Minerais
O termo mineralogia deriva da palavra latina MINERA, de provável origem céltica, (mina, jazida de minério, filão), que forma o adjetivo do latim mineralis, “relativo às minas” e o substantivo do latim minerale (produto das minas), que deu origem ao adjetivo e substantivo português mineral, acrescido do sufixo grego logía (ciência, tratado, estudo). Portanto:“Mineralogia é o estudo dos minerais em todos os seus aspectos (químicos, físicos, de formação/origem, ocorrência e seus usos/aplicações). ”
A definição de mineral possui algumas controvérsias:
- para alguns é toda substância homogênea, sólida ou líquida, de origem inorgânica e que surge, naturalmente, na crosta terrestre, normalmente com composição química definida e, que se formada em condições favoráveis, terá estrutura atômica ordenada condicionando sua forma cristalina e suas propriedades físicas;
- para outros, trata-se de substância com estrutura interna ordenada (cristais), de composição química definida, origem inorgânica e que ocorre naturalmente na crosta terrestre ou em outros corpos celestes.
Logo, mineral é considerado:
i) um sólido homogêneo (quanto as suas propriedades físicas e químicas) ou que exibe variações sistemáticas restritas
Segundo o primeiro item, os minerais, na grande maioria são substâncias sólidas; portanto são excluídos desta definição os gases e líquidos,
com exceção do mercúrio nativo (Hg). De acordo com alguns autores, a
água no estado líquido e/ou vapor não é considerada um mineral,
entretanto a água no estado sólido, o gelo, formado em altitudes
elevadas e/ou em geleiras constitui um mineral.
ii) de composição química definida (composições variáveis dentro de certos limites);
Em relação ao segundo item, os minerais de mesma espécie sempre têm a mesma composição, podendo ser constituídos por um elemento ou um composto químico.
São representados por seus símbolos químicos, como por exemplo, o
carbono – C, o ouro nativo – Au, etc., ou por sua fórmula química, como
por exemplo, a galena – PbS, o quartzo – SiO2, etc. A
composição de muitos minerais varia dentro de certos limites e/ou
intervalos, isto é, não possuem composição fixa a exemplo da olivina, a
qual apresenta variações desde um silicato puro de Mg2SiO4 (forsterita) até silicato puro de Fe2SiO4 (faialita).
iii) com estrutura cristalina (estrutura reticular = ordem atômica tridimensional dos seus átomos, denominado de estrutura do cristal);
De acordo com o terceiro item, os minerais têm suas moléculas e átomos dispostos sistematicamente e organizados tridimensionalmente
em agrupamentos geométricos, que às vezes, sob condições favoráveis, se
manifestam exteriormente constituindo sólidos geométricos, ou seja,
formam cristais – este é o critério do estado cristalino.
iv) de origem inorgânica;
Segundo o quarto item são excluídos da definição de mineral todas as substâncias de ocorrência natural e que são produzidas por plantas e animais.
Conforme este critério, o carbonato de cálcio, resultante da
precipitação química, depositado no fundo dos oceanos, é considerado um
mineral (especificamente o mineral calcita – CaCO3), mas o
carbonato de cálcio presente nas conchas calcárias de moluscos (calcita
biogênica) não é considerado um mineral. De acordo com essa definição, o
carvão, o petróleo, o âmbar, a pérola produzida por um animal, “pedras”
formadas nos rins e vesículas dos animais, embora sejam de origem
natural, também não podem ser considerados um mineral. Entretanto para
alguns mineralogistas, a procedência orgânica não é um obstáculo à
atribuição de mineral para o âmbar (resina fóssil – 78% C, 10% H e 11%
O) e a melita (sal de ácido orgânico – Al2[C6(COO)6].16H2O),
mas é exigido que os caracteres externos tenham desaparecido, como a
estrutura e forma orgânica, reveladores de origem de tal natureza.
Apoiados nisto, não são admitidos como minerais: as petrificações
fósseis, apesar de sua matéria ser de natureza mineral; e os
combustíveis fósseis (hulha, petróleo) – são misturas pertencentes ao
grupo das rochas sedimentares.
Conforme o quinto item, os minerais devem ser resultado de processos formativos naturais, excluindo–se todas as substâncias fabricadas pelo homem. Como exemplos podemos citar o cimento, vidro, minerais sintéticos e/ou cristais (ex: rubi sintético – Al2O3, esmeralda sintética – Be3(Cr,Al)2(Si2O18),
etc., que, embora apresentem composição química igual a substâncias
e/ou compostos encontrados na natureza, não são considerados minerais.
