Fóssil colossal é a mais antiga árvore gigante de flores da América do Norte
A descoberta do fóssil da planta de 92 milhões de anos alterou a data estimada da presença dessas enormes árvores na região em 15 milhões de anos. Sexta-feira, 5 Outubro
Cerca
de 92 milhões de anos atrás, no que hoje é o centro de Utah, nos
Estados Unidos, uma terrível tempestade derrubou uma enorme árvore
florida, que foi arrastada por um rio até um antigo delta. Os
sedimentos enterraram parte do tronco da árvore, que então foi
mineralizado - preservando um fóssil que agora está quebrando recordes.
Em estudo publicado na revista Science Advances, os pesquisadores apresentam as evidências mais antigas de grandes árvores floridas na América do Norte. O fóssil recordista é uma tora petrificada de quase 1,8 metro de largura e 11 metros de comprimento. Pesquisadores dizem que a árvore provavelmente tinha cerca de 70 metros de altura, tornando-a duas vezes mais alta que a árvore viva mais alta de Utah.
O tronco de árvore fossilizada provavelmente pertence ao Paraphyllanthoxylon, um gênero antigo conhecido de outros fósseis. Mas essa árvore viveu e morreu 15 milhões de anos antes dos fósseis norte-americanos mais antigos de grandes árvores floridas. (Conheça a árvore viva mais antiga da Europa e descubra por que ela está tendo um surto de crescimento.)
Em estudo publicado na revista Science Advances, os pesquisadores apresentam as evidências mais antigas de grandes árvores floridas na América do Norte. O fóssil recordista é uma tora petrificada de quase 1,8 metro de largura e 11 metros de comprimento. Pesquisadores dizem que a árvore provavelmente tinha cerca de 70 metros de altura, tornando-a duas vezes mais alta que a árvore viva mais alta de Utah.
O tronco de árvore fossilizada provavelmente pertence ao Paraphyllanthoxylon, um gênero antigo conhecido de outros fósseis. Mas essa árvore viveu e morreu 15 milhões de anos antes dos fósseis norte-americanos mais antigos de grandes árvores floridas. (Conheça a árvore viva mais antiga da Europa e descubra por que ela está tendo um surto de crescimento.)
Especialistas
externos dizem que a existência da árvore faz sentido. Plantas
florescentes, também chamadas de angiospermas, surgiram há cerca de 135
milhões de anos. Há cem milhões de anos, árvores menores dominavam
algumas terras baixas e, há cerca de 75 milhões de anos, há evidências
claras de maciças árvores floridas. Então, por volta de 90 milhões de
anos atrás, as angiospermas devem ter começado a tentar alcançar os
céus.
“Não é necessariamente surpreendente, porque sabemos que há uma rica flora de angiospermas na época”, diz Nan Crystal Arens,
paleobotânico da Hobart e William Smith Colleges, que não participou do
estudo. “Mas é a prova concreta, tátil, de que essas árvores grandes
existiram”.
Encontrar fósseis deste período, chamado Turoniano,
tem se mostrado um desafio, porque o nível do mar era alto na época, o
que significa que a maioria dos sedimentos turonianos captura o que
estava acontecendo na água, não na terra. Menos de cem fragmentos
conhecidos de madeira angiosperma têm mais de 84 milhões de anos, e a
maioria é de pequenas árvores com menos de 10 centímetros de diâmetro.
“Isso abrange um período de tempo que é pouco conhecido... por isso foi muito bom encontrar isso", acrescenta a paleobotânica Dori Lynne Contreras, Ph.D. estudante na Universidade da Califórnia, Berkeley.
Histórico de troncos
Encontrar o tronco colossal foi um golpe de sorte. Com financiamento da National Geographic Society, o paleontólogo da Universidade Adelphi, Michael D'Emic,
visitou o centro de Utah em 2014 em busca de ossos de dinossauros de
pescoço longo. Um dia, um funcionário do Departamento de Administração
de Terras dos EUA chamado John Reay levou D'Emic para uma visita à área e
mostrou-lhe algumas características geológicas interessantes que o
órgão havia encontrado, incluindo o tronco petrificado.
A
princípio, D'Emic não sabia o que fazer com aquilo. Por um lado, as
toras petrificadas não são incomuns na costa oeste dos Estados Unidos,
especialmente de coníferas. Mas, por outro lado, o tronco era
impressionante.
“Você está lá fora no deserto e, se for uma pessoa
comum, você verá apenas muita areia e arenito”, diz D'Emic. “Mas pude
ver então que deve ter havido tempestades de monções malucas para trazer
uma árvore [como essa] para um desses deltas na época. Eu vi o ambiente
ganhar vida”.
D'Emic perguntou a Reay se ele poderia pegar amostras da tora, que ele enviou ao paleobotânico Nathan Jud,
que agora é professor da William Jewell College. Jud pensou
inicialmente que os fragmentos pertenciam a uma grande árvore conífera.
Mas após examinar as amostras no microscópio, percebeu que o tronco de
Utah não era apenas enorme - era um achado raro.
“Meu queixo
caiu”, diz Jud, principal autor do estudo. “Eu soube imediatamente que
era o mais antigo registro de angiospermas com mais de um metro de
diâmetro em qualquer lugar do mundo”. Ele logo parabenizou D'Emic em uma
mensagem de texto.
A equipe tem alguns estudos em mente para
descobrir onde plantas diferentes viviam na paisagem turoniana perto do
local de repouso do tronco. Enquanto isso, D'Emic espera que o novo
estudo atraia mais atenção científica para o Ferron Sandstone Member, a
formação rochosa de Utah que produziu os fósseis. A equipe não estudou
apenas o tronco petrificado, mas em expedições posteriores à área, eles
também encontraram fósseis de pólen, folhas e vertebrados - incluindo um
dente de tubarão e alguns ossos de dinossauro.
“Antes
do nosso estudo, haviam três estudos sobre o Ferron Sandstone Member,
que é visto apenas como um local estéril”, diz D'Emic. “Não estou
dizendo que seja a maior descoberta da história, ou algo assim, mas isso
encoraja outras pessoas a prospectar fósseis”.
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