Mecânica
das rochas é a ciência teórica e aplicada do comportamento mecânico das
rochas e maciços rochosos; é o ramo da mecânica que estuda a resposta
das rochas e maciços rochosos perante os campos de forças a que estão
sujeitos no seu ambiente físico.
A mecânica das rochas propriamente dita
faz parte do campo mais vasto que é a geomecânica, que se ocupa das
respostas mecânicas de todos os materiais geológicos, incluindo os
solos. A mecânica das rochas, tal como é aplicada na prática da
engenharia de minas e engenharia geológica, refere-se à aplicação dos
princípios da mecânica de engenharia ao desenho de estruturas em rocha
geradas pela atividade mineira, como por exemplo, túneis, poços de
minas, escavações subterrâneas ou minas a céu aberto. Inclui também o
desenho de padrões de ancoragens.
Definição
Rochas são materiais sólidos consolidados, formados naturalmente por agregados de matéria mineral ou minérios, que se apresentam em grandes massas ou fragmentos.
Propriedades
As principais propriedades que
distinguem uma rocha de um solo são a coesão interna e a resistência à
tração. A coesão interna é a força que liga as partículas umas as outras
(ligação entre os átomos). Este valor difere da coesão aparente, que é
resultante do atrito entre as partículas quando submetidas às forças de
cisalhamento. Exemplo de coesão nula é a areia, mas pode apresentar
coesão aparente de 4,34 kg/cm². A resistência à tração pode ser nula num
solo. Mas entre o solo e a rocha pode existir uma tração uniaxial de
1MPa.
A rocha, como o solo, é um material
bastante distinto de outros materiais da engenharia, por isso os
projetos em rochas são bastante especiais. A mecânica das rochas se
desenvolveu mais lentamente que a mecânica dos solos, pelo simples fato
de a rocha ser considerada mais competente que o solo e gerar menor
número de problemas com fundações ou estruturas.
A mecânica, de uma forma geral, estuda a
resposta de um material a uma solicitação qualquer. A mecânica das
rochas tem como finalidade estudar as propriedades e o comportamento dos
maciços rochosos submetidos a tensões ou variações das suas condições
iniciais.
As rochas são utilizadas pelo homem para
fabricação de armas, ferramentas e utensílios. Este material é muito
usado para construção de casas, túneis, fortificações, esculturas entre
outros.
As áreas de atuação são classificadas como:
- Atividades de superfície (<100m aberto.="" barragens="" c="" e="" es="" estradas="" funda="" li="" minas="" u="">
- Atividades em profundidade (>100m): minas subterrâneas, túneis, cavernas hidrelétricas, aproveitamento de energia geotérmica.
- Atividades especiais: engenharia do petróleo, engenharia geotécnica, armazenamentos em cavernas(petróleo, água, resíduos radioativos, etc.). 100m>
Os projetos de engenharia de rochas
podem ser agrupados em sete categorias, sendo em fundações a sua
utilização mais importante.
• fundações: as rochas são um excelente material de fundação, mas podem ser fraturados e alterados. É necessário estabelecer a competência da rocha em relação a sua capacidade de suportar a carga para níveis toleráveis de deformação.
• taludes: a mecânica das rochas pode
identificar o risco de ruptura do talude rochoso, seja por tombamento,
flexão, em cunha ou em plano;
• túneis e poços: a estabilidade de
túneis e poços depende da estrutura da rocha, estado de tensões, regime
de fluxo subterrâneo e técnica de construção;
• cavernas: o projeto de construção de
grandes cavernas é influenciado pela presença e distribuição das
fraturas do maciço rochoso;
• mineração: a mecânica das rochas
influi sobre os métodos de mineração, com a finalidade de se obter uma
maior extração de minério, utilizando-se um mínimo de suporte artificial
das galerias;
• energia geotérmica: a produção de
energia geotérmica é obtida pela percolação de água, injetada no furo,
através das fraturas da rocha-reservatório naturalmente aquecida e a
posterior recuperação por outro furo de sondagem. Este sistema depende
da interação entre as fraturas do maciço, tensões in situ, condições de
fluxo, temperatura e tempo;
• armazenamento de rejeitos radioativos:
o isolamento dos materiais radioativos em relação à biosfera requer o
estudo das fraturas do maciço, capacidade de absorção das superfícies
das fraturas, tensões in situ, condições de fluxo, temperatura e tempo.
