduzidas no organismo com intuito
de estimularem a produção de anticorpos para reagirem contra
os antígenos e contra as doenças por estes provocadas tornando, assim, o
organismo imune.
Existem três tipos de vacinas:
- As de microrganismos completos;
- Vacinas recombinantes;
- Vacinas de partes de microrganismos.
As vacinas de microrganismos completos podem dividir-se em dois tipos de vacinas:
- vacinas vivas atenuadas ( o microrganismo é obtido a partir de um indivíduo ou animal infectado e depois do microrganismo ser atenuado, vai diminuir o risco de poder haver uma infecção, podendo ser usado nas vacinas). O exemplo de uma dessas vacinas é a vacina contra a varicela.
- vacinas mortas ou inatas ( nestas vacinas os microrganismos são mortos através do uso do calor ou de um tratamento químico, assim não há o risco de poder haver alguma infecção provocada por estes microrganismos).
O segundo tipo de vacinas, as vacinas recombinantes, são produzidas através de microrganismos geneticamente modificados, assim sendo a vacina continua a conter os antígenos que vão estimular o sistema imunitário, mas não possui o agente patogênico. Uma grande vantagem desta vacina é que ela protege-nos de diversas doenças ao mesmo tempo.
Por último, as vacinas de partes de microrganismos estimulam o sistema imunitário, uma vez que contém antigênico. Estas vacinas unem partes de microrganismo com proteínas, o que ajuda a aumentar a nossa resposta imunitária.
A Memória imunitária relacionada com a vacinação:
Já
foi acima referido que uma das características da imunidade adquirida é
a memorização, e assim sendo, partindo deste princípio, a vacinação é
utilizada na imunização do nosso organismo. Começando por clarificar
melhor o que é a memória imunitária, sabemos que quando ocorre uma infecção, os mecanismos de defesa específicos do
nosso organismo são sempre mobilizados, no entanto, o sistema
imunitário vai reagir de maneiras diferentes, conforme se trate do
primeiro contacto com o agente infeccioso,
ocorrendo uma resposta imunitária primária, ou de contactos
subsequentes, ocorrendo então, uma resposta imunitária secundária, que
será mais rápida, de maior intensidade e de duração mais longa.
Comentário: o
que já foi dito acerca das vacinas, uma vez que estas desencadeiam uma
resposta imunitária primária, ocorre uma produção de células de memória.
Enquanto as células efetoras sobrevivem, em regra, um curto espaço de
tempo (apenas alguns dias), as células da memória ficam armazenadas
nos órgãos linfoides periféricos, vivendo durante muito mais tempo,
estando assim prontas para posteriormente defender o nosso organismo
caso este volte a ser invadido pelos mesmos agentes patogênicos, ocorrendo então uma resposta secundária.
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Dia do Geólogo - 30 de maio
A data é uma homenagem a todos os profissionais relacionados aos estudos da geologia, que podem trabalhar em várias áreas, como a paleontologia, petrologia, pesquisa mineral, geologia de petróleo, hidrogeologia, geotécnica, geoquímica, geofísica, geologia marinha e geologia ambiental.O Dia do Geólogo é celebrado em 30 de maio em homenagem a aprovação do Projeto de Lei nº 2028/60, em 30 de maio de 1962, sendo criada a Lei nº 4.076, que regulamenta a profissão de geólogo.
A lei estipula que a profissão deva ser fiscalizada pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA).
Mensagem para o Dia do Geólogo
"Aos que desvendam segredos da natureza, ampliam fronteiras, buscam e viabilizam o aproveitamento dos recursos naturais em prol da humanidade, com responsabilidade e respeito ao meio ambiente, tornando possível a existência nesse ponto ímpar do universo. Feliz dia do geólogo!"
CAATINGA E CERRADO DESAPARECENDO...PARA SEMPRE
Catolé do Rocha, município do sertão da Paraíba com quase 30 mil moradores, está ficando ainda mais quente e seco, à medida que a vegetação natural se esvai. Em oito anos, de 2005 a 2013, de acordo com um estudo de pesquisadores de universidades da Paraíba e do Rio Grande do Norte, a área de caatinga rala encolheu 48% e a de caatinga densa, 13,5%, enquanto a agrícola deu um salto de 823%, de 2,45 mil para 22,64 mil hectares. Os autores desse levantamento concluíram que “a vegetação local foi suprimida indiscriminadamente” e houve “um crescimento exorbitante” das áreas ocupadas principalmente com a criação extensiva de bois.
Somando muitas situações como essa, de 1990 a 2010 a Caatinga perdeu 9 milhões de hectares – ou 90 mil quilômetros quadrados (km2), quase a área de Portugal – de vegetação nativa, em consequência do desmatamento e da expansão da agropecuária e do uso de madeiras de árvores nativas como fonte de energia (lenha) em residências e pequenas indústrias, de acordo com um levantamento mais amplo publicado em março na revista Applied Geography. Esse trabalho indica que, nesses 20 anos, a taxa de derrubada da vegetação natural aumentou na Caatinga (de 0,19% ao ano de 1990 a 2000 para 0,44% ao ano na década seguinte), embora os levantamentos do Ministério do Meio Ambiente indiquem uma queda do desmatamento nesse ecossistema. Para os autores do artigo, a divergência decorre do conceito de paisagem natural – eles preferiram não incluir as áreas cobertas puramente por gramíneas, que o governo federal considerou – e da escala temporal (duas décadas em um caso e quase uma década em outro).
A eliminação da vegetação nativa – ainda mais prejudicial quando feita por meio do uso do fogo, que destrói a matéria orgânica do solo – deixa a terra descoberta, com maior capacidade para absorver a radiação solar, desse modo elevando a temperatura local, acelerando a evaporação da água e diminuindo a resistência à erosão causada pelo vento e pelas chuvas, que arrastam a matéria orgânica e reduzem a fertilidade de solos pouco férteis e a capacidade de reter água. Além disso, alertam os especialistas, a erosão causada pelas chuvas – raras, mas geralmente torrenciais – promove o assoreamento de rios, aumentando o risco de inundações, e expõe as rochas antes cobertas pela terra, dificultando a volta das plantas e mesmo o uso da terra para fins agrícolas. Em Catolé do Rocha, a área exposta de rochas, os chamados afloramentos, aumentou 27%, passando de 578 para 734 hectares, em oito anos.
