Parque Estadual Vila Velha
Arenitos
Os monumentos geológicos encontrados em Vila Velha são
constituídos por uma rocha denominada arenito, o Arenito Vila Velha,
formado pela compactação e endurecimento de camadas sucessivas de areia,
pertencentes à unidade geológica denominada Grupo Itararé. A formação
destes arenitos remonta há 300 milhões de anos no Período Carbonífero,
quando a América do Sul ainda estava ligada à África, à Antártida, à
Oceania e à Índia, formando um grande continente chamado de Gondwana.
Nesta época, a região onde se localiza Vila Velha estava mais próxima ao
Polo Sul e a temperatura média na Terra era muito baixa, período que
corresponde a uma das grandes eras glaciais do passado terrestre
denominada glaciação gondwânica permo-carbonífera.
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Carbonífero Superior / Permiano - 306 milhões de anos
Época de deposição das areias que formaram o Arenito Vila
Velha. Esta região estava muito próxima ao Polo Sul, sendo recoberta por
enormes massas de gelo, como hoje ocorrem na Antártida.
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Hoje Posição atual dos continentes com a distribuição das evidências geológicas da existência de geleiras a 300 milhões de anos. As setas indicam a direção de movimentação das geleiras. |
Nesta sequência de fotos pode-se observar a evolução das formas, principalmente pela ação da água: |
O
modelamento do Arenito Vila Velha, na forma de erosão atual, é algo
muito recente. Ao longo dos 300 milhões de anos de existência destas
rochas, aconteceram eventos geológicos que as soterraram sob outras
sequências mais jovens. Movimentos tectônicos terrestres, aliados à
erosão, o colocaram novamente à superfície. Os processos de erosão que
esculpiram o Arenito Vila Velha, principalmente o das águas pluviais,
aconteceram no Período Quarternário, ou seja, nos últimos 1,8 milhão de
anos.
A característica marcante do arenito de Vila Velha é a
presença do relevo em forma de ruínas (relevo ruiniforme), marcado pela
rica associação de formas incluindo caneluras, cones de dissolução,
topos pontiagudos, torres e pilares, que originam esculturas naturais
singulares, das quais a Taça é a mais conhecida, hoje símbolo da região,
em especial do Parque.
As formas dessas esculturas naturais derivam da ação das
águas pluviais, da ação da energia solar, das mudanças e alterações de
temperatura e da atividade orgânica sobre as rochas. Esta ação erosiva
desenvolve-se através de descontinuidades e de zonas de fraqueza
naturais da rocha, tais como: fraturas e falhas, estruturas
sedimentares, textura e cimentação diferenciadas, cuja interação permite
a formação destes maravilhosos monumentos.
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Formação dos arenitos
A origem das areias, que posteriormente formaram o Arenito
Vila Velha, remonta ao Período Carbonífero, 300 milhões de anos atrás. A
paisagem era muito diferente da atual, dominada pela presença de
geleiras, rios e lagos glaciais, compondo um ambiente denominado de
flúvio-glacial.
As geleiras, ao se movimentarem para áreas mais baixas do
terreno durante a sua fase de avanço, agregavam em sua massa sedimentos
e fragmentos rochosos que encontravam pelo caminho. Durante a fase de
recuo, devido ao derretimento do gelo, este material que se encontrava
no corpo das geleiras era abandonado, formando depósitos sedimentares
denominados de morenas. Rios e enxurradas, originados pelo próprio
derretimento do gelo, lavaram estes sedimentos transportando e
depositando as areias que formaram o Arenito Vila Velha em lagos
glaciais.
Na região do Parque, estes sedimentos são
predominantemente arenosos. Em vários locais dos Campos Gerais é
possível ver as marcas destas geleiras no substrato rochoso, denominadas
de estrias glaciais. Um bom exemplo destas estrias pode ser visto na
Colônia Witmarsum, a caminho de Curitiba, em um sítio geológico ali
existente.