Conheça alguns minerais na galeria de fotos ou visite nosso banco de dados.
-
Tremolita/Actinolita
-
Turmalina em magnesita
-
Atacamita
-
Antofilita
-
Aragonita
-
Benitoíta e Netunita
-
Brazilianita
-
Calcantita
-
Calcita
-
Cinábrio
-
Eosforita
-
Biotita
-
Fluorita
-
Gipsita
-
Selenita
-
Goethita
-
Halita
-
Hematita
-
Labradorita
-
Lazurita
-
Lepidolita
-
Muscovita
-
Natrolita/Escolecita
-
Pirita
-
Quartzo rutilado
-
Topázio
-
Turmalina
-
Cabazita
Nomenclatura dos minerais
Segundo a Comissão de Novos Minerais e Nomes de Minerais (CNMNM) da Associação Mineralógica Internacional (IMA), uma espécie mineral (= mineral) é definida principalmente com base em sua composição química e suas propriedades cristalográficas, que são os principais fatores na determinação de espécies minerais novas ou diferentes. Se um mineral apresenta uma composição e/ou propriedades cristalográficas substancialmente diferentes daquelas observadas em um mineral conhecido (ou existente), existe uma grande possibilidade que este possa ser uma nova espécie mineral.
As substâncias produzidas em laboratório, com estrutura interna ordenada e composição química definida, são denominadas de cristais e/ou minerais artificiais e/ou sintéticos e as substâncias sem estrutura interna são denominadas de vidro (estrutura amorfa). Toda substância que não apresenta um ordenamento atômico em uma escala que pode produzir uma ordem regular de manchas de difração, quando a substância é atravessada por onda de comprimento satisfatório (como raios X, elétrons, nêutrons, etc.) é uma substância amorfa ou não-cristalina.Atualmente o homem consegue reproduzir, em laboratório, com bastante semelhança, praticamente todos os minerais e gemas naturais. Desta forma, em laboratórios são produzidos os diamantes, a safira, o rubi, o quartzo, o espinélio, a esmeralda, etc. Substâncias que têm a sua origem devido à interação de minerais preexistentes com substâncias de origem não geológica, e as substâncias formadas por agentes geológicos em materiais artificiais não são considerados minerais.A formação de substâncias novas através (ou em parte) de atividades humanas e pela ação geológica podem constituir minerais. É o caso da formação de novas substâncias cristalinas pela exposição de rochas e/ou minerais preexistentes (a ação atmosférica, a águas superficiais, etc.) em pilhas de rejeito de minerações, onde através de alteração de minerais e rochas preexistentes formam-se novas substâncias.As substâncias originadas por atividades ou processos biológicos (animal ou vegetal) não são consideradas minerais (ex: âmbar, marfim, pérola, petróleo, carbonato de cálcio de conchas, hidroxilapatita de dentes, pedras dos rins, etc.). Entretanto as substâncias formadas pela ação de processos geológicos sob materiais orgânicos (naturais) podem constituir minerais, como é o caso dos fosfatos constituintes de guano originado das fezes de morcegos ou aves.O termo mineraloide é aplicado para substâncias naturais amorfas e/ou de origem orgânica, que não se incluem em nenhuma das definições de mineral (ex: betume, corais, petróleo, etc.). Usa-se o termo metamíctico para as substâncias que já foram cristalinas, mas tiveram a sua cristalinidade destruída por radiação.As substâncias metamícticas, se formadas através de processos geológicos, pelo fato de terem sido cristalinas e apresentarem a mesma composição global original, são consideradas minerais. Essas matérias, com tratamento térmico adequado, readquirem a estrutura cristalina original.Os minerais constituem os diferentes tipos de rochas (rocha é um agregado natural constituído por um ou mais minerais, podendo eventualmente ser constituída por mineralóides como vidro vulcânico e/ou por matéria orgânica como a turfa, e que corresponde a parte essencial da crosta terrestre), mono ou poliminerálicas, sedimentares, metamórficas, magmáticas, hidrotermais ou pneumatolíticas. Também são os constituintes principais de solos, sedimentos e corpos extraterrestres, como os meteoritos, por exemplo.Fonte: https://museuhe.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.