Na Caatinga, outra ameaça, que se agrava, é a desertificação. “O que mais contribui para desencadear o processo de desertificação é o mau uso da terra, com o desmatamento e muitas vezes o uso do fogo, agravado pelas condições climáticas”, diz Iêdo Bezerra Sá, pesquisador da Embrapa Semiárido. Com sua equipe, ele examinou a região de Cabrobó, no sertão de Pernambuco, um dos núcleos de desertificação do nordeste brasileiro, a 400 km a sudoeste de Catolé do Rocha. Ali, os solos são arenosos, permeáveis e incapazes de reter as águas das chuvas. Seus levantamentos indicaram que a área com grau severo de desertificação, associado à ocupação agropecuária, era já de 100 mil hectares (1 mil km2) e com grau acentuado, em terras ocupadas pela caatinga arbórea, de 519 mil hectares (5 mil km2).
Sá está concluindo um levantamento que indica que 9 das 12 regiões de Pernambuco – ou 122 dos 185 municípios do estado –, principalmente no sertão, estão sujeitas a um risco elevado de desertificação. Um de seus estudos recentes indicou que quase toda a região de desenvolvimento do sertão do São Francisco, onde se cultivam frutas irrigadas, encontra-se sob risco de se transformar em um areal estéril (75% da área encontra-se sob risco moderado e 23% sob risco severo). Ali, ele explicou, o consumo de água para a irrigação das plantações excede a capacidade dos rios, cuja vazão diminui, prejudicando toda a área que percorrem. “A Caatinga é muito frágil”, diz ele. “Em alguns casos, o melhor seria não mexer.”
Especialistas verificaram que 94% do Nordeste brasileiro, além do norte de Minas Gerais e Espírito Santo, apresenta uma suscetibilidade que varia de moderada a alta à desertificação e indicaram as áreas com maior potencial de se tornarem areais estéreis até o ano de 2040. Nesse levantamento, as áreas mais suscetíveis expandiram-se quase 5%, o equivalente a 83 km2, de 2000 a 2010. “Esse estudo foi o primeiro no Brasil a produzir um diagnóstico a partir da análise integrada dos principais indicadores de degradação e desertificação”, diz Rita Vieira, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e principal autora desse estudo, publicado na Solid Earth. Segundo ela, os resultados foram apresentados à Comissão Nacional de Combate à Desertificação, que orienta a implementação de compromissos internacionais assumidos pelo país.
“Reduzir o risco de desertificação é um processo lento. O primeiro passo é mudar a forma de lidar com a terra e parar de desmatar”, diz Carlos Magno, um dos coordenadores do Centro Sabiá, uma organização não governamental sediada em Recife. Com financiamento do governo federal, o centro está trabalhando com 200 famílias de pequenos proprietários rurais do agreste e do sertão de Pernambuco para recuperar 100 hectares de áreas sujeitas à desertificação com os chamados sistemas agroflorestais, que consistem no plantio de plantas diferentes como milho, feijão, abóbora, batatas, forrageiras e frutas como umbu e cajá em meio à Caatinga.
“Estamos reconstruindo a ideia de que a Caatinga é uma floresta e que precisa ser preservada”, diz Magno.
No dia 16 de abril, ele saiu de seu escritório em Caruaru e viajou 30 km até o município de Bezerros para visitar Maria Idalvonete Julião da Silva, dona de 3 hectares, que participa desse projeto. Motivada pela perspectiva de aumentar a produção de alimentos mesmo em tempos mais secos, Idalvonete separou 1 hectare e plantou palma forrageira e leucena, que servem de alimento para o gado, feijão guandu, mamão e abacaxi. “Além de servir aos animais e às pessoas”, ele argumenta, “os cultivos conservam o solo; a água, quando chega, fica no solo, cheio de raízes, em vez de ir embora”. Em um levantamento com 15 famílias que adotam essa estratégia há mais de 10 anos, ele verificou que “depois das grandes secas e chuvas os sistemas agroflorestais voltam a produzir alimentos mais rapidamente que os sistemas agrícolas convencionais, o que implica uma exploração excessiva do solo da Caatinga.”
Cerrado
No estudo publicado na Applied Geography, a equipe coordenada por René Beuchle, do Joint Research Centre da Comissão Europeia, da Itália, examinou também outro amplo ecossistema brasileiro, o Cerrado, que perdeu ainda mais que a Caatinga. Em 20 anos, a área de Cerrado sofreu uma redução de 26 milhões de hectares – ou 260 mil km2, o equivalente ao dobro da área da Inglaterra, também pela expansão da agropecuária. Outra conclusão é de que a taxa de derrubada da vegetação natural caiu no Cerrado (de 0,79% ao ano de 1990 a 2000 para 0,44% ao ano na década seguinte), dessa vez concordando com as conclusões do governo sobre o recuo do desmatamento.
Para ver o que se passava na Caatinga e no Cerrado, a equipe coordenada por Beuchle analisou 974 imagens do satélite Landsat, com resolução de 30 metros, que registraram as mudanças na cobertura vegetal do solo em 1990, 2000, 2005 e 2010 em 243 áreas amostrais, cada uma com 10 km por 10 km. Os dois ecossistemas cobrem 35% do território brasileiro e estão entre os ambientes naturais mais ameaçados do planeta devido à conversão de matas nativas para uso agrícola. Hoje a vegetação nativa da Caatinga ocupa 63% de sua área original e a do Cerrado, 47%, de acordo com esse estudo. Levantamentos do governo federal consideram a área remanescente de cobertura vegetal um pouco maior, nos dois casos. Há consenso, porém, de que a área de vegetação nativa preservada por meio de unidades de conservação ainda é muito limitada: 7,5% da Caatinga e 8% do Cerrado.
s não são noticiadas tanto quanto as de outros dois biomas brasileiros, Mata Atlântica e Amazônia, porque, em parte, não é simples detectá-las. Nas imagens de satélite feitas na estação seca – e a maioria das imagens usadas são dessa época, por causa da ausência de nuvens de chuva –, “é difícil separar as árvores sem folhas do Cerrado e da Caatinga de outras coberturas da terra, incluindo as áreas agrícolas”, diz Beuchle. Em contrapartida, as imagens da Mata Atlântica e da Amazônia exibem um claro contraste entre a floresta alta e densa e as áreas desmatadas, mais baixas.
