domingo, 17 de novembro de 2019

Estudo sobre o maior macaco da história pode ajudar a entender evolução

Cientistas imaginam como seria a aparência do maior macaco do planeta, que existiu 2 milhões de anos atrás, e relacionam a descoberta com a evolução humana

São Paulo – Por meio de um fóssil de um pedaço de dente, cientistas conseguiram descobrir características do maior macaco que já chegou a existir no planeta Terra. Da espécie Gigantopithecus blacki, o animal tinha cerca de três metros de altura e pesava, aproximadamente, 600 quilogramas.

Parente distante dos orangotangos, espécie originária da Ásia, o maior macaco do planeta teve seu único resquício corporal encontrado em 1935: um dente que tem, aproximadamente, 2 milhões de anos de idade – e sua única relação familiar com os orangotangos foi apontada cerca de 12 milhões de anos atrás.

A partir desse fóssil, retirado de uma caverna chinesa, cientistas da Universidade de Copenhage conseguiram obter evidências moleculares da espécie, identificando sua aparência e descobrindo novas informações sobre a evolução dos macacos. Confira, abaixo, o dente que foi encontrado na China
Dente de macaco Gigantopithecus
 (Ikumi Kayama, Studio Kayama LLC./Reprodução)

Para conseguir recriar a aparência física do macaco, os cientistas compararam sua sequência de proteínas, a partir do fragmento dentário, com as sequências proteicas de espécies de macacos existentes nos dias atuais. A ação de conseguir informações proteicas a partir do esqueleto de um fóssil de milhões de anos é algo, até então, raro, e apresenta uma chance – ainda que pequena – para que cientistas obtenham maiores informações sobre ancestrais de diferentes espécies, incluindo seres humanos.

Frido Welker, de Copenhage, disse para a BBC News que o estudo favorece a compreensão da evolução humana, e facilita que cientistas consigam estudar com maior facilidade ancestrais que moravam em regiões tropicais ou com clima mais quente: 

“Este estudo sugere que as proteínas antigas podem ser uma molécula resistente que sobrevive durante a maior parte da evolução humana recente, mesmo em áreas como a África ou a Ásia, e assim, no futuro, poderemos estudar nossa própria evolução como espécie durante um período muito longo”, comentou Welker.

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