O intemperismo é o processo natural de
decomposição ou desintegração de rochas e solos, e seus minerais
constituintes, por ação dos efeitos químicos, físicos e biológicos que
resultam da sua exposição aos agentes externos (neles se incluindo os
fatores antropogênicos, isto é devido directa ou indiretamente à ação
humana). Em resumo, a meteorização é o fenomeno natural a que estão
sujeitos todos os materiais geológicos quando expostos à ação combinada
da atmosfera, da hidrosfera, da biosfera e da antroposfera, ocorrendo de
forma permanente e generalizada em toda a superfície terrestre, não
devendo contudo ser confundida com os efeitos da erosão, embora tenha
frequentemente com eles uma relação estreita de causa e efeito. Em
geral, o intemperismo intensifica-se em regiões de climas tropicais,
como é o caso do Brasil.
São vários os fatores que influem no intemperismo:
Clima: É o mais
importante. É ele que determina a distribuição sazonal das chuvas -
fundamentais porque é a água o principal agente transportador dos
produtos do intemperismo - e as variações de temperatura, que contribuem
para a fragmentação das rochas, através da alternância de períodos de
dilatação com períodos de contração. Quanto maior a disponibilidade de
água e quanto mais frequente for sua renovação, mais completas serão as
reações químicas do intemperismo. Quanto à temperatura, para cada 10 ºC
de elevação há um aumento de duas a três vezes na velocidade das reações
químicas. Isso explica por que o intemperismo é mais intenso nos
trópicos.
Relevo: Determina a
maior ou menor velocidade do fluxo da água das chuvas, com consequente
menor ou maior infiltração no solo. Em encostas de alta declividade, a
água fica pouco tempo em contato com as rochas e assim não consegue
promover adequadamente as reações químicas. Nas baixadas, a água fica,
ao contrário, bastante tempo em contato, mas não se renova facilmente,
de modo que fica saturada nos componentes solúveis e perde sua
capacidade de continuar atacando os minerais. Portanto, é nas encostas
suaves que o intemperismo é mais intenso.
Rocha-Mãe: Importante
porque, dependendo de sua composição mineralógica, textura e estrutura,
terá maior ou menor resistência à decomposição e à desagregação. Os
primeiros minerais a cristalizar no resfriamento de um magma são os mais
instáveis nas condições normais de pressão e temperatura e, assim, são
os primeiros a se alterar. Por essa razão, o quartzo é dos mais
resistentes e na alteração de um granito, por exemplo, é o último a se
decompor. Os mármores, por sua vez, por serem formados de carbonato de
cálcio, mineral altamente solúvel em água, alteram-se com muito mais
facilidade que os granitos (daí ser o granito muito mais indicado para
tampos de pia que o mármore).
Tempo: Quanto maior o
tempo de exposição de uma rocha, mais intensa será a ação intempérica
sobre ela. Calcula-se que em um milhão de anos o intemperismo rebaixe o
relevo de 20 a 50 metros. Na Escandinávia, onde o clima é muito frio,
sobre superfícies graníticas expostas há 10 mil anos desenvolveu-se um
manto de alteração de apenas poucos milímetros. Em compensação, no
Havaí, região muito úmida, no período de apenas um ano desenvolveu-se
sobre lavas basálticas recentes uma camada de solo suficiente para uso
agrícola.