Além disso, diferentemente da Mata Atlântica e da Amazônia, a Caatinga e o Cerrado não foram reconhecidos como patrimônios naturais. O Ministério do Meio Ambiente observa, em seu site: “Devemos reconhecer que a Caatinga ainda carece de marcos regulatórios, ações e investimentos na sua conservação e uso sustentável”. Segundo o ministério, uma das medidas fundamentais nesse sentido seria a aprovação da proposta de emenda constitucional que transforma a Caatinga e o Cerrado em patrimônios nacionais, o que poderia facilitar a implantação de medidas voltadas à conservação desses ambientes.
Edson Sano, pesquisador da Embrapa Cerrados que trabalhou com Beuchle nessa análise, concluiu que a redução de áreas de vegetação nativa, principalmente no Cerrado, reflete a expansão agrícola do final da década de 1990, “quando a terra no Centro-Oeste ainda era barata e a produção no Sul e Sudeste já estava saturada”. Segundo ele, a partir do ano de 2000, porém, essa expansão desacelerou, por causa da elevação do custo da terra, do aumento da fiscalização (hoje os fazendeiros têm de obter autorização de órgãos federais ou estaduais para cortar a vegetação nativa, sob o risco de perder o direito de uso da área) e dos ganhos de produtividade proporcionados por novas tecnologias de cultivo. “Agora a tendência é de redução”, diz ele.
No estado de São Paulo, de acordo com o mapeamento mais recente, de 2010, o Cerrado ocupa 847,4 mil hectares, o equivalente a 8,5% da área original, de 9,9 milhões de hectares, e apenas 25,9 mil hectares estão protegidos por algum tipo de unidade de conservação. Matas desse tipo de vegetação ainda podem ser vistas nas regiões de Ribeirão Preto, Franca, São José do Rio Preto, Bauru, Sorocaba e Campinas, entre outras, acossadas pelas plantações de cana-de-açúcar (ver Pesquisa Fapesp nº 170). “Para atingir as metas de recuperação de acordos internacionais, que propõem a recuperação de 17% da área original terrestre de cada bioma, teríamos de plantar cerca de 800 mil hectares de Cerrado em São Paulo”, informa Marco Aurélio Nalon, pesquisador do Instituto Florestal e um dos coordenadores do Inventário Florestal da Cobertura Vegetal Nativa do Estado de São Paulo.
Com os números e os mapas à mão, Nalon tem se reunido com outros especialistas de órgãos ambientais do estado com o propósito de repor o que for possível das matas perdidas. Não é só São Paulo que está se mobilizando. Em janeiro deste ano, o Ministério do Meio Ambiente apresentou para debate público a versão preliminar do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, elaborado com base na Lei de Proteção da Vegetação Nativa, de 2012, para incentivar o plantio de espécies nativas, a restauração de áreas degradadas e as práticas agropecuárias que favoreçam a recuperação de pelo menos 12,5 milhões de hectares de vegetação nativa nos próximos 20 anos, por meio do plantio ou da restauração de áreas degradadas.
Já existem técnicas agrícolas que evitam o esgotamento do solo e reduzem a necessidade de outras terras para cultivo ou pastagens. Sano destaca duas. A primeira é o rodízio de plantio: uma parte da área de pastagem é ocupada com um cultivo agrícola, que nos anos seguintes ocupa outras partes da propriedade, alternadamente. A segunda é o plantio de árvores comerciais nas pastagens: as árvores oferecem sombra para o gado e depois podem ser vendidas. “Nada impede que em uma mesma fazenda exista uma integração entre lavoura, pecuária e floresta”, diz ele.
A área de vegetação nativa a ser recuperada, de acordo com a meta do plano do governo federal, corresponde a mais da metade dos 21 milhões de hectares que representam o déficit nacional de vegetação nativa no país, medido pela soma das áreas de matas nativas que os proprietários rurais devem, por lei, manter em suas terras ou nas proximidades de rios e córregos. “A recuperação da vegetação nativa é muito importante, principalmente em áreas de nascentes”, ressalta Sano. “Se não preservarmos as nascentes, em alguns anos poderemos não ter mais água nem para beber.”
Artigos científicos
OLIVEIRA, R. A. N. de et al. Dinâmica do processo de desmatamento de caatinga no município de Catolé do Rocha-PB. Agropecuária Científica no Semiárido. v. 10, n. 4, p. 1-4. 2014.
BEUCHLE, R. et al. Land cover changes in the Brazilian Cerrado and Caatinga biomes from 1990 to 2010 based on a systematic remote sensing sampling approach. Applied Geography. v. 58, p.116-27. 2015.
VIEIRA, R. M. S. P. et al. Identifying areas susceptible to desertification in the Brazilian Northeast. Solid Earth. v. 6, p. 347-60. 2015.
Terra frágil
Análises de imagens de satélite indicam perda de 266 mil km2 do
Cerrado e 90 mil km2 da Caatinga, aumentando riscos de falta d’água e de
desertificação
CARLOS FIORAVANTI |
ED. 231 | MAIO 2015
Catolé do Rocha, município do sertão da Paraíba com quase 30 mil moradores, está ficando ainda mais quente e seco, à medida que a vegetação natural se esvai. Em oito anos, de 2005 a 2013, de acordo com um estudo de pesquisadores de universidades da Paraíba e do Rio Grande do Norte, a área de caatinga rala encolheu 48% e a de caatinga densa, 13,5%, enquanto a agrícola deu um salto de 823%, de 2,45 mil para 22,64 mil hectares. Os autores desse levantamento concluíram que “a vegetação local foi suprimida indiscriminadamente” e houve “um crescimento exorbitante” das áreas ocupadas principalmente com a criação extensiva de bois.
Somando muitas situações como essa, de 1990 a 2010 a Caatinga perdeu 9 milhões de hectares – ou 90 mil quilômetros quadrados (km2), quase a área de Portugal – de vegetação nativa, em consequência do desmatamento e da expansão da agropecuária e do uso de madeiras de árvores nativas como fonte de energia (lenha) em residências e pequenas indústrias, de acordo com um levantamento mais amplo publicado em março na revista Applied Geography. Esse trabalho indica que, nesses 20 anos, a taxa de derrubada da vegetação natural aumentou na Caatinga (de 0,19% ao ano de 1990 a 2000 para 0,44% ao ano na década seguinte), embora os levantamentos do Ministério do Meio Ambiente indiquem uma queda do desmatamento nesse ecossistema. Para os autores do artigo, a divergência decorre do conceito de paisagem natural – eles preferiram não incluir as áreas cobertas puramente por gramíneas, que o governo federal considerou – e da escala temporal (duas décadas em um caso e quase uma década em outro).