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Furnas
Dentre as grandes atrações do Parque Estadual de Vila
Velha estão as furnas, que são na realidade poços de desabamento,
depressões semelhantes a crateras, de formato circular e paredes
verticais. As furnas não se situam na mesma unidade geológica dos
arenitos avermelhados, o Arenito Vila Velha, mas sim em uma unidade
geológica que está abaixo do Arenito Vila Velha, representada pelos
arenitos esbranquiçados da Formação Furnas. Ver abaixo o mapa geológico
do parque.
As furnas ocorrem na região dos Campos Gerais do Paraná,
sendo conhecidas pelo menos 14 delas. No Parque Estadual de Vila Velha
aparecem seis furnas, estando duas em estágio terminal: a Lagoa Dourada e
a Lagoa Tarumã. São consideradas assim pelo fato de estarem quase que
totalmente preenchidas de sedimentos.
Com exceção da furna 3, de fundo seco, todas as demais
estão interconectadas pelo atual nível de água subterrânea, em torno da
cota de 788 m, revelando que existe ampla circulação subterrânea de água
entre as furnas e a Lagoa Dourada, através de fraturas e
descontinuidades existentes no arenito.
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As furnas se formam pela ação da circulação das águas superficiais que,
acidificadas pela presença de matéria orgânica, vão lentamente
destruindo a ligação entre os grãos que mantém a rocha coesa,
propiciando a remoção mecânica dos constituintes do arenito. Este
processo é acelerado nas partes mais fraturadas do arenito,
principalmente nas intersecções de falhas e fraturas, pontos em que a
rocha vai sendo lentamente desagregada, possibilitando que seus
constituintes sejam transportados pela drenagem subterrânea, formando os
poços de desabamento.
Sedimentos Quaternários São os sedimentos argilo-arenosos com quantidades menores de cascalhos depositados nas planícies aluviais dos rios Guabiroba e Quebra Perna e seus afluentes. |
Diques de Diabásio
Ocorrem dois diques de diabásio de direção noroeste -
sudeste na área do Parque Estadual de Vila Velha. Há 130 milhões de
anos, na Era Mesozoica, durante a quebra do continente Gondwana e a
formação do Oceano Atlântico Sul, esta região sofreu um forte
abaulamento (Arco de Ponta Grossa), originando fraturas profundas de
direção noroeste-sudeste, por onde ascenderam enormes quantidades de
magma basáltico. Os diques são a consolidação deste magma dentro das
fraturas.
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Arenito Vila Velha Unidade de topo do Grupo Itararé no Parque Estadual de Vila Velha e seu principal atrativo. Veja a descrição em detalhes no quadro "Arenitos". |
Grupo Itararé Indiferenciado
Trata-se da unidade basal do Grupo Itararé no Parque e é de
natureza muito variada, reflexo dos muitos subambientes do ambiente
glacial. Ocorrem diamictitos, argilitos, folhelhos e arenitos.
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Formação Ponta Grossa
Esta formação tem idades entre 400 e 375 milhões de anos
dentro do Período Devoniano. É composta por folhelhos e argilitos
escuros fossilíferos de origem marinha. Esta formação é famosa por seus
fósseis, tipicamente marinhos, incluindo gastrópodes, trilobites,
braquiópodes, crinoides, constituindo a denominada fauna da "Província
Malvinocráfica." Belas exposições desta unidade podem ser vistas na
Fazenda Rivadávia, próxima ao Parque.
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Formação Furnas
A Formação Furnas, com idade de 400 milhões de anos, início
do Período Devoniano, é constituída por arenitos médios a grossos, com
níveis conglomeráticos restritos, caulínicos (argilas brancas), o que
lhes confere a coloração clara. Apresenta marcantes estruturas
sedimentares, principalmente estratificações plano-paralelas e cruzadas
planares. O ambiente de sedimentação da Formação Furnas é considerado
como uma interação marinho / fluvial.
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