Fauna e Flora: São fatores de importância menor, mas que atuam fornecendo matéria orgânica para reações químicas e remobilizando materiais. A concentração de CO2 no solo, proveniente da decomposição da matéria orgânica morta, pode ser até 100 vezes maior que na atmosfera. Isso facilita muito a acidificação da água, o que favorece, por exemplo, a dissolução do alumínio. Superfícies rochosas cobertas de liquens são muito mais rapidamente atacadas pelo intemperismo químico que aquelas sem liquens, e raízes de árvores têm grande poder de penetração em fendas de rochas, provocando sua dilatação. Os materiais produzidos pelo intemperismo podem ser transportados para outro local ou permanecerem na posição original. Em qualquer um dos casos, vão gerar um solo, chamado de solo transportado no primeiro caso e de solo residual no segundo.
Tipos de Intemperismo
A ação do intemperismo dá-se através de modificações nas propriedades físicas e químicas dos minerais e rochas. Quando predominam as primeiras, fala-se em intemperismo físico; se predominam as segundas, fala-se em intemperismo químico. Quando há participação de seres vivos e de matéria orgânica, é classificado em físico-biológico ou químico-biológico. São eles:
Intemperismo Físico
Consiste basicamente na desagregação da
rocha, com separação dos grãos minerais que a compõem e fragmentação da
massa rochosa original. As variações de temperatura dilatam e contraem o
maciço rochoso, gerando fissuras que com o tempo vão se alargando. Os
minerais, por sua vez, possuem diferentes coeficientes de dilatação e
respondem de maneira diferente a essas variações térmicas, contribuindo
também para o fissuramento. Essas mudanças são particularmente
acentuadas no ambiente desértico, que tem dias quentes e noites frias.
As variações na umidade também provocam o mesmo efeito. E, se a água que
se infiltra em fraturas da rocha sofre congelamento, o intemperismo
físico é bem mais acentuado, porque ao congelar a água aumenta em 9% o
seu volume e exerce grande pressão sobre as paredes da rocha. Quando a
água que se infiltra em fraturas e fissuras contém sais dissolvidos
(principalmente cloretos, sulfatos e carbonatos) e esses vêm a
precipitar, pode igualmente ocorrer um aumento de volume e consequente
fragmentação, pois isso causa enorme pressão sobre a rocha. Esse tipo de
fragmentação é um dos principais problemas que afetam monumentos feitos
com rocha. Seja qual for a causa da fragmentação, ela sempre acaba
facilitando a penetração da água e o consequente intemperismo químico da
rocha.
Intemperismo Químico
A maior parte das rochas que hoje
afloram formou-se em ambiente muito diferente daquele que há na
superfície terrestre atual, onde pressão e temperatura são baixas e onde
a água e o oxigênio são muito abundantes. Como consequência, os
minerais que formam essas rochas estão hoje em desequilíbrio químico e
tendem a se transformar em outros, mais estáveis. O principal agente do
intemperismo químico é a água, que, absorvendo o CO² da atmosfera,
adquire características ácidas. Em contato com a matéria orgânica do
solo, essa água fica mais ácida ainda, o que vai facilitar seu trabalho
de dissolução de carbonatos e outras substâncias. O intemperismo químico
atua através de reações de hidratação, dissolução, hidrólise, acidólise
e oxidação. Os feldspatos e as micas são transformados em argilas,
permanecendo o quartzo inalterado. A ação da água sobre o feldspato e a
biotita leva à produção de argilas, das quais a principal é o caulim.
Intemperismo Biológico
É bem menos importante que os dois tipos
anteriores e se dá através da ação de bactérias que decompõem materiais
orgânicos. Esse tipo de intemperismo produz os solos mais férteis do
mundo, sendo muito comum na Rússia e na Ucrânia.