A eliminação da vegetação nativa – ainda mais prejudicial quando feita por meio do uso do fogo, que destrói a matéria orgânica do solo – deixa a terra descoberta, com maior capacidade para absorver a radiação solar, desse modo elevando a temperatura local, acelerando a evaporação da água e diminuindo a resistência à erosão causada pelo vento e pelas chuvas, que arrastam a matéria orgânica e reduzem a fertilidade de solos pouco férteis e a capacidade de reter água. Além disso, alertam os especialistas, a erosão causada pelas chuvas – raras, mas geralmente torrenciais – promove o assoreamento de rios, aumentando o risco de inundações, e expõe as rochas antes cobertas pela terra, dificultando a volta das plantas e mesmo o uso da terra para fins agrícolas. Em Catolé do Rocha, a área exposta de rochas, os chamados afloramentos, aumentou 27%, passando de 578 para 734 hectares, em oito anos.
Na Caatinga, outra ameaça, que se agrava, é a desertificação. “O que mais contribui para desencadear o processo de desertificação é o mau uso da terra, com o desmatamento e muitas vezes o uso do fogo, agravado pelas condições climáticas”, diz Iêdo Bezerra Sá, pesquisador da Embrapa Semiárido. Com sua equipe, ele examinou a região de Cabrobó, no sertão de Pernambuco, um dos núcleos de desertificação do nordeste brasileiro, a 400 km a sudoeste de Catolé do Rocha. Ali, os solos são arenosos, permeáveis e incapazes de reter as águas das chuvas. Seus levantamentos indicaram que a área com grau severo de desertificação, associado à ocupação agropecuária, era já de 100 mil hectares (1 mil km2) e com grau acentuado, em terras ocupadas pela caatinga arbórea, de 519 mil hectares (5 mil km2).
Sá está concluindo um levantamento que indica que 9 das 12 regiões de Pernambuco – ou 122 dos 185 municípios do estado –, principalmente no sertão, estão sujeitas a um risco elevado de desertificação. Um de seus estudos recentes indicou que quase toda a região de desenvolvimento do sertão do São Francisco, onde se cultivam frutas irrigadas, encontra-se sob risco de se transformar em um areal estéril (75% da área encontra-se sob risco moderado e 23% sob risco severo). Ali, ele explicou, o consumo de água para a irrigação das plantações excede a capacidade dos rios, cuja vazão diminui, prejudicando toda a área que percorrem. “A Caatinga é muito frágil”, diz ele. “Em alguns casos, o melhor seria não mexer.”
Especialistas verificaram que 94% do Nordeste brasileiro, além do norte de Minas Gerais e Espírito Santo, apresenta uma suscetibilidade que varia de moderada a alta à desertificação e indicaram as áreas com maior potencial de se tornarem areais estéreis até o ano de 2040. Nesse levantamento, as áreas mais suscetíveis expandiram-se quase 5%, o equivalente a 83 km2, de 2000 a 2010. “Esse estudo foi o primeiro no Brasil a produzir um diagnóstico a partir da análise integrada dos principais indicadores de degradação e desertificação”, diz Rita Vieira, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e principal autora desse estudo, publicado na Solid Earth. Segundo ela, os resultados foram apresentados à Comissão Nacional de Combate à Desertificação, que orienta a implementação de compromissos internacionais assumidos pelo país.
“Reduzir o risco de desertificação é um processo lento. O primeiro passo é mudar a forma de lidar com a terra e parar de desmatar”, diz Carlos Magno, um dos coordenadores do Centro Sabiá, uma organização não governamental sediada em Recife. Com financiamento do governo federal, o centro está trabalhando com 200 famílias de pequenos proprietários rurais do agreste e do sertão de Pernambuco para recuperar 100 hectares de áreas sujeitas à desertificação com os chamados sistemas agroflorestais, que consistem no plantio de plantas diferentes como milho, feijão, abóbora, batatas, forrageiras e frutas como umbu e cajá em meio à Caatinga.
“Estamos reconstruindo a ideia de que a Caatinga é uma floresta e que precisa ser preservada”, diz Magno.
No dia 16 de abril, ele saiu de seu escritório em Caruaru e viajou 30 km até o município de Bezerros para visitar Maria Idalvonete Julião da Silva, dona de 3 hectares, que participa desse projeto. Motivada pela perspectiva de aumentar a produção de alimentos mesmo em tempos mais secos, Idalvonete separou 1 hectare e plantou palma forrageira e leucena, que servem de alimento para o gado, feijão guandu, mamão e abacaxi. “Além de servir aos animais e às pessoas”, ele argumenta, “os cultivos conservam o solo; a água, quando chega, fica no solo, cheio de raízes, em vez de ir embora”. Em um levantamento com 15 famílias que adotam essa estratégia há mais de 10 anos, ele verificou que “depois das grandes secas e chuvas os sistemas agroflorestais voltam a produzir alimentos mais rapidamente que os sistemas agrícolas convencionais, o que implica uma exploração excessiva do solo da Caatinga.”
Cerrado
No estudo publicado na Applied Geography, a equipe coordenada por René Beuchle, do Joint Research Centre da Comissão Europeia, da Itália, examinou também outro amplo ecossistema brasileiro, o Cerrado, que perdeu ainda mais que a Caatinga. Em 20 anos, a área de Cerrado sofreu uma redução de 26 milhões de hectares – ou 260 mil km2, o equivalente ao dobro da área da Inglaterra, também pela expansão da agropecuária. Outra conclusão é de que a taxa de derrubada da vegetação natural caiu no Cerrado (de 0,79% ao ano de 1990 a 2000 para 0,44% ao ano na década seguinte), dessa vez concordando com as conclusões do governo sobre o recuo do desmatamento.
