segunda-feira, 15 de julho de 2019

Erupção de vulcão na Indonésia ajudou a derrotar Napoleão em Waterloo

24/08/2018 - 15H32/ atualizado 15H32 / por Redação Galileu
Retrato de Napoelão Bonaparte (Foto: Reprodução)
Sabe aquela história que o bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do mundo? Uma história mais ou menos parecida aconteceu em 1815, ano de dois acontecimentos marcantes do século 19: a Batalha de Waterloo, que selou a derrota de Napoleão Bonaparte na Europa, e a erupção do Monte Tambora, que aconteceu na Indonésia e é a maior já registrada na história. De acordo com estudos recentes, esses fatos têm conexão.

Em 5 de abril de 1815, mais de 180 quilômetros cúbicos de lava foram expelidas do Monte Tambora, causando a morte de quase 70 mil pessoas. Atingindo o nível máximo do Índice de Explosividade Vulcânica (IEV), o evento foi sentido a milhares de quilômetros de distância: as cinzas da erupção foram espalhadas com os ventos e afetou a atmosfera da Europa.

De acordo com estudos do Imperial College London, no Reino Unido, as cinzas fizeram aumentar a formação de nuvens e propiciaram um período de precipitações. E o que isso tem a ver com a Batalha de Waterloo? O último conflito militar liderado por Napoleão Bonaparte, que aconteceu no dia 18 de junho de 1815, foi marcado por uma forte chuva responsável por adiar o ataque francês às tropas britânicas e alemãs. 

O campo de batalha, transformado em um grande lamaçal, só começou a secar horas depois do esperado. Com isso, as tropas inglesas lideradas pelo comandante Arthur Wellesley tiveram tempo de se reagrupar e desfechar o ataque fatal contra o exército francês.

A partir da análise climática no período, os cientistas encontraram uma relação entre os meses posteriores à erupção do vulcão e ao período de maior quantidade de chuvas. De acordo com o estudo, o contato das cinzas vulcânicas afetou as correntes elétricas da ionosfera — a camada da atmosfera responsável pela formação de nuvens.

Ascensão e queda
 
Após uma série de conquistas militares após sua ascensão como imperador da França, em 1804, Napoleão Bonaparte enfrentou sua mais dura derrota em 1813, quando tropas russas, austríacas e alemãs derrotaram os franceses na Batalha das Nações. Em 1814, Bonaparte foi deposto do poder e exilado na Ilha de Elba, na costa italiana. Mas seus apoiadores arquitetaram seu retorno ao trono francês e em fevereiro de 1815 ele fugiu de Elba para reconquistar o poder. 

Em um período de 100 dias, ele tenta reagrupar seu exército para derrotar seus antigos inimigos. Travada no território da Bélgica, a Batalha de Waterloo definiria os rumos da Europa: uma vitória francesa abriria um novo período para as conquistas napoleônicas. As chuvas e o gênio militar do britânico Arthur Wellesley (que passaria para história como Duque de Wellington) impediram o ímpeto das tropas imperiais e impuseram a mais dura derrota para Bonaparte. 

Com seu exército arrasado, o ex-imperador foi novamente exilado. Preso na ilha de Santa Helena, na costa africana, ele morreu no dia 5 de maio de 1821 aos 51 anos. 
Derrota de Napoleão na Rússia (Foto: Reprodução)

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