Classificação das Rochas
As Rochas podem ser classificadas em:
Igneas ou Magmáticas:
As Rochas ígneas, rochas magmáticas ou
rochas eruptivas (derivado do latim ignis, que significa fogo) são um
dos três principais tipos de rocha. A formação das rochas ígneas vêm do
resultado da consolidação devida ao resfriamento do magma derretido ou
parcialmente derretido. Elas podem ser formadas com ou sem a
cristalização, ou abaixo da superfície como rochas intrusivas
(plutônicas) ou próximo à superfície, sendo rochas extrusivas
(vulcânicas). O magma pode ser obtido a partir do derretimento parcial
de rochas pré-existentes no manto ou na crosta terrestre. Normalmente, o
derretimento é provocado por um ou mais dos três processos: o aumento
da temperatura, diminuição da pressão ou uma mudança na composição. Ex:
granitos, dioritos e basaltos
Metamorficas:
Rochas metamórficas são rochas que
resultam da transformação da rocha original, o protólito. Este dá origem
a uma rocha metamórfica depois de sofrer transformações químicas e
físicas devido ao fato de se submeter a temperaturas e pressões elevadas
e à atuação de fluidos em zonas profundas da crosta terrestre, sem que,
contudo, cheguem a fundir (a não ser, talvez, parcialmente). O
protólito tanto pode ser uma rocha sedimentar, como uma rocha ígnea ou
mesmo outra rocha metamórfica.
Podem formar-se, simplesmente, por
estarem sujeitas às altas temperaturas existentes muito abaixo da
superfície terrestre e à pressão provocada pelo peso das camadas de
rocha superiores. Podem também ter origem em processos tectónicos como
colisões continentais que provocam pressão horizontal, fricção e
deformações. Podem, ainda, formar-se graças ao chamado metamorfismo de
contato, quando a rocha, sempre no estado sólido, é aquecida pela
intrusão de rocha fundida (magma) proveniente do interior da Terra.
Alguns exemplos de rochas metamórficas são o gnaisse, a ardósia,o
mármore, o xisto, e o quartzito.
Sedimentares:
As rochas sedimentares são compostas por
sedimentos transportados pela água, gelo ou vento e acumulados em
depressões na crosta terrestre. Cobrem cerca de 75% da superfície
terrestre e 90% dos leitos marinhos e corresponde a 5% do volume da
Terra. As rochas sedimentares são importantes fontes de material fóssil.
Ex: Calcário, Arenitos e Margas. As rochas sedimentares formam-se por
três processos principais:
- o pela deposição (sedimentação) das partículas originadas pela erosão de outras rochas - rochas sedimentares clásticas ou detríticas;
- o pela precipitação de substâncias em solução - rochas sedimentares quimiogénicas; e
- o pela deposição dos materiais de origem biológica - rochas sedimentares biogénicas.
Quadro Resumo de Classificação e Tipos de Rochas
Exemplos de Rochas
Durabilidade
A durabilidade é a resistência da rocha
aos processos de alteração e fragmentação sendo também conhecida por
alterabilidade. O contacto da rocha com a água e o ar, muitas vezes
através de obras de engenharia civil como escavações e terraplenos, pode
ocasionar a degradação das suas características mecânicas. Influenciam a
durabilidade: a Compacidade, Porosidade, Permeabilidade,
Higroscopicidade, Gelividade, Condutibilidade Térmica.
O ensaio “slake durability test” consiste em submeter material rochoso previamente fragmentado a ciclos normalizados de secagem, humidificação e ação mecânica. Os fragmentos são colocados dentro de redes metálicas cilíndricas com determinada abertura parcialmente imersas na água que rodam em torno de um eixo horizontal. O choque dos fragmentos de rocha entre si e o contato com a água favorecem a sua desagregação e alteração. A secagem dos fragmentos é realizada em estufas após o que pode seguir-se outra humidificação e ação mecânica.
O ensaio “slake durability test” consiste em submeter material rochoso previamente fragmentado a ciclos normalizados de secagem, humidificação e ação mecânica. Os fragmentos são colocados dentro de redes metálicas cilíndricas com determinada abertura parcialmente imersas na água que rodam em torno de um eixo horizontal. O choque dos fragmentos de rocha entre si e o contato com a água favorecem a sua desagregação e alteração. A secagem dos fragmentos é realizada em estufas após o que pode seguir-se outra humidificação e ação mecânica.