Para ver o que se passava na Caatinga e no Cerrado, a equipe coordenada por Beuchle analisou 974 imagens do satélite Landsat, com resolução de 30 metros, que registraram as mudanças na cobertura vegetal do solo em 1990, 2000, 2005 e 2010 em 243 áreas amostrais, cada uma com 10 km por 10 km. Os dois ecossistemas cobrem 35% do território brasileiro e estão entre os ambientes naturais mais ameaçados do planeta devido à conversão de matas nativas para uso agrícola. Hoje a vegetação nativa da Caatinga ocupa 63% de sua área original e a do Cerrado, 47%, de acordo com esse estudo. Levantamentos do governo federal consideram a área remanescente de cobertura vegetal um pouco maior, nos dois casos. Há consenso, porém, de que a área de vegetação nativa preservada por meio de unidades de conservação ainda é muito limitada: 7,5% da Caatinga e 8% do Cerrado.
s não são noticiadas tanto quanto as de outros dois biomas brasileiros, Mata Atlântica e Amazônia, porque, em parte, não é simples detectá-las. Nas imagens de satélite feitas na estação seca – e a maioria das imagens usadas são dessa época, por causa da ausência de nuvens de chuva –, “é difícil separar as árvores sem folhas do Cerrado e da Caatinga de outras coberturas da terra, incluindo as áreas agrícolas”, diz Beuchle. Em contrapartida, as imagens da Mata Atlântica e da Amazônia exibem um claro contraste entre a floresta alta e densa e as áreas desmatadas, mais baixas.
Além disso, diferentemente da Mata Atlântica e da Amazônia, a Caatinga e o Cerrado não foram reconhecidos como patrimônios naturais. O Ministério do Meio Ambiente observa, em seu site: “Devemos reconhecer que a Caatinga ainda carece de marcos regulatórios, ações e investimentos na sua conservação e uso sustentável”. Segundo o ministério, uma das medidas fundamentais nesse sentido seria a aprovação da proposta de emenda constitucional que transforma a Caatinga e o Cerrado em patrimônios nacionais, o que poderia facilitar a implantação de medidas voltadas à conservação desses ambientes.
Edson Sano, pesquisador da Embrapa Cerrados que trabalhou com Beuchle nessa análise, concluiu que a redução de áreas de vegetação nativa, principalmente no Cerrado, reflete a expansão agrícola do final da década de 1990, “quando a terra no Centro-Oeste ainda era barata e a produção no Sul e Sudeste já estava saturada”. Segundo ele, a partir do ano de 2000, porém, essa expansão desacelerou, por causa da elevação do custo da terra, do aumento da fiscalização (hoje os fazendeiros têm de obter autorização de órgãos federais ou estaduais para cortar a vegetação nativa, sob o risco de perder o direito de uso da área) e dos ganhos de produtividade proporcionados por novas tecnologias de cultivo. “Agora a tendência é de redução”, diz ele.
No estado de São Paulo, de acordo com o mapeamento mais recente, de 2010, o Cerrado ocupa 847,4 mil hectares, o equivalente a 8,5% da área original, de 9,9 milhões de hectares, e apenas 25,9 mil hectares estão protegidos por algum tipo de unidade de conservação. Matas desse tipo de vegetação ainda podem ser vistas nas regiões de Ribeirão Preto, Franca, São José do Rio Preto, Bauru, Sorocaba e Campinas, entre outras, acossadas pelas plantações de cana-de-açúcar (ver Pesquisa Fapesp nº 170). “Para atingir as metas de recuperação de acordos internacionais, que propõem a recuperação de 17% da área original terrestre de cada bioma, teríamos de plantar cerca de 800 mil hectares de Cerrado em São Paulo”, informa Marco Aurélio Nalon, pesquisador do Instituto Florestal e um dos coordenadores do Inventário Florestal da Cobertura Vegetal Nativa do Estado de São Paulo.
Com os números e os mapas à mão, Nalon tem se reunido com outros especialistas de órgãos ambientais do estado com o propósito de repor o que for possível das matas perdidas. Não é só São Paulo que está se mobilizando. Em janeiro deste ano, o Ministério do Meio Ambiente apresentou para debate público a versão preliminar do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, elaborado com base na Lei de Proteção da Vegetação Nativa, de 2012, para incentivar o plantio de espécies nativas, a restauração de áreas degradadas e as práticas agropecuárias que favoreçam a recuperação de pelo menos 12,5 milhões de hectares de vegetação nativa nos próximos 20 anos, por meio do plantio ou da restauração de áreas degradadas.
Já existem técnicas agrícolas que evitam o esgotamento do solo e reduzem a necessidade de outras terras para cultivo ou pastagens. Sano destaca duas. A primeira é o rodízio de plantio: uma parte da área de pastagem é ocupada com um cultivo agrícola, que nos anos seguintes ocupa outras partes da propriedade, alternadamente. A segunda é o plantio de árvores comerciais nas pastagens: as árvores oferecem sombra para o gado e depois podem ser vendidas. “Nada impede que em uma mesma fazenda exista uma integração entre lavoura, pecuária e floresta”, diz ele.
A área de vegetação nativa a ser recuperada, de acordo com a meta do plano do governo federal, corresponde a mais da metade dos 21 milhões de hectares que representam o déficit nacional de vegetação nativa no país, medido pela soma das áreas de matas nativas que os proprietários rurais devem, por lei, manter em suas terras ou nas proximidades de rios e córregos. “A recuperação da vegetação nativa é muito importante, principalmente em áreas de nascentes”, ressalta Sano. “Se não preservarmos as nascentes, em alguns anos poderemos não ter mais água nem para beber.”
Artigos científicos
OLIVEIRA, R. A. N. de et al. Dinâmica do processo de desmatamento de caatinga no município de Catolé do Rocha-PB. Agropecuária Científica no Semiárido. v. 10, n. 4, p. 1-4. 2014.
BEUCHLE, R. et al. Land cover changes in the Brazilian Cerrado and Caatinga biomes from 1990 to 2010 based on a systematic remote sensing sampling approach. Applied Geography. v. 58, p.116-27. 2015.
VIEIRA, R. M. S. P. et al. Identifying areas susceptible to desertification in the Brazilian Northeast. Solid Earth. v. 6, p. 347-60. 2015.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Genes do microbioma marinho são semelhantes aos da flora intestinal humana
28 de maio de 2015
Elton Alisson | Agência FAPESP – Os microrganismos marinhos possuem um conjunto de genes semelhantes ao dos micróbios encontrados na flora intestinal humana.A descoberta foi feita por uma equipe internacional de pesquisadores durante a expedição científica de circum-navegação francesa Tara Oceans.
Os primeiros resultados da expedição – que navegou 140 mil quilômetros durante três anos e meio e custou cerca de 16 milhões de euros – foram relatados em cinco artigos publicados na última edição da revista Science.
“Até então nunca tinha sido feito um levantamento tão exaustivo da diversidade microbiana marinha”, disse Hugo Sarmento, professor do Departamento de Hidrobiologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e coautor de um dos estudos, à Agência FAPESP.
