Descoberta de fóssil revoluciona ciência a nível mundial
Por Sónia Dias |
5 de Abril de 2020 às 10:11
Foi encontrado cone ovulífero com 110 milhões de anos de conífera que se julgava nunca ter existido no País.
É uma descoberta que está a agitar a comunidade científica mundial na
área da paleobotânica (ciência que estuda as plantas fósseis). Dois
investigadores - o português Mário Miguel Mendes e o checo Jirí Kvacek -
descobriram um cone ovulífero atribuível à conífera da família
Podocarpaceae em Portugal. A descoberta deste fóssil com cerca de 110
milhões vem pôr fim a uma das mais antigas discussões entre cientistas e
apaixonados por botânica: a presença de podocarpáceas no hemisfério
norte.
"É certo que, atualmente, as podocarpáceas estão confinadas ao hemisfério sul, mas talvez não tenha sido sempre assim. E hoje tenho a certeza disso", explica Mário Miguel Mendes, investigador do MARE (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente) da Universidade de Coimbra e coautor do estudo publicado este mês na revista científica ‘Cretaceous Research’ sobre a descoberta do referido cone ovulífero, recolhido na jazida fossilífera de Catefica (região de Torres Vedras) e descrito como novo género e espécie: Friisia Lusitanica.
"É certo que, atualmente, as podocarpáceas estão confinadas ao hemisfério sul, mas talvez não tenha sido sempre assim. E hoje tenho a certeza disso", explica Mário Miguel Mendes, investigador do MARE (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente) da Universidade de Coimbra e coautor do estudo publicado este mês na revista científica ‘Cretaceous Research’ sobre a descoberta do referido cone ovulífero, recolhido na jazida fossilífera de Catefica (região de Torres Vedras) e descrito como novo género e espécie: Friisia Lusitanica.
"Trata-se de uma descoberta importante, pois demonstra que outrora
existiram podocarpáceas em Portugal, acrescentando novos elementos ao
puzzle da diversidade e distribuição paleogeográfica deste grupo de
plantas", continua o investigador, sublinhando que esta descoberta só
foi possível graças a fundos internacionais.
"Infelizmente, em Portugal, o financiamento é essencialmente dirigido à investigação aplicada com retorno financeiro direto, quantificável e tangível, deixando de fora a componente intelectual dos projetos de investigação fundamental", afirma Mário Miguel Mendes, referindo que são precisas verbas para trabalhos de microscoscopia eletrónica de varrimento e de micro tomografia de raios-X por radiação de sincrotrão, essenciais numa área como a paleobotânica.
SAIBA MAIS
2800 milhões de anos. É a idade dos organismos fotossintéticos responsáveis pela atmosfera oxigenada da Terra.
Cretáceo
Em Portugal, o período Cretáceo tem características únicas que permitem acompanhar a evolução florística desde o Cretáceo inferior ao superior.
Cone ovulífero
O cone ovulífero pode ser descrito como uma estrutura reprodutora produzida por algumas coníferas e constituída por escamas ovulíferas
"Infelizmente, em Portugal, o financiamento é essencialmente dirigido à investigação aplicada com retorno financeiro direto, quantificável e tangível, deixando de fora a componente intelectual dos projetos de investigação fundamental", afirma Mário Miguel Mendes, referindo que são precisas verbas para trabalhos de microscoscopia eletrónica de varrimento e de micro tomografia de raios-X por radiação de sincrotrão, essenciais numa área como a paleobotânica.
SAIBA MAIS
2800 milhões de anos. É a idade dos organismos fotossintéticos responsáveis pela atmosfera oxigenada da Terra.
Cretáceo
Em Portugal, o período Cretáceo tem características únicas que permitem acompanhar a evolução florística desde o Cretáceo inferior ao superior.
Cone ovulífero
O cone ovulífero pode ser descrito como uma estrutura reprodutora produzida por algumas coníferas e constituída por escamas ovulíferas
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.