Ensaio com o esclerómetro ou martelo de Schmidt
A resistência à compressão simples das
rochas pode ainda ser correlacionada com a sua dureza. A dureza nas
rochas é um conceito diferente daquele que é considerado nos minerais.
Geralmente é associada com a chamada dureza de Schmidt (R) que é
determinada através do ensaio com o martelo de Schmidt. Este valor é
depois correlacionado com a resistência à compressão simples da rocha
constituinte da superfície ensaiada de acordo com o valor do seu peso
volúmico A dureza é uma propriedade mecânica da matéria sólida que
determina sua resistência ao risco. No campo da Mineralogia, para
quantificar a dureza de um mineral, utiliza-se a Escala de Mohs. Essa
escala foi desenvolvida pelo mineralogista alemão Friedrich Mohs no ano
de 1812 e é formada por 10 minerais organizados em ordem crescente de
dureza. Observe:
Teste de dureza Brinell
O método de teste de dureza Brinell
consiste em endentar o material com uma esfera de aço endurecido ou
metal duro(carbeto de tungstênio) com 10 mm de diâmetro com uma carga de
3000 kgf. Para materiais mais moles a carga pode ser reduzida para 1500
kg ou 500 k para reduzir endentação excessiva. A carga total é
normalmente aplicada por 10 ou 15 segundos no caso de ferro fundido ou
aço , e pelo menos durante 30 segundos para outros metais.
Ensaio de Dureza/Microdureza Vickers
O Ensaio de Dureza Vickers consiste em forçar, através da aplicação de uma carga pré-estabelecida, um penetrador de diamante com formato de pirâmide de dimensões conhecidas, sobre a superfície do corpo de prova a ser ensaiado. Este método foi desenvolvido no início da década de 1920 como uma alternativa ao Brinell. Uma das grandes vantagens é que os cálculos da dureza não dependem das dimensões do penetrador. O mesmo penetrador pode ser usado nos ensaios de diversos materiais, independentemente da dureza. Além disso, esta é uma das escalas mais amplas entre as usadas para medição de dureza e pode ser utilizada para todos os metais, com uma grande precisão de medida.
Outra grande vantagem deste método é a
pequena impressão deixada, sendo que este procedimento é utilizado em
ensaios de micro e nano-dureza, na qual é possível analisar cerâmicas e
finíssimas camadas de revestimento. As desvantagens são a necessidade de
preparar a amostra previamente e o uso de um microscópio adequado.
Teste de dureza Rockwell
O teste de dureza Rockwell consiste em
endentar o material sob teste com um cone de diamante ou endentador de
esfera de aço endurecido. O endentador é pressionado contra a superfície
do corpo de prova com uma pré-carga F0, usualmente de 10kgf . Quando o
equilíbrio é atingido, um dispositivo indicativo que segue os movimentos
do endentador e responde às variações da profundidade de penetração é
ajustado para a posição zero.
Ainda com a pré-carga aplicada, uma
segunda carga é introduzida, aumentando a penetração. Atingido novamente
o equilíbrio a carga é removida, mantendo-se a pré-carga. A remoção da
carga provoca uma recuperação parcial, reduzindo a profundidade da
penetração. O aumento permanente na profundidade da penetração
resultante da aplicação e remoção da carga é usado para calcular o valor
da dureza Rockwell.
Fratura
Em geologia, uma fratura é uma
superfície num volume de rocha onde não se observa deslocamento relativo
entre blocos, distinta da falha, que apresenta deslocamento paralelo ao
plano da fratura, e da diaclase, onde o deslocamento é perpendicular
(afastamento). Trata-se de fendas irregulares em minerais não
controladas por sua estrutura cristalina.