“A quantidade recolhida de amostras e de dados sobre o oceano é a maior já registrada”, afirmou o pesquisador, que participou da etapa inicial da expedição e atualmente realiza um projeto de pesquisa com apoio da FAPESP, na modalidade Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes.
De acordo com Sarmento, o objetivo da expedição foi realizar um levantamento em escala mundial do plâncton marinho – como são chamados os microrganismos microscópicos, como vírus, bactérias, algas e águas-vivas, que flutuam na superfície dos mares, rios e lagos e formam a base da cadeia alimentar marinha.
Para isso, um consórcio internacional, composto por 160 cientistas de 40 países, coletou entre 2009 e 2013 cerca de 35 mil amostras de plâncton e água em 210 regiões oceânicas no mundo – incluindo a costa brasileira –, com profundidade de até 2 mil metros, por meio da escuna de pesquisa Tara, que mede 36 metros de comprimento.
O genoma das amostras moleculares de plâncton coletadas foi sequenciado e resultou em um banco de dados com 12,581 gigabases (Gb) – trilhões de pares de bases de DNA –, equivalente, a aproximadamente, 135 genomas humanos completamente sequenciados.
“Foi o maior esforço de sequenciamento de DNA feito não só em Oceanografia, como também superou iniciativas em outras áreas, como a da Saúde, em que foram realizados nos últimos anos projetos como o de sequenciamento da microbiota intestinal humana”, comparou.
O Projeto do Microbioma Humano, iniciado em 2012 e financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), por exemplo, resultou em 1,5 bilhão de pares de base (Tb) sequenciadas. Já o Projeto da Metagenômica do Trato Intestinal Humano (MetaHIT), financiado pela União Europeia, resultou em 3,8 Tb de dados de material genético (metagenômico) sequenciados.
Em contrapartida, o sequenciamento de apenas 243 amostras de bactérias, coletadas em 68 regiões oceânicas em todo o mundo durante a expedição Tara Oceans, resultou em 7,2 Tb de dados metagenômicos. “A geração dessa quantidade de dados só foi possível em razão de avanços recentes em técnicas de sequenciamento genético e de análise computacional”, disse Sarmento. “O surgimento dessas técnicas tornou possível acessar os conteúdos taxonômico e genômico das comunidades microbianas do oceano e, consequentemente, estudar suas estruturas, diversidade e potencial funcional”, avaliou.
Semelhanças genéticas
O pesquisador e colaboradores geraram, por meio da análise dos 7,2 Tb de dados metagenômicos de 243 amostras de bactérias coletadas, um catálogo de referência genética do microbioma marinho com mais de 40 milhões de genes. Com base no catálogo – que está disponível na internet para ser usado gratuitamente pela comunidade científica –, os pesquisadores identificaram um conjunto de famílias de genes funcionais que são mais comuns nos microrganismos marinhos.
Ao compará-los com os genes sequenciados pelos projetos do Microbioma Humano e o Meta HIT, eles constataram que mais de 73% dos genes funcionais dos microrganismos marinhos são compartilhados com os do microbioma intestinal humano, apesar das diferenças físico-químicas entre esses dois ecossistemas. “O sequenciamento genético das amostras de plâncton coletadas durante a expedição pode resultar na identificação de dezenas de milhares de novas espécies de bactérias, organismos unicelulares e vírus marinhos”, apontou Sarmento.
Outra descoberta, também feita pelo pesquisador e colaboradores durante a pesquisa, foi que a temperatura é o principal fator ambiental determinante da composição do microbioma marinho. Dessa forma, as mudanças climáticas globais podem causar graves impactos na diversidade desses microrganismos, uma vez que reagem rapidamente a variações do clima e à acidificação do oceano, destacam os autores. “Uma das motivações do projeto é avaliar como as mudanças que estão ocorrendo agora no oceano, como a poluição, pesca excessiva e aumento da temperatura, estão afetando os microrganismos marinhos”, disse Sarmento.
Segundo o pesquisador, os microrganismos marinhos desempenham papéis fundamentais em processos biogeoquímicos no oceano, como a ciclagem de carbono e de nutrientes. Além disso, são tão importantes para o sistema terrestre como as florestas tropicais, sendo responsáveis pela produção de metade do oxigênio da Terra por fotossíntese e por absorver CO2 da atmosfera. “O oceano ocupa duas terças partes da superfície da Terra e todo o processo de fotossíntese realizado nele é feito quase que totalmente pelos microrganismos marinhos”, afirmou.
Os pesquisadores também constataram que o microbioma marinho varia de uma região para outra, de acordo com o local, a temperatura e a composição da água. Há vírus e bactérias encontrados no Atlântico que não são vistos no Pacífico, por exemplo, e o que os separa são os redemoinhos oceânicos, apontou o estudo. “Em razão da capacidade de dispersão dos microrganismos pelo oceano, acreditava-se que não houvesse biogeografia [distribuição geográfica]”, disse Sarmento. “Hoje, com as tecnologias de sequenciamento genético existentes, é possível afirmar que há biogeografia de microrganismos e que a biodiversidade de plâncton não é igual em diferentes regiões do oceano”, afirmou.
De acordo com o pesquisador, em 1 mililitro de água – equivalente a três gotas – há, aproximadamente, 1 milhão de bactérias e 10 milhões de vírus. “De modo geral, a biodiversidade microbiana é mais elevada do que a de animais e plantas”, comparou.
No projeto de pesquisa, que está realizando com apoio da FAPESP, o pesquisador pretende realizar um levantamento da diversidade microbiana em ambientes aquáticos no Estado de São Paulo usando, eventualmente, o navio oceanográfico Alpha Crucis e o barco oceanográfico Alpha Delphini, comprados pela FAPESP para o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).
[PaleoAnthropology • 2015] Australopithecus deyiremeda • New Species from Ethiopia further expands Middle Pliocene Hominin Diversity
Australopithecus deyiremeda Haile-Selassie, Gibert, Melillo, Ryan, Alene, Deino, Levin, Scott & Saylor, 2015
doi: 10.1038/nature14448
|
Middle Pliocene hominin species diversity has been a subject of debate
over the past two decades, particularly after the naming of Australopithecus bahrelghazali and Kenyanthropus platyops in
addition to the well-known species Australopithecus afarensis. Further
analyses continue to support the proposal that several hominin species
co-existed during this time period. Here we recognize a new hominin
species (Australopithecus deyiremeda sp. nov.) from
3.3–3.5-million-year-old deposits in the Woranso–Mille study area,
central Afar, Ethiopia.
