Erupção de vulcão na Indonésia ajudou a derrotar Napoleão em Waterloo
Erupção do Monte Tambora, uma das maiores já registradas na história, contribuiu para o mau tempo na Europa durante a última batalha de Napoleão Bonaparte
24/08/2018 - 15H32/ atualizado 15H32 / por Redação Galileu
Sabe
aquela história que o bater de asas de uma borboleta pode provocar um
tufão do outro lado do mundo? Uma história mais ou menos parecida
aconteceu em 1815, ano de dois acontecimentos marcantes do século 19: a
Batalha de Waterloo, que selou a derrota de Napoleão Bonaparte na
Europa, e a erupção do Monte Tambora, que aconteceu na Indonésia e é a
maior já registrada na história. De acordo com estudos recentes, esses
fatos têm conexão.
Em 5 de abril de 1815, mais de 180 quilômetros
cúbicos de lava foram expelidas do Monte Tambora, causando a morte de
quase 70 mil pessoas. Atingindo o nível máximo do Índice de
Explosividade Vulcânica (IEV), o evento foi sentido a milhares de
quilômetros de distância: as cinzas da erupção foram espalhadas com os
ventos e afetou a atmosfera da Europa.
De
acordo com estudos do Imperial College London, no Reino Unido, as
cinzas fizeram aumentar a formação de nuvens e propiciaram um período de
precipitações. E o que isso tem a ver com a Batalha de Waterloo? O
último conflito militar liderado por Napoleão Bonaparte, que aconteceu
no dia 18 de junho de 1815, foi marcado por uma forte chuva responsável
por adiar o ataque francês às tropas britânicas e alemãs.
O campo
de batalha, transformado em um grande lamaçal, só começou a secar horas
depois do esperado. Com isso, as tropas inglesas lideradas pelo
comandante Arthur Wellesley tiveram tempo de se reagrupar e desfechar o
ataque fatal contra o exército francês.
A partir da análise
climática no período, os cientistas encontraram uma relação entre os
meses posteriores à erupção do vulcão e ao período de maior quantidade
de chuvas. De acordo com o estudo, o contato das cinzas vulcânicas
afetou as correntes elétricas da ionosfera — a camada da atmosfera
responsável pela formação de nuvens.
Ascensão e queda
Após uma série de conquistas militares após sua ascensão como imperador da França, em 1804, Napoleão Bonaparte enfrentou sua mais dura derrota em 1813, quando tropas russas, austríacas e alemãs derrotaram os franceses na Batalha das Nações. Em 1814, Bonaparte foi deposto do poder e exilado na Ilha de Elba, na costa italiana. Mas seus apoiadores arquitetaram seu retorno ao trono francês e em fevereiro de 1815 ele fugiu de Elba para reconquistar o poder.
Em um período de 100 dias, ele tenta
reagrupar seu exército para derrotar seus antigos inimigos. Travada no
território da Bélgica, a Batalha de Waterloo definiria os rumos da
Europa: uma vitória francesa abriria um novo período para as conquistas
napoleônicas. As chuvas e o gênio militar do britânico Arthur Wellesley
(que passaria para história como Duque de Wellington) impediram o ímpeto
das tropas imperiais e impuseram a mais dura derrota para Bonaparte.
Com
seu exército arrasado, o ex-imperador foi novamente exilado. Preso na
ilha de Santa Helena, na costa africana, ele morreu no dia 5 de maio de
1821 aos 51 anos.
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