A multicelularidade surgiu e as células se especializaram
Há
aproximadamente 1 bilhão de anos, todos os organismos que existiam – procariotos ou eucariotos – eram
unicelulares. Outro importante
passo evolucionário ocorreu quando alguns eucariotos falharam em se separar
após a divisão celular, permanecendo ligados
uns aos outros. A permanente associação das células possibilitou que algumas
células se especializassem em certas funções, como reprodução, enquanto outras
se especializassem em outras
finalidades, como a absorção de nutrientes e sua distribuição para células
vizinhas. Essa especialização
celular permitiu aos eucariotos multicelulares aumentarem seu
tamanho e se tornarem mais eficientes na obtenção de recursos e na adaptação a ambientes específicos.
Os
biólogos podem delinear a árvore
evolutiva da vida. Se todas as
atuais espécies de organismos no planeta são descendentes de um único tipo de
organismo unicelular que viveu há quase
4 bilhões de anos, como elas se tornaram tão diferentes?Já que indivíduos dentro de uma população se
acasalam aleatoriamente, mudanças funcionais e estruturais podem evoluir dentro daquela população, mas esta
permanecerá uma espécie. Entretanto,
se algum evento isola alguns membros de um grupo de
outros, diferenças funcionais e estruturais entre eles podem se acumular ao longo do tempo. Em resumo, as
vias evolucionárias dos dois
podem divergir para o ponto onde seus membros não podem mais se reproduzir entre eles.
Transformaram-se em espécies diferentes. Esse processo evolucionário, chamado especiação,
é detalhado nos Capítulos 22 e
23.
Os biólogos dão a cada
espécie um nome científico formado por
dois nomes latinizados (binomial). O primeiro nome identifica o gênero da espécie – um grupo de espécies
que compartilha um ancestral
comum recente. O segundo é o nome da espécie. Por exemplo, o nome científico da espécie humana
é Homo sapiens: Homo
é o nosso gênero e sapiens é
a nossa espécie. Os nomes científicos
geralmente se referem a alguma característica da espécie. Homo
deriva da palavra latina para “homem” e sapiens deriva da
palavra latina para “inteligente” ou “racional”.Em
torno de 30 milhões de espécies de organismos podem existir na Terra hoje. Algumas espécies
viviam no passado, mas atualmente
estão extintas. Milhões de eventos de especiação criaram essa vasta
diversidade, e o desdobramento desses eventos pode
ser diagramado como uma “árvore evolucionária”, demonstrando a ordem na qual as
populações se dividem e, finalmente, evoluem
em novas espécies. Uma árvore evolucionária traça os descendentes dos ancestrais que viveram em
diferentes tempos no passado.
Assim, os organismos de qualquer ramo compartilham um ancestral na base daquela
linha.
Os grupos mais proximamente relacionados são colocados juntos no mesmo
ramo; enquanto os organismos
mais distantemente relacionados estão em
diferentes ramos. Neste livro, adotamos a convenção de que o tempo flui da esquerda para a direita, de
modo que a árvore na figura 1.11 (e outras árvores neste livro) se posiciona
sobre seu lado, com sua raiz –
o ancestral de toda a vida – na esquerda. Muitos detalhes
ainda precisam ser esclarecidos, mas os aspectos gerais da Árvore da Vida foram determinados. Seus
padrões de ramificação estão baseados em um rico conjunto de evidências obtido com base em fósseis, em estruturas, em
processos metabólicos, em
comportamento e em análises moleculares de genomas.
Não existem fósseis para nos ajudar a determinar as divisões anteriores na linhagem
da vida, já que aqueles organismos unicelulares
não possuíam partes que poderiam ser preservadas como fósseis. Entretanto,
evidências moleculares têm sido usadas
para separar os organismos vivos em três
domínios principais: Bacteria, Archaea e
Eukarya (Figura 1.11).
Os organismos de cada domínio
têm evoluído separadamente de
organismos em outros domínios por mais de
um bilhão de anos. Os
organismos dos domínios Archaea e
Bacteria são procariotos. Archaea e Bacteria diferem tão fundamentalmente entre si nos seus processos metabólicos que se acredita que eles se separaram em linhagens evolutivas
distintas muito antes.
Membros
do terceiro domínio – Eukarya
– possuem células eucarióticas.
Os três principais grupos de eucariotos multicelulares – plantas, fungos e
animais – evoluíram a partir de eucariotos
microbianos, geralmente referidos como protistas. O
protista fotossintético, que deu origem às plantas, era completamente distinto do ancestral dos animais e fungos, como pode
ser visto pelo padrão de ramificação da Figura 1.11.
Algumas
bactérias, algumas Archaea, alguns
protistas e a maioria das
plantas são capazes de fazer fotossíntese. Esses organismos são chamados de autotróficos
(auto-alimentadores). As moléculas
biológicas que eles produzem são o alimento primário para quase todos os outros organismos vivos.Os fungos incluem mofos, cogumelos,
leveduras e outros organismos semelhantes, sendo todos heterotróficos (alimentam-se de outras fontes), ou seja, eles precisam de
uma fonte de moléculas sintetizadas
por outros organismos, que são quebradas para obter energia para os seus processos metabólicos.
Os fungos degradam moléculas de
alimento ricas em energia no seu ambiente e, então, absorvem os produtos do processo para suas
células. Alguns fungos são importantes decompositores de resíduos e corpos
mortos de outros organismos. Como os fungos, os animais são heterotróficos,
mas, ao contrário dos fungos, eles ingerem sua fonte de alimento, então degradam
o alimento no trato digestivo. Os animais ingerem outras formas de vida, inclusive plantas, fungos e
outros animais. Suas células
absorvem os produtos da degradação e obtêm energia destes produtos.
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