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Como se formam os vulcões? Características e curiosidades
Vulcão é uma estrutura geológica em que ocorre o
fenômeno natural responsável pelo lançamento de material magmático,
cinzas e gases oriundos do interior da Terra para a superfície.
Origem
A origem e distribuição dos vulcões está relacionada com a
distribuição das placas tectônicas,massas rochosas rígidas que formam a
crosta terrestre e que deslizam sobre o manto, material subjacente de
consistência plástica.
Quando ocorre o choque entre duas placas oceânicas, uma delas
mergulhará sob a outra e sofrerá fusão. Na zona de subducção surge então
um conjunto de pequenas ilhas vulcânicas distribuídas em forma de arco,
95% de todos os vulcões visíveis, estão em zonas de subducção.
Quando uma placa oceânica se choca com uma continental, a placa
oceânica mergulha sob a outra, formando também uma zona de subducção. A
placa do Pacífico desloca-se para o norte e choca-se contra a placa
norte-americana, mergulhando sob ela. 60% dos vulcões ativos do planeta
localizam-se na costa daquele oceano, dando então origem ao nome de Anel
de Fogo do Pacífico. A placa de Nazca choca-se contra a América do Sul e
assim formaram a cordilheira dos Andes, com seus vulcões e terremotos.
Esse tipo de vulcanismo é o mais estudado, e o magma pode ter composição
bem mais variada do que aquele formado onde duas placas se afastam
(Branco, 2014).
Se o choque for de duas placas continentais, pode não haver subducção
(mergulho de uma sob a outra), e surgir uma cadeia de montanhas, pela
deformação das rochas. Nessas áreas, o vulcanismo pode estar ausente,
embora os terremotos, por serem de pequena profundidade, sejam
perigosos. Um exemplo é a Cordilheira do Himalaia, formada pelo choque
da Índia com a Ásia. A placa africana está se chocando contra a placa
eurasiana, provocando terremotos na Turquia e no Irã, por exemplo. Mas,
na região onde estão o Etna e o Vesúvio, há uma pequena subducção, por
isso existem esses dois vulcões (Branco, 2014).
A famosa Falha de Santo André (San Andreas Fault), na Califórnia, é o
encontro de duas placas continentais que não se chocam de frente e sim
deslizam uma rente à outra. Ali os terremotos são frequentes e podem ser
perigosos, mas não há vulcanismo (Branco, 2014).
Quando duas placas estão de afastando, surge o vulcanismo submarino,
sendo responsável pela expansão do fundo oceânico em diversas zonas do
globo. Representando 80% da atividade vulcânica da Terra, esse tipo de
vulcanismo é o mais comum de todos, mas, é pouco observado, por ocorrer
no fundo dos oceanos. A lava sai através de fraturas na crosta e
espalha-se para os dois lados da fratura, sem grandes eventos
explosivos. Essas fraturas podem ter poucos metros de largura e alguns
quilômetros de comprimento. A Cadeia Mesoatlântica é uma extensa crista
que existe no meio do oceano Atlântico, e que mostra focos de vulcanismo
desse tipo. Ela marca a zona de separação da placa sul-americana e da
placa africana. Na Islândia, essa cadeia aflora e ali é o único local
onde se vê vulcanismo basáltico continental (Branco, 2014).
Embora pouco comum (só 5% dos vulcões), ocorre também vulcanismo no
interior das placas tectônicas, não só nas bordas. Isso acontece quando
existe, no manto terrestre, um ponto quente (hot spot), local onde o
magma se concentra e ascende até à superfície, se encontrar uma brecha
para tanto. Nessa situação, como a placa está se movendo, mas o ponto
quente permanece fixo, aparecem na superfície da Terra vários vulcões ao
longo de uma linha, que são cada qual mais jovem que o que lhe
antecede, seguindo em um determinando rumo geográfico. Exemplo desse
tipo de vulcanismo são as ilhas vulcânicas do Havaí (Branco, 2014).