The new species from Woranso–Mille shows that
there were at least two contemporaneous hominin species living in the
Afar region of Ethiopia between 3.3 and 3.5 million years ago, and
further confirms early hominin taxonomic diversity in eastern Africa
during the Middle Pliocene epoch. The morphology of Au. deyiremeda also
reinforces concerns related to dentognathic (that is, jaws and teeth)
homoplasy in Plio–Pleistocene hominins, and shows that some dentognathic
features traditionally associated with Paranthropus and Homo appeared
in the fossil record earlier than previously thought.
Figure 1: Australopithecus deyiremeda Holotype BRT-VP-3/1. a, Occlusal view. b, Lateral view. c, Superior view. d, Medial view. e, Anterior view. Paratype BRT-VP-3/14. f, Occlusal view. g, Right lateral view. h, Basal view. Paratype WYT-VP-2/10. i, Occlusal view. j, Right lateral view. k, Basal view. Referred specimen BRT-VP-3/37. l, Occlusal view. m, Buccal view. n, Lingual view. o, Distal view. p, Mesial view.
doi: 10.1038/nature14448
|
Order Primates Linnaeus, 1758
Suborder Anthropoidea Mivart, 1864
Superfamily Hominoidea Gray, 1825
Genus Australopithecus Dart, 1925
Australopithecus deyiremeda sp. nov.
Etymology: From the local Afar language terms deyi, meaning close, and remeda, meaning relative; thus referring to the species being a close relative of all later hominins.
Holotype: BRT-VP-3/1 (Fig. 1a–e), a left maxilla with upper
second incisor–upper second molar (I2–M2) found by M. Barao on 4 March
2011. The originals of the holotype and paratypes are housed at the
Paleoanthropology Laboratory of the National Museum of Ethiopia, Addis
Ababa.
Yohannes Haile-Selassie, Luis Gibert, Stephanie M. Melillo, Timothy M.
Ryan, Mulugeta Alene, Alan Deino, Naomi E. Levin, Gary Scott and Beverly
Z. Saylor. 2015. New Species from Ethiopia further expands Middle
Pliocene Hominin Diversity.
Nature. 521, 483-488; doi: 10.1038/nature14448
Nature. 521, 483-488; doi: 10.1038/nature14448
New human ancestor discovered near fossil of ‘Lucy’
Australopithecus deyiremeda lived about 3.4 million years ago in northern Ethiopia, around the same time and place as Australopithecus afarensis. .... Nature. doi: 10.1038/nature.2015.17644
Australopithecus deyiremeda: New Human Ancestor In Ethiopia http://www.science20.com/news_articles/australopithecus_deyiremeda_new_human_ancestor_in_ethiopia-155829 via @science2_0
New species of human ancestor lived alongside 'Lucy' 3.4m years ago
http://dailym.ai/1HLWIpa via @MailOnline
http://dailym.ai/1HLWIpa via @MailOnline
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fósseis,
fóssil,
Kenyanthropus,
Paleoantropologia,
Plioceno
terça-feira, 26 de maio de 2015
PALEONTOLOGIA 2015
Nebulasaurus taito • A New Basal Eusauropod from the Middle Jurassic of Yunnan, China, and Faunal Compositions and Transitions of Asian Sauropodomorph Dinosaurs
Nebulasaurus taito
Xing, Miyashita, Currie, You, Zhang & Dong, 2015
|
Many sauropod ghost lineages cross the Middle Jurassic, indicating a
time interval that requires increased sampling. A wide taxonomic
spectrum of sauropodomorphs is known from the Middle Jurassic of China,
but the braincase of a new sauropod, named here Nebulasaurus taito gen. et sp. nov., is distinct. Nebulasaurus is
sister taxon to Spinophorosaurus from the Middle Jurassic of Africa and
represents a clade of basal eusauropods previously unknown from Asia.
The revised faunal list indicates dramatic transitions in sauropodomorph
faunas from the Jurassic to Cretaceous of Asia; these are consistent
with geographic isolation of Asia through the Late Jurassic.
Non-sauropod sauropodomorphs, non-mamenchisaurid eusauropods (including
basal macronarians), and mamenchisaurids successively replaced previous
grades through the Jurassic, and titanosauriforms excluded all other
sauropod lineages across the Jurassic–Cretaceous boundary.
Key words: Dinosauria, Sauropoda, Eusauropoda, Jurassic, China
Nebulasaurus taito | 太東雲龍 Nebulasaurus is an genus of basal eusauropod dinosaur known from the early Middle Jurassic of Yunnan Province, China. This discovery is significant paleontologically because it represents a clade of basal eusauropods previously unknown from Asia. The only fossil material recovered was a braincase, which was in a good state of preservation.
illustration: Cheung Chung Tat
|
Systematic palaeontology
Dinosauria Owen, 1842
Sauropoda Marsh, 1878
Eusauropoda Upchurch, 1995
Genus Nebulasaurus nov.
Type species: Nebulasaurus taito sp. nov.
Included species: Type species only.
Etymology: From Latin nebulae, misty cloud, after the alpine
province of Yunnan (= southern cloudy province, Chinese); and from Greek
sauros, lizard.
Diagnosis.—As for the type and only species.
Nebulasaurus taito sp. nov.
Etymology: In honor of the Taito Corporation of Japan, which funded the field project in and near the type locality.
Holotype: LDRC-v.d.1, a braincase (Figs. 2, 3A, B).
Type horizon: Zhanghe Formation, lower Middle Jurassic, Aalenian/Bajocian (Bureau of Geology and Mineral Resources of Yunnan Province 1990).
Type locality: The locality is in Xiabanjing, Jiangyi Rural Area,
Yuanmou County of Yunnan Province, China (Fig. 1B). Information
regarding precise location of the locality is protected by the local
authority and available through LDRC on request.
Xing, L., Miyashita, T., Currie, P.J., You, H., Zhang, J., and Dong, Z.
2015. A New Basal Eusauropod from the Middle Jurassic of Yunnan, China,
and Faunal Compositions and Transitions of Asian Sauropodomorph
Dinosaurs.