Clivagem
Clivagem é a forma como muitos minerais
se quebram seguindo planos relacionados com a estrutura atômica interna,
paralelos às possíveis faces do cristal que formariam. A clivagem é
descrita em cinco modalidades: desde pobre, como na bornite; moderada;
boa; perfeita; e proeminente, como nas micas. Os tipos de clivagem são
descritos pelo número e direcção dos planos de clivagem.
Principais Rochas empregadas na construção civil
Granito
Características:
- Rocha ígnea de profundidade;
- Dura de textura cristalina e de grãos finos ou médios;
- Compõem-se de quartzo, feldspato e mica;
- Comum na natureza;
- Apresenta fratura irregular ou concóide;
- A cor predominante é dada pelo feldspato, podendo ser rósea, marrom, amarelada, cinza ou azulada;
- O quartzo dá grânulos brancos ou pretos e a mica lhe dá o brilho;
- Resistência à compressão é, em média, 150 MPa (1500kgf/cm²); Densidade varia de 2,5 a 3,0;
- Excelente pedra de construção, desde que não alterado; Resistência mecânica e durabilidade são as maiores dentre as demais pedras de construção;
Usos:
Em calçamentos (resistência ao choque e
desgaste), muros de arrimo, alvenarias e pontes em arcos (obras com
esforços de compressão); Principal uso: Como agregado para base de
pavimentos, concretos de Cimento Portland e asfáltico. Atualmente
utilizado como revestimento de pisos e paredes na forma polida (placas).
Calcários
Características:
- Rocha sedimentar composta por carbonato de cálcio (CaCO3) e pequenas proporções de outras substâncias (óxido de ferro, de magnésio, argila);
- Predomínio de carbonato de cálcio (CaCO3) são chamados de calcários calcíticos e predomínio de carbonato de magnésio CaMg (CO3) são chamados de calcário dolomíticos ou magnesianos;
- Calcinação pela ação do calor, liberando gás carbônico. CaCO3 + calor = CaO + CO2
- Atacadas pelos ácidos, desprendem CO2 com efervescência.
- Cal, sob a forma de pó seco, obtida pela calcinação a uma temperatura próxima à da fusão de calcário com impurezas sílico-aluminosas, formando silicatos, aluminatos e ferritas de cálcio, que lhe conferem um certo grau de hidraulicidade é chamado de cal hidraulica. Riscadas facilmente pelo canivete (grau 3 na escala de Mohs). Resistência à compressão é de 50 a 150 MPa (500 a 1500kgf/cm²).
Usos:
Revestimento, produção de aglomerantes (extração da cal e fabricação do cimento) e, em algumas regiões, como agregados.
Basalto
Características:
- Rocha ígnea de superfície; De cor escura e textura compacta;
- Constituída à base de feldspato;
- Resistência à compressão é de 150 MPa (1500kgf/cm²);
- Composto de silicatos de alumínio e cálcio, de vidro e piroxênio;
- Tem grande resistência e dureza;
- Como agregado apresentam duas desvantagens: grande dureza que desgasta os britadores e a forma dos grãos predominantemente lamelares;
- Exige menos explosivos na exploração das pedreiras, devido ao seu fraturamento natural, fazendo seu custo de produção ser menor que o dos agregados graníticos.
Usos:
Em revestimentos de pisos com grande fluxo de pedestres (placas polidas) e pisos para jardins (forma bruta).
Mármores
Características:
- Rochas derivadas do metamorfismo do calcário;
- Tem textura compacta;
- Resistência à compressão é de 100 MPa (1000kgf/cm²);
- As impurezas dão a sua coloração;
- Durabilidade e resistência à abrasão menor que granitos;
- Representam o último grau de alteração de rochas (paragnaisses) ou provêm do metamorfismo do granito (ortognaisses);
- Aspecto e características físicas e mecânicas semelhantes a dos granitos;
- Tem quase os mesmos usos que o granito.
Usos:
Em revestimento interior sob a forma de placas.
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