Estrutura dos Vulcões
Em termos gerais, a estrutura vulcânica que forma um vulcão é
designada por aparelho ou edifício vulcânico. Normalmente, os vulcões
são constituídos pelas seguintes partes: 1) câmara magmática, local onde
se encontra acumulado o magma, normalmente situado em regiões profundas
das crostas continental e oceânica, atingindo, por vezes, a parte
superior do manto, 2) chaminé (principal) vulcânica, canal, fenda ou
abertura que liga a câmara magmática com o exterior das crostas, e por
onde ascendem os materiais vulcânicos, 3) cratera, abertura ou depressão
mais ou menos circular, em forma de um funil, localizada no topo da
chaminé vulcânica, 4) cone vulcânico, é a montanha propriamente dita. É
chamado de cone devido a semelhança das montanhas vulcânicas com um
cone, formado por acumulação dos materiais expelidos do interior das
crostas (lavas, cinzas e fragmentos de rochas), durante a erupção
vulcânica. Para além da chaminé vulcânica, a maioria das vezes, existem
outras condutas, denominadas por filões. Também se podem formar cones
laterais, secundários ou adventícios ao cone vulcânico principal.
Figura 1: Estrutura vulcânica. Fonte: Mundo educação.
Os vulcões podem ser classificados de acordo com sua forma e tipo de
erupção.
Há várias classificações, que incluem categorias como
havaianos, peleanos, plinianos, vulcanianos e strombolianos.
Material produzido pelas atividades vulcânicas
Os produtos formados pelas atividades vulcânicas podem ser:
Sólidos: Os piroclastos resultam da lava consolidada, ou então
resultam de fragmentos do cone vulcânico que são arrancados durante a
erupção vulcânica. De acordo com suas dimensões, os piroclastos podem
ser classificados em: Cinzas (<2mm bombas="" lapilli="" mm="">64 mm), Blocos (>64 mm).2mm>
Líquidos: lava fluída ou viscosa
Gasosos: O magma contém dissolvidas grandes quantidades de gases.
Quando ocorre uma erupção estes gases libertam-se para a atmosfera. Em
muitos casos, estes gases libertam-se de forma lenta e contínua, mesmo
sem haver uma erupção. Os principais gases libertados são vapor de água
(H2O), seguido por Dióxido de Carbono (CO2), Dióxido de Enxofre (SO2),
Ácido Clorídrico (HCl) e outros compostos.
Figura 3: Materiais expelidos pelos vulcões. Fonte: Espaço Ciências
Vulcanismo no Brasil
Em épocas geológicas passadas, houve intensa atividade vulcânica,
hoje não existem mais vulcões ativos no Brasil. Nosso país foi palco de
diversas atividades vulcânicas, a mais recente ocorreu na Era Cenozóica
(Terciário), levando à formação das nossas ilhas oceânicas, tais como
Trindade, Fernando de Noronha e Martin Vaz.
Para quem gosta desse tema e quer saber mais, no livro Introdução à vulcanologia,
o autor Dougal Jerram conversa com o leitor sobre essas maravilhas do
mundo abordando algumas questões como: O que são os vulcões? Como os
vulcões se relacionam com as placas tectônicas e o movimento de
continentes? É possível prever erupções? O autor também descreve no
livro as erupções mais notáveis da história e os efeitos que causaram.
Referências Bibliográficas
Branco, Pércio de Moraes. Vulcões. 2014. Disponível em:
http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas—Rede-Ametista/Canal-Escola/Vulcoes-1108.html
Mendonça, Tibério. Vulcanismo. Disponível em: http://www.tiberiogeo.com.br/texto/ProcessosGeologicosUva.pdf
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/10-curiosidades-sobre-vulcoes.htm
https://espacociencias.com.pt/site/ciencias-7o-ano/vulcanismo/materiais-expelidos-pelos-vulcoes/
Imagem da capa: https://super.abril.com.br/ciencia/vulcoes-podem-dar-um-ano-de-aviso-antes-de-supererupcoes/
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