Acta Palaeontologica Polonica. 60 (1): 145–154. DOI: 10.4202/app.2012.0151
Acta Palaeontologica Polonica. 60 (1): 145–154. DOI: 10.4202/app.2012.0151
domingo, 24 de maio de 2015
Calculadora revela idade 'real' de cães e a idade 'canina' dos donos
Atualizado em 24 de maio, 2015 -23h18
Antigamente, calcular a idade de
um cão era simples: os anos de vida do cachorro eram multiplicados por
sete e o resultado era considerado o equivalente à idade humana.
O problema é que nem todas as raças envelhecem na mesma velocidade e os cães envelhecem em ritmos diferentes de acordo com a etapa de suas vidas.
Tendo isto em mente, a BBC criou uma calculadora que vai ajudar os donos de cães a descobrir uma idade mais aproximada de seu animal de estimação.
Além disso, o dono também poderá calcular sua idade se fosse um cão.
Para ver melhor o conteúdo da calculadora, é preciso ter instalada a versão mais recente de seu browser.
A calculadora da BBC usa estes fatores para os primeiros anos de vida do cachorro:
12,5 para cães pequenos
10,5 para cães médios
9 para cães grandes
Para os anos seguintes da vida do cachorro, cada ano tem que ser multiplicado por um fator que varia de entre 4,3 a 13,4 anos, dependendo da raça.
Abaixo, uma lista das raças incluídas na calculadora e o fator de ano multiplicador.
Raças pequenas: dachshund (miniatura): 4,32, border Terrier: 4,47, lhasa apso: 4,49, shih tzu: 4,78, whippet (médio): 5,30, chihuahua: 4,87, west highland white terrier: 4,96, beagle: 5,20, schnauzer miniatura: 5,46, cocker spaniel: 5,55, cavalier king charles: 5,77, pug: 5,95, bulldog francês: 7,65.
Raças médias: spaniel: 5,46, labrador: 5,74, golden retriever: 5,74, staffordshire bull terrier: 5,33, buldogue: 13,42.
Raças grandes: pastor alemão: 7,84, boxer: 8,90.
A calculadora só funciona para cães de raça pura, mas os de raças misturadas vivem em média 1,22 ano a mais do que os puros, segundo Dan O'Neill, da Petts Wood, que está investigando o tema em sua pesquisa de PhD para o Royal Veterinary College de Londres.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/07/130705_idade_cao_calculadora_fn.shtml?ocid=socialflow_facebook_brasil
Apatosaurus ou Apatossauro
Introdução
Os dinossauros com cintura pélvica de
lagarto ou saurísquios foram divididos pelos cientistas em dois grupos -
os terópodes, que deram origem às aves, e os sauropodomorfos ("com pés
de lagarto"). Os sauropodomorfos tinham cabeças pequenas, dentes capazes
de cortar plantas, pescoços longos e imensos corpos para digerir
grandes quantidades de alimento folhoso de baixo valor nutritivo. Muitos
possuíam grandes garras nos polegares, desenvolvidas a partir de
pequenos ancestrais bípedes.
No final do Triássico, já havia dois tipos
de sauropodomorfos: os prossaurópodes e os saurópodes. Os prossaurópodes
incluíam desde pequenas formas bípedes até grandes animais quadrúpedes.
Os saurópodes eram herbívoros imensos sustentados por membros
semelhantes a pilares, com pés e mãos atarracados muito similares aos de
um elefante. Eles estão entre os maiores e mais pesados animais que já
habitaram a Terra. Ambos os grupos se espalharam por todo o mundo - os
prossaurópodes podem ter evoluído primeiro, mas eles se extinguiram no
início do Jurássico. Os saurópodes persistiram pela Era dos Dinossauros.
O Apatosaurus era um enorme saurópode de quatro pernas, cujo
comprimento equivalia a uma quadra de tênis. Alimentava-se das folhas
que arrancava das plantas e árvores com seus dentes em forma de
cavilhas. O longo pescoço, com cerca de 15 ossos grandes, era sustentado
por músculos fortes.
Chicoteando o inimigo
O Apatosaurus possuía uma longa
cauda, sendo quase metade dela fina, parecida com um chicote. Devia
usá-la para bates nos famintos carnívoros que rondavam os mais fracos do
bando, ou seja, os filhotes e os mais velhos.
As características chaves dos Saurópodes
O Apatosaurus ("lagarto que engana") foi um saurópode diplodocídeo, ou raios duplos, também conhecido como Brontosaurus ("lagarto
trovão"). Os diplodócos devem seu nome às extensões duplas nos chevrons
de suas vértebras caudais, mas eles também exibem características
distintivas vistas em outros saurópodes. Muitas dessas características
afetam toda a forma do dinossauro. Os saurópodes "pegam emprestadas"
vértebras das costas para estender seus pescoços, resultando em, pelo
menos, 12 ossos no pescoço, mas apenas 11 vértebras nas costas. As
espinhas neurais desses ossos tinham, tipicamente, formato de V para
alojar um forte ligamento que ajudava a erguer o peso do pescoço e da
cabeça.
Os membros em forma de coluna eram também adaptados para
sustentar pesos imensos - os tornozelos eram acolchoados por cartilagem
elástica e os animais tinham uma série completa de cinco dedos em cada
mão, mas o número de ossos em cada dígito era reduzido. Os saurópodes
andavam sobre seus dedos com as palmas levantadas e uma almofada carnuda
suportava a maior parte do seu peso. Seus polegares e três dedos dos
pés possuíam grandes garras. Os dentes dos saurópodes também mostravam
marcas intrigantes e desgaste feitas ao morderem folhas, e seus crânios
tinham grandes aberturas das narinas localizadas posteriormente na
cabeça.
Como um elefante
Para sustentar seu alto peso, as pernas do Apatosaurus terminavam
em pés amplos, como os do elefante. Os da frente eram equipados com uma
garra no "dedão", usada para chutar os inimigos.
Dados da Fera
Nome: Apatosaurus ("falso réptil")
Tamanho: 21m (comp.) e 8,3m (alt.).
Alimentação: folhas e brotos.
Quando viveu: Fim do Jurássico (há cerca de 150 milhões de anos).
Onde viveu: na América do Norte.
Gêneros aparentados: Barosaurus, Diplodocus.
Curiosidade
O primeiro Apatosaurus foi descoberto em 1877. Poucos anos depois, O. C. Marsh, que lhe dera esse nome, encontrou um dinossauro que batizou de Brontosaurus. Marsh, porém, havia cometido um engano, pois o Brontosaurus era, na verdade, o próprio Apatosaurus.
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