segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Erupção do Vesúvio em 79

Erupção do Vesúvio em 79
Dahl-Vesuvius.png
Erupção do Vesúvio, quadro de Johan Christian Dahl pintado em 1826
 
Vulcão Monte Vesúvio
Data 24-25 de agosto de 79
Tipo Pliniana
Localização Itália, Império Romano
IEV 5
Impacto Destruiu as cidades romanas de Pompeia, Herculano, Oplontis e Estábia.
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Alcance da erupção do Vesúvio em 79.
 
A erupção do Vesúvio em 79 foi uma das mais conhecidas e catastróficas erupções vulcânicas de todos os tempos.[1] As cercanias romanas de Pompeia, Herculano, Estábia e Oplontis foram afetadas, com Pompeia e Herculano sendo completamente destruídas. O Vesúvio espalhou uma nuvem mortal de rochas, cinzas e fumaça a uma altura de mais de 30 quilômetros, cuspindo lava e púmice a uma proporção de 1.5 milhão de toneladas por segundo e liberando no total uma energia térmica centenas de milhares de vezes maior do que a do bombardeamento de Hiroshima.[2]
Estima-se que 16,000 cidadãos de Pompeia e Herculano morreram devido ao fluxo piroclástico hidrotermal de temperaturas superiores a 700 °C.[3] Desde 1860, quando escavações sistemáticas passaram a ser realizadas em Pompeia, os arqueólogos descobriram nos limites da cidade as cascas petrificadas dos corpos decompostos de 1,044 vítimas.[4]

Antecedentes

O Vesúvio sofreu diversas erupções. A mais conhecida, ocorrida em 79, foi precedida por diversas outras na pré-história, incluindo pelo menos três de significante impacto, a mais célebre delas sendo a erupção de Avelino por volta de 1800 a.C., que engolfou diversos povoados da Idade do Bronze e depositou no monte Vesúvio aproximadamente 0.32 km³ de púmice branca, enquanto uma segunda e mais intensa explosão levantara uma coluna de 31 km e depositara 1.25 km³ de púmice cinza.[5]
A erupção de 79 foi antecedida por um poderoso sismo ocorrido dezessete anos antes, em 5 de fevereiro de 62, que provocou destruição generalizada em torno do golfo de Nápoles e, particularmente, em Pompeia. Alguns dos danos ainda estavam sendo reparados quando o vulcão irrompeu.[6] A morte repentina de 600 ovelhas nas cercanias de Pompeia, relatada por Séneca, levou o vulcanologista moderno Haraldur Sigurðsson a comparar o fato a mortes similares de animais ocorridas na Islândia devido a poças de dióxido de carbono vulcânico, e a especular que o terremoto de 62 estava relacionado à nova atividade do Vesúvio.[7]

A erupção

As reconstituições da erupção e seus efeitos variam consideravelmente em detalhes, mas apresentam todas as mesmas características. A erupção teria durado dois dias. A manhã do primeiro dia foi considerada normal pela única testemunha a deixar registros escritos, Plínio, o Jovem. Ao entardecer, uma explosão lançou uma coluna de grande altitude da qual cinzas começaram a cair, cobrindo a região. Resgates e fugas ocorreram durante este período. Em determinada hora da noite ou no começo do dia seguinte, os fluxos piroclásticos começaram a atingir as cercanias mais próximas ao vulcão. As luzes vistas no monte foram interpretadas como sendo um incêndio, e populações de locais distantes como Miseno fugiram para salvar suas vidas. Os fluxos moviam-se rapidamente, eram densos e de temperatura intensa, destruindo parcial ou inteiramente todas as estruturas em seu caminho, incinerando ou sufocando os habitantes remanescentes e alterando a paisagem, incluindo a linha costeira. Ocorriam paralelamente tremores leves, enquanto um maremoto de médio porte atingia o golfo de Nápoles.

Estudos estratigráficos

De acordo com um estudo estratigráfico por Sigurdsson, Cashdollar e Sparks, publicado em 1982 e atualmente considerado uma referência padrão, a erupção de 79 ocorreu em duas fases: uma erupção pliniana que durou de dezoito a vinte horas, seguida por um fluxo piroclástico, característico da erupção peleana, que alcançou Miseno mas concentrou-se a oeste e noroeste.[8] Dois fluxos piroclásticos engolfaram Pompeia, queimando e asfixiando os habitantes que não foram capazes de fugir. Oplontis e Herculano receberam a maior parte dos fluxos, sendo soterradas por uma cinza fina e pelos depósitos piroclásticos.
Os estudos da erupção de 79 foram comparados à erupção da Idade do Bronze, adiantando suposições de um possível futuro desastre. Desde uma última erupção em 1944, o Vesúvio permanece relativamente quieto; supõe-se, no entanto, que quanto mais tempo ele permanecer adormecido pior será a erupção, especialmente em relação à região densamente habitada em torno do vulcão.[9]

Vesúvio é um estratovulcão localizado no golfo de Nápoles, Itália, a cerca de nove quilômetros a oeste de Nápoles e a curta distância do litoral. É o único vulcão na Europa continental a ter entrado em erupção nos últimos cem anos, embora atualmente esteja adormecido. Dos dois outros principais vulcões ativos da Itália, o Etna está localizado na ilha da Sicília e o Stromboli está na ilha homônima. 

O Vesúvio é mais conhecido pela erupção em 79 d.C , que resultou na destruição das cidades romanas de Pompeia e Herculano. Ambas jamais foram reconstruídas, apesar de habitantes sobreviventes e saqueadores ocasionais terem realizado diversos despojos nos escombros. A localização das cidades foi eventualmente esquecida, até serem acidentalmente redescobertas no final do século XVIII.
A erupção de 79 também mudou o curso do rio Sarno e aumentou a área litorânea do entorno. O Vesúvio em si passou por diversas alterações significativas – suas encostas ficaram desmatadas e seu pico mudou consideravelmente devido à força da erupção. Desde então, o vulcão entrou em atividade diversas vezes, sendo considerado atualmente um dos mais perigosos do mundo devido a sua tendência de erupções explosivas e à população de 3 000 000 habitantes em suas proximidades, o que faz desta a região vulcânica mais populosa do mundo.